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A nova Petrobras

O mercado acredita naquilo em que quer acreditar. Independentemente do que os números atuais e perspectivas futuras apontem para a Petrobras, o mercado correrá na direção do que for de seu interesse; traduzindo: mais lucrativo. Isso é o que se pode colocar em relação ao comportamento do mercado após a publicação do balanço de 2014 e prejuízo próximo a R$ 21 bi registrado pela Petrobras no período. Existem “n” considerações, […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2015 às 11h04.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h05.

O mercado acredita naquilo em que quer acreditar. Independentemente do que os números atuais e perspectivas futuras apontem para a Petrobras, o mercado correrá na direção do que for de seu interesse; traduzindo: mais lucrativo.

A nova Petrobras

Isso é o que se pode colocar em relação ao comportamento do mercado após a publicação do balanço de 2014 e prejuízo próximo a R$ 21 bi registrado pela Petrobras no período. Existem “n” considerações, críticas e ressalvas frente ao valor de cerca de R$ 6 bi apurados de prejuízo decorrente da corrupção instalada na empresa.

Além disso, os critérios e metodologia utilizados para se chegar ao “valor de mercado” dos ativos da empresa por meio do processo de impairment – que levaram a mais R$ 45 bi de prejuízo – também podem ser alvos de considerações, críticas e ressalvas por parte do analista mais atento.

Não se pode, entretanto, banalizar a tentativa de limpeza do balanço da companhia realizada pela atual gestão – coisa nem um pouco trivial. Nesse aspecto, pode-se elogiar a tentativa de se chegar a um denominador comum para esses valores (mesmo não concordando com eles); mas nem por isso, deve-se confundir o que é erro do passado com perspectivas para o futuro da companhia.

A nova Petrobras, conforme o próprio governo a chama, estaria no caminho para se ver livre, a partir de então, dos resquícios da corrupção e dos “erros” de gestão que a levaram a investir em projetos sem retorno adequado – seja devido a amarras e interesses políticos partidários, seja devido à incompetência pura e simples de seus gestores loteados em seus cargos.

Todavia, não se pode esquecer que alguns desses erros não poderão ser simplesmente apagados da memória – dado que a empresa deve cerca de US$ 100 bi no mercado -, e que eles continuarão a gerar consequências muito negativas para a sua situação financeira.

Por outro lado, cabe analisar daqui para a frente, a efetiva capacidade de geração de valor para o acionista da empresa, olhando-se para a competência da atual gestão recém empossada, das perspectivas do mercado de petróleo mundial onde ela opera, assim como da manutenção/criação de vantagem competitiva sustentada pelo pré-sal frente a um futuro desafiador.

Ao que tudo indica pelas informações disponíveis, a Petrobras deve centrar/reforçar sua atuação na área de exploração de petróleo onde, supostamente, existem vantagens competitivas sustentáveis para a companhia. Pelo menos por enquanto…

Essa questão estratégica é crítica e muito importante para se projetar os futuros resultados da companhia e, consequentemente, o seu valor atual ou de mercado nesse momento. Dessa forma, não basta apenas escrever uma “carta de intenções” ao mercado por meio de um balanço “limpo” e de um novo plano de negócios; mas sim, colocar em prática tudo que ali está.

Nesse sentido, cabem algumas perguntas sem respostas no momento: a Petrobras será capaz de se livrar totalmente do ranço político que, em grande parte, a levou até a atual situação de fragilidade econômica e financeira? Será que o governo capitaneado pelo PT irá permitir o chamado realismo tarifário em seus produtos, a despeito das consequências inflacionárias geradas por essa escolha?

Portanto, não se engane com os movimentos iniciais dos preços das ações da Petrobras após a publicação de seu balanço; sejam eles de alta ou de baixa, porque eles irão refletir apenas volatilidade e a vontade inicial prevalecente do mercado: aquilo em que ele quer acreditar por ora.

