A bolsa brasileira virou “mico”?
Parece que o investidor, seja ele local ou estrangeiro, acredita que a bolsa do Brasil virou mico. Cabe perguntar por que a BM&FBovespa não para de cair nos últimos tempos. Para responder a essa pergunta deve-se separar dois componentes importantes para a análise: fundamentos da economia e comportamento do investidor. No caso do componente de fundamentos, o receio dos investidores recai, entre outras coisas, sobre as perspectivas de crescimento econômico […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 12 de maio de 2011 às 13h35.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h19.
Parece que o investidor, seja ele local ou estrangeiro, acredita que a bolsa do Brasil virou mico. Cabe perguntar por que a BM&FBovespa não para de cair nos últimos tempos. Para responder a essa pergunta deve-se separar dois componentes importantes para a análise: fundamentos da economia e comportamento do investidor.
No caso do componente de fundamentos, o receio dos investidores recai, entre outras coisas, sobre as perspectivas de crescimento econômico mundial e suas consequências sobre o desempenho da economia brasileira, além das incertezas sobre os rumos da economia local em face do “freio ao crescimento” adotado pelo Banco Central do Brasil, na condução da sua política monetária devido à alta da inflação.
Já no caso do componente de comportamento, é sabido que a liquidez do mercado de bolsa local é muito dependente dos investidores “estrangeiros”. São eles é que movimentam o pregão da BM&FBovespa, causando muita volatilidade nos preços das ações quando mudam de posição. E isso tem acontecido com frequência ao longo do último ano, tendo se acentuado nos últimos meses. Para não falar que os investidores locais também não costumam “remar contra a maré” ou ir contra o mercado; tendo dado suporte ao movimento baixista nos preços das ações.
Pode-se ter uma idéia mais precisa sobre o comportamento dessas variáveis (fundamentos e comportamento do investidor) ao analisar a tabela abaixo, que detalha o desempenho econômico e das bolsas de valores de vários países (membros da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em conjunto com o Brasil e a China, que ainda não pertencem à organização.
Apesar do forte desempenho econômico do Brasil em 2010 – e da sua estimativa para 2011 e 2012 – frente ao registrado (e previsto) para os países da zona do euro e para os EUA no mesmo período, a bolsa do Brasil apresentou desempenho relativo muito inferior nos últimos 12 meses. Vale lembrar que o desempenho do Ibovespa em 2010 também não foi dos melhores (valorização de 0,5% aproximadamente).
Dessa forma, eu me pergunto, será que toda a melhora de fundamentos recente e o enorme potencial de crescimento econômico futuro do Brasil não está registrado no preço de suas companhias negociadas em bolsa ou, ao contrário, pode-se concluir que a bolsa brasileira virou “mico”?
http://www.twitter.com/investcerto
Parece que o investidor, seja ele local ou estrangeiro, acredita que a bolsa do Brasil virou mico. Cabe perguntar por que a BM&FBovespa não para de cair nos últimos tempos. Para responder a essa pergunta deve-se separar dois componentes importantes para a análise: fundamentos da economia e comportamento do investidor.
No caso do componente de fundamentos, o receio dos investidores recai, entre outras coisas, sobre as perspectivas de crescimento econômico mundial e suas consequências sobre o desempenho da economia brasileira, além das incertezas sobre os rumos da economia local em face do “freio ao crescimento” adotado pelo Banco Central do Brasil, na condução da sua política monetária devido à alta da inflação.
Já no caso do componente de comportamento, é sabido que a liquidez do mercado de bolsa local é muito dependente dos investidores “estrangeiros”. São eles é que movimentam o pregão da BM&FBovespa, causando muita volatilidade nos preços das ações quando mudam de posição. E isso tem acontecido com frequência ao longo do último ano, tendo se acentuado nos últimos meses. Para não falar que os investidores locais também não costumam “remar contra a maré” ou ir contra o mercado; tendo dado suporte ao movimento baixista nos preços das ações.
Pode-se ter uma idéia mais precisa sobre o comportamento dessas variáveis (fundamentos e comportamento do investidor) ao analisar a tabela abaixo, que detalha o desempenho econômico e das bolsas de valores de vários países (membros da OCDE – Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em conjunto com o Brasil e a China, que ainda não pertencem à organização.
Apesar do forte desempenho econômico do Brasil em 2010 – e da sua estimativa para 2011 e 2012 – frente ao registrado (e previsto) para os países da zona do euro e para os EUA no mesmo período, a bolsa do Brasil apresentou desempenho relativo muito inferior nos últimos 12 meses. Vale lembrar que o desempenho do Ibovespa em 2010 também não foi dos melhores (valorização de 0,5% aproximadamente).
Dessa forma, eu me pergunto, será que toda a melhora de fundamentos recente e o enorme potencial de crescimento econômico futuro do Brasil não está registrado no preço de suas companhias negociadas em bolsa ou, ao contrário, pode-se concluir que a bolsa brasileira virou “mico”?