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A Tirania do Ibovespa

É comum ver as principais redes de rádio e televisão brasileiras noticiarem o comportamento diário da bolsa de valores, a BM&FBovespa, tomando o índice Ibovespa como referência. O Ibovespa é calculado desde 1968 e sua metodologia não sofreu alterações até hoje; sendo o indicador de desempenho da bolsa mais famoso, tanto no Brasil quanto no exterior. É assim que a população, em geral, fica sabendo a respeito do desempenho das […] Leia mais

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Investidor em Ação

Publicado em 23 de agosto de 2011 às, 13h50.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h55.

É comum ver as principais redes de rádio e televisão brasileiras noticiarem o comportamento diário da bolsa de valores, a BM&FBovespa, tomando o índice Ibovespa como referência.

O Ibovespa é calculado desde 1968 e sua metodologia não sofreu alterações até hoje; sendo o indicador de desempenho da bolsa mais famoso, tanto no Brasil quanto no exterior. É assim que a população, em geral, fica sabendo a respeito do desempenho das ações de empresas negociadas na bolsa de valores brasileira.

O índice Ibovespa reflete o comportamento das principais ações negociadas no pregão da bolsa de valores. Por isso, é considerado um indicador da performance das ações de 1a. linha, conhecidas pela designação de “blue-chips”. Devido à sua metodologia, que privilegia as ações mais líquidas, o Ibovespa contempla o desempenho de cerca de 60 ações nesse momento.

A cada quatro meses são refeitos os cálculos, tendo por base a participação relativa de cada uma das ações listadas em bolsa no volume financeiro negociado e na quantidade de negócios realizada ao longo dos pregões daquele período para definir a nova “carteira Ibovespa”. Por meio desses cálculos determina-se qual é a importância relativa de cada ação na composição do Ibovespa, por novo período de quatro meses.

Por conta disso, o Ibovespa reflete o desempenho de um grupo seleto de ações, concentrado em empresas produtoras (e exportadoras) de commodities como Petrobras, Vale e OGX Petróleo, grandes siderúrgicas e produtoras de minério de ferro como Gerdau, CSN e Usiminas, além de empresas do setor bancário (financeiro) como Itaú-Unibanco, Bradesco e a própria ação da bolsa, a BM&FBovespa, entre outras.

Entretanto, a bolsa possui centenas de ações listadas que aparecem pouco, ou simplesmente não são computadas para efeito do cálculo do Ibovespa e de seu desempenho devido, principalmente, à menor liquidez que possuem em bolsa. São as chamadas ações de 2a. linha ou 3a. linha que, apesar da designação um tanto pejorativa, não devem ser entendidas como empresas de menor qualidade ou perspectiva de retorno inferior a de suas primas mais conhecidas. O acompanhamento de índices como o IBrX, que contempla 100 ações negociadas, ou mesmo de índices setoriais (para setores de atividade específicos), permite visão mais ampla do desempenho das ações das empresas listadas na bolsa.

Basicamente, por não serem negociadas na mesma intensidade que as blue-chips, as ações de 2a. linha (e 3a. linha) não possuem a mesma visibilidade e transparência, aparecendo menos nos relatórios de recomendação de ações realizados pelos analistas de valores. Nesse sentido, é importante para o investidor acompanhar o desempenho de outros índices de ações calculados pela bolsa, os quais contemplam amostras de ações mais representativas do conjunto de empresas listadas na bolsa, para que possa julgar o real desempenho da bolsa brasileira e se libertar da tirania imposta pelo índice Ibovespa.

http://www.bmfbovespa.com.br/Pregao-Online/FormConsultaIndices.asp?idLapela=divLapelaIndices&idPainel=divConteudoIndices

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