A Teoria da Agência – Uma aplicação ao Brasil (final))
Se for feita a transposição do raciocínio acima – sobre conflitos de interesse dentro da dimensão da firma/empresa – para a perspectiva da relação governo-cidadão, tomando-se como exemplo o caso do governo brasileiro, nota-se a ocorrência de muitos desses “desvios de conduta” por parte dos governantes locais, em detrimento dos interesses maiores da população do país. Infelizmente, percebe-se que muitos dos desajustes macroeconômicos crônicos existentes no Brasil são, em grande […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2011 às 10h22.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h58.
Se for feita a transposição do raciocínio acima – sobre conflitos de interesse dentro da dimensão da firma/empresa – para a perspectiva da relação governo-cidadão, tomando-se como exemplo o caso do governo brasileiro, nota-se a ocorrência de muitos desses “desvios de conduta” por parte dos governantes locais, em detrimento dos interesses maiores da população do país.
Infelizmente, percebe-se que muitos dos desajustes macroeconômicos crônicos existentes no Brasil são, em grande medida, decorrentes da falta de alinhamento entre a direção do país (o governo) e seus acionistas – ou stakeholders (a população). Os custos de agência decorrentes desse conflito de interesses (minimizados pela existência de um regime democrático e de direito) são vários; e podemos ressaltar alguns como, por exemplo, a excessiva carga tributária existente, ou o tamanho da dívida pública brasileira e os enormes custos para carregá-la, entre outros não menos importantes. Não será o chamado “Custo Brasil” uma síntese desses custos?
Os governantes se mostram ávidos por recursos para alimentar a máquina governamental – que não para de crescer – e para se perpetuar no poder. Dinheiro representa poder e, por isso, projetos faraônicos de retorno incerto são reeditados – vide os vultosos recursos alocados para investimento pela Petrobras na exploração do petróleo na camada pré-sal -, com participação direta do BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social) como braço de investimento do governo – que atua com investimento de recursos muitas vezes de caráter social duvidoso, como foi o caso da tentativa de participação na frustrada fusão entre os grupos Pão de Açúcar e Carrefour local.
Como estratégia de perpetuação no poder os governos atuam sobre a sua base de sustentação política – senado e câmaras estaduais -, liberando recursos para projetos e emendas em vários estados da república como moeda de troca para sua sustentação. Por outro lado, os políticos que deveriam vigiar e “enquadrar” o executivo nada fazem e lhe conferem apoio; possivelmente devido aos seus próprios interesses…
Por fim, percebe-se que no momento não existem mecanismos de governança ao nível institucional que possuam a capacidade de evitar tais conflitos de interesse e de impedir que esses custos de agência continuem aumentando em detrimento dos interesses maiores da população brasileira.
Se for feita a transposição do raciocínio acima – sobre conflitos de interesse dentro da dimensão da firma/empresa – para a perspectiva da relação governo-cidadão, tomando-se como exemplo o caso do governo brasileiro, nota-se a ocorrência de muitos desses “desvios de conduta” por parte dos governantes locais, em detrimento dos interesses maiores da população do país.
Infelizmente, percebe-se que muitos dos desajustes macroeconômicos crônicos existentes no Brasil são, em grande medida, decorrentes da falta de alinhamento entre a direção do país (o governo) e seus acionistas – ou stakeholders (a população). Os custos de agência decorrentes desse conflito de interesses (minimizados pela existência de um regime democrático e de direito) são vários; e podemos ressaltar alguns como, por exemplo, a excessiva carga tributária existente, ou o tamanho da dívida pública brasileira e os enormes custos para carregá-la, entre outros não menos importantes. Não será o chamado “Custo Brasil” uma síntese desses custos?
Os governantes se mostram ávidos por recursos para alimentar a máquina governamental – que não para de crescer – e para se perpetuar no poder. Dinheiro representa poder e, por isso, projetos faraônicos de retorno incerto são reeditados – vide os vultosos recursos alocados para investimento pela Petrobras na exploração do petróleo na camada pré-sal -, com participação direta do BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social) como braço de investimento do governo – que atua com investimento de recursos muitas vezes de caráter social duvidoso, como foi o caso da tentativa de participação na frustrada fusão entre os grupos Pão de Açúcar e Carrefour local.
Como estratégia de perpetuação no poder os governos atuam sobre a sua base de sustentação política – senado e câmaras estaduais -, liberando recursos para projetos e emendas em vários estados da república como moeda de troca para sua sustentação. Por outro lado, os políticos que deveriam vigiar e “enquadrar” o executivo nada fazem e lhe conferem apoio; possivelmente devido aos seus próprios interesses…
Por fim, percebe-se que no momento não existem mecanismos de governança ao nível institucional que possuam a capacidade de evitar tais conflitos de interesse e de impedir que esses custos de agência continuem aumentando em detrimento dos interesses maiores da população brasileira.