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Vamos considerar a inocência

Vamos levar a inocência ao extremo da pureza, tridestilar o veneno em nossos corações e filtrar por dez vezes a arrogância elitista. Só não podemos, a bem da seriedade da argumentação, fechar os olhos aos fatos: corrupção, abuso de poder, tráfico de influência, enriquecimentos relâmpagos, leniência criminosa… Tudo isso aconteceu nos últimos 8 anos, mas, lembre-se, não podemos acusar ninguém; se, por forças que viram a obviedade ao avesso, soubermos […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2010 às 08h16.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h12.

Vamos levar a inocência ao extremo da pureza, tridestilar o veneno em nossos corações e filtrar por dez vezes a arrogância elitista. Só não podemos, a bem da seriedade da argumentação, fechar os olhos aos fatos: corrupção, abuso de poder, tráfico de influência, enriquecimentos relâmpagos, leniência criminosa… Tudo isso aconteceu nos últimos 8 anos, mas, lembre-se, não podemos acusar ninguém; se, por forças que viram a obviedade ao avesso, soubermos os culpados, não nos daremos ao luxo de adivinhar suas intenções, que, em princípio, são as mais amenas, nunca o aparelhamento de Estado. Nem sequer existe dolo. Vamos fazer todas as nossas considerações com isso em mente.

Fato:

“É muito difícil conhecer os pormenores de cada assessor, o que cada um faz, é complicado. Numa grande organização às vezes pode acontecer alguma coisa e isto só se consolidará quando houver todo o processo de inquisição, de apuração e de julgamento”. Michel Temer, vice de Dilma.

Considerações:

Esse governo perde-se da vista, sofre tanto de generosidade como de gigantismo, apropria-se de 40% da riqueza produzida pelos trabalhadores para criar inúmeros cargos públicos e ministérios destinados a entrar na vida de todos, fazer reformas mil, reinventar o brasileiro, mudar o mundo, virar capa de revista, ter seu próprio canal de televisão, patrocinar mídia de aliados, mudar tudo que está aí… Michel Temer, concordo contigo, é muito difícil. E continuará sendo, pois o que move eleitos e eleitores é uma força cega ao mínimo de racionalidade. Refiro-me à velha tese do cobertor curto, de talentos e recursos, que não dá conta realisticamente de todas as boas intenções do universo. Com toda inocência, e mesmo supondo-a absoluta, só vejo 3 prospectos possíveis para o supermalabarismo dos supercândidos: 1) o governo, que não cabe em si, será presa fácil de oportunistas do caos 2) tornar-se-á corruptor e policialesco para manter e comprar a pureza de suas ações, 3) um pêndulo entre essas duas alternativas, dependendo da força das instituições que se formaram antes do advento do governo Lula, que, aparentemente, existiram.

Vamos continuar considerando a inocência e os fatos – e, por isso mesmo, as alucinações.

Publicado em “A Mosca Azul”

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Vamos levar a inocência ao extremo da pureza, tridestilar o veneno em nossos corações e filtrar por dez vezes a arrogância elitista. Só não podemos, a bem da seriedade da argumentação, fechar os olhos aos fatos: corrupção, abuso de poder, tráfico de influência, enriquecimentos relâmpagos, leniência criminosa… Tudo isso aconteceu nos últimos 8 anos, mas, lembre-se, não podemos acusar ninguém; se, por forças que viram a obviedade ao avesso, soubermos os culpados, não nos daremos ao luxo de adivinhar suas intenções, que, em princípio, são as mais amenas, nunca o aparelhamento de Estado. Nem sequer existe dolo. Vamos fazer todas as nossas considerações com isso em mente.

Fato:

“É muito difícil conhecer os pormenores de cada assessor, o que cada um faz, é complicado. Numa grande organização às vezes pode acontecer alguma coisa e isto só se consolidará quando houver todo o processo de inquisição, de apuração e de julgamento”. Michel Temer, vice de Dilma.

Considerações:

Esse governo perde-se da vista, sofre tanto de generosidade como de gigantismo, apropria-se de 40% da riqueza produzida pelos trabalhadores para criar inúmeros cargos públicos e ministérios destinados a entrar na vida de todos, fazer reformas mil, reinventar o brasileiro, mudar o mundo, virar capa de revista, ter seu próprio canal de televisão, patrocinar mídia de aliados, mudar tudo que está aí… Michel Temer, concordo contigo, é muito difícil. E continuará sendo, pois o que move eleitos e eleitores é uma força cega ao mínimo de racionalidade. Refiro-me à velha tese do cobertor curto, de talentos e recursos, que não dá conta realisticamente de todas as boas intenções do universo. Com toda inocência, e mesmo supondo-a absoluta, só vejo 3 prospectos possíveis para o supermalabarismo dos supercândidos: 1) o governo, que não cabe em si, será presa fácil de oportunistas do caos 2) tornar-se-á corruptor e policialesco para manter e comprar a pureza de suas ações, 3) um pêndulo entre essas duas alternativas, dependendo da força das instituições que se formaram antes do advento do governo Lula, que, aparentemente, existiram.

Vamos continuar considerando a inocência e os fatos – e, por isso mesmo, as alucinações.

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