A lógica reversa da bolsa de valores
“… Dessa forma, pode-se esperar mais do mesmo…“ O Brasil é realmente um país diferenciado. Aqui impera, no campo da economia e das finanças – pelo menos nesse momento -, a lógica do quanto pior melhor. O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, a medida de riqueza mais ampla do país, caiu pelo segundo mês consecutivo (em base trimestral). Isso coloca o país em uma recessão técnica – após dois […] Leia mais
Publicado em 29 de agosto de 2014 às, 17h08.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h21.
“… Dessa forma, pode-se esperar mais do mesmo…“
O Brasil é realmente um país diferenciado. Aqui impera, no campo da economia e das finanças – pelo menos nesse momento -, a lógica do quanto pior melhor.
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil, a medida de riqueza mais ampla do país, caiu pelo segundo mês consecutivo (em base trimestral). Isso coloca o país em uma recessão técnica – após dois meses consecutivos de queda do indicador.
Entretanto, para surpresa de todos – será mesmo ? -, a bolsa sobe 1,24% às 14h56 dessa sexta-feira. Esse é o efeito da lógica reversa da bolsa, conforme mencionado em meu post “Embolou o meio de campo”, de 14/08/2014 em https://exame.com/rede-de-blogs/investidor-em-acao/2014/08/14/embolou-o-meio-de-campo/.
Segundo o mercado, a gestão Dilma (e do PT) se mostra, a cada dia, mais ineficiente na condução, a bom termo, da economia do país. Portanto, nesse caso, quanto pior melhor.
Com a concreta chance de vitória de Marina Silva sobre Dilma Roussef no segundo turno da eleição para presidente da república desse ano, conforme resultados das últimas pesquisas, o mercado achou por bem adotar em suas estratégias esta lógica reversa.
Pelo sim ou pelo não, doa a quem doer, essa é uma verdade. E a lógica do mercado é irrefutável, já que a candidata Marina Silva se comprometeu a manter o tripé de sustentação da política macroeconômica do país (responsabilidade fiscal – superávit fiscal -, metas de inflação e câmbio flutuante) em seu futuro governo, caso eleita.
Além disso, Marina Silva também se comprometeu com a formalização da “independência do Banco Central do Brasil”; o que tranquiliza, em muito, o mercado financeiro na medida em que impede interferências políticas do governo na condução da política monetária e cambial pelo Banco Central.
Vale lembrar que o governo atual vem, sistematicamente, desrespeitando esse postulado de boa gestão macroeconômica. O governo Dilma tem produzido tanto déficits recorrentes no balanço em conta corrente do setor externo da economia – o que o obriga a “administrar” o câmbio via aumento da taxa básica de juros Selic -, assim como déficits fiscais recorrentes – o que o obriga a adotar uma contabilidade fiscal criativa e desacreditada -, além de não conseguir controlar a taxa de inflação – com base nos últimos doze meses -, a qual toca a banda superior do intervalo de tolerância de 2 pp em relação à meta de 4,5% aa fixada pelo Conselho Monetário Nacional.
Dessa forma, pode-se esperar mais do mesmo…
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