Aguarde mais um tempo para ver/conferir o que irá acontecer em relação aos tópicos mencionados acima, porque eles é que irão determinar, de fato, as perspectivas futuras da empresa e, consequentemente, valores mais críveis para os preços de suas ações.

Acesse também:

http://www.investcerto.com.br

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O mercado acredita naquilo em que quer acreditar. Independentemente do que os números atuais e perspectivas futuras apontem para a Petrobras, o mercado correrá na direção do que for de seu interesse; traduzindo: mais lucrativo.

A nova Petrobras

Isso é o que se pode colocar em relação ao comportamento do mercado após a publicação do balanço de 2014 e prejuízo próximo a R$ 21 bi registrado pela Petrobras no período. Existem “n” considerações, críticas e ressalvas frente ao valor de cerca de R$ 6 bi apurados de prejuízo decorrente da corrupção instalada na empresa.

Além disso, os critérios e metodologia utilizados para se chegar ao “valor de mercado” dos ativos da empresa por meio do processo de impairment – que levaram a mais R$ 45 bi de prejuízo – também podem ser alvos de considerações, críticas e ressalvas por parte do analista mais atento.

Não se pode, entretanto, banalizar a tentativa de limpeza do balanço da companhia realizada pela atual gestão – coisa nem um pouco trivial. Nesse aspecto, pode-se elogiar a tentativa de se chegar a um denominador comum para esses valores (mesmo não concordando com eles); mas nem por isso, deve-se confundir o que é erro do passado com perspectivas para o futuro da companhia.

A nova Petrobras, conforme o próprio governo a chama, estaria no caminho para se ver livre, a partir de então, dos resquícios da corrupção e dos “erros” de gestão que a levaram a investir em projetos sem retorno adequado – seja devido a amarras e interesses políticos partidários, seja devido à incompetência pura e simples de seus gestores loteados em seus cargos.

Todavia, não se pode esquecer que alguns desses erros não poderão ser simplesmente apagados da memória – dado que a empresa deve cerca de US$ 100 bi no mercado -, e que eles continuarão a gerar consequências muito negativas para a sua situação financeira.

Por outro lado, cabe analisar daqui para a frente, a efetiva capacidade de geração de valor para o acionista da empresa, olhando-se para a competência da atual gestão recém empossada, das perspectivas do mercado de petróleo mundial onde ela opera, assim como da manutenção/criação de vantagem competitiva sustentada pelo pré-sal frente a um futuro desafiador.

Ao que tudo indica pelas informações disponíveis, a Petrobras deve centrar/reforçar sua atuação na área de exploração de petróleo onde, supostamente, existem vantagens competitivas sustentáveis para a companhia. Pelo menos por enquanto…

Essa questão estratégica é crítica e muito importante para se projetar os futuros resultados da companhia e, consequentemente, o seu valor atual ou de mercado nesse momento. Dessa forma, não basta apenas escrever uma “carta de intenções” ao mercado por meio de um balanço “limpo” e de um novo plano de negócios; mas sim, colocar em prática tudo que ali está.

Nesse sentido, cabem algumas perguntas sem respostas no momento: a Petrobras será capaz de se livrar totalmente do ranço político que, em grande parte, a levou até a atual situação de fragilidade econômica e financeira? Será que o governo capitaneado pelo PT irá permitir o chamado realismo tarifário em seus produtos, a despeito das consequências inflacionárias geradas por essa escolha?

Portanto, não se engane com os movimentos iniciais dos preços das ações da Petrobras após a publicação de seu balanço; sejam eles de alta ou de baixa, porque eles irão refletir apenas volatilidade e a vontade inicial prevalecente do mercado: aquilo em que ele quer acreditar por ora.

Aguarde mais um tempo para ver/conferir o que irá acontecer em relação aos tópicos mencionados acima, porque eles é que irão determinar, de fato, as perspectivas futuras da empresa e, consequentemente, valores mais críveis para os preços de suas ações.

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