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Um raio X do aparelhamento do Estado

Também na revista “Época” vale a pena conferir a carta do diretor de redação Hélio Gurovitz sobre a ineficiência do Estado, e a dilatação da máquina pública com cargos comissionados como nunca se viu em nenhum país sério: “O papel do Estado é um dos temas centrais da campanha eleitoral deste ano. Essa questão se desdobra em duas outras: o tamanho do setor público no Brasil e sua eficiência para […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 8 de maio de 2010 às 13h48.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h55.

Também na revista “Época” vale a pena conferir a carta do diretor de redação Hélio Gurovitz sobre a ineficiência do Estado, e a dilatação da máquina pública com cargos comissionados como nunca se viu em nenhum país sério:

“O papel do Estado é um dos temas centrais da campanha eleitoral deste ano. Essa questão se desdobra em duas outras: o tamanho do setor público no Brasil e sua eficiência para oferecer serviços ao cidadão. Em nenhuma delas o país está bem. Nosso Estado é grande, pesado, lerdo, ineficiente e nos oferece serviços precários. Metade da nossa riqueza é sugada pela máquina pública – e, apesar das raízes seculares do problema, há pouca consciência no país da importância de reduzir esse peso. Ele atravanca a economia, impede que haja redução na miséria e na desigualdade e drena recursos que a sociedade poderia aplicar melhor em saúde, educação e segurança.
(…)
Essa é uma das principais razões para a péssima qualidade dos serviços prestados ao cidadão. É natural que um partido eleito nomeie quadros para postos de confiança no governo. Mas nenhum país sério tem tantos cargos à disposição do presidente da República. No Brasil, ele nomeia mais de 20 mil funcionários. Nos Estados Unidos, um país de população, economia e máquina estatal muito maiores, o presidente Barack Obama pode nomear exatamente 979 funcionários. Na maior parte dos casos, eles têm de apresentar currículos e provas detalhadas de sua competência técnica. Muitos são sabatinados e frequentemente vetados pelo Congresso.

Na melhor das hipóteses, as nomeações políticas apenas levam o Estado a funcionar mal. Na hipótese mais realista, elas são o nicho onde se aninham grupos interessados em desviar os recursos do governo, uma porta aberta para a corrupção. Se o Brasil deseja mesmo combater os corruptos, precisa reduzir o número de cargos comissionados no governo. Se não fizermos isso, podem mudar os partidos, mas o problema permanecerá.”

Leia a carta na íntegra AQUI, e não deixe de conferir também a matéria de Sérgio Praça: “Há vagas para os amigos”.

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Também na revista “Época” vale a pena conferir a carta do diretor de redação Hélio Gurovitz sobre a ineficiência do Estado, e a dilatação da máquina pública com cargos comissionados como nunca se viu em nenhum país sério:

“O papel do Estado é um dos temas centrais da campanha eleitoral deste ano. Essa questão se desdobra em duas outras: o tamanho do setor público no Brasil e sua eficiência para oferecer serviços ao cidadão. Em nenhuma delas o país está bem. Nosso Estado é grande, pesado, lerdo, ineficiente e nos oferece serviços precários. Metade da nossa riqueza é sugada pela máquina pública – e, apesar das raízes seculares do problema, há pouca consciência no país da importância de reduzir esse peso. Ele atravanca a economia, impede que haja redução na miséria e na desigualdade e drena recursos que a sociedade poderia aplicar melhor em saúde, educação e segurança.
(…)
Essa é uma das principais razões para a péssima qualidade dos serviços prestados ao cidadão. É natural que um partido eleito nomeie quadros para postos de confiança no governo. Mas nenhum país sério tem tantos cargos à disposição do presidente da República. No Brasil, ele nomeia mais de 20 mil funcionários. Nos Estados Unidos, um país de população, economia e máquina estatal muito maiores, o presidente Barack Obama pode nomear exatamente 979 funcionários. Na maior parte dos casos, eles têm de apresentar currículos e provas detalhadas de sua competência técnica. Muitos são sabatinados e frequentemente vetados pelo Congresso.

Na melhor das hipóteses, as nomeações políticas apenas levam o Estado a funcionar mal. Na hipótese mais realista, elas são o nicho onde se aninham grupos interessados em desviar os recursos do governo, uma porta aberta para a corrupção. Se o Brasil deseja mesmo combater os corruptos, precisa reduzir o número de cargos comissionados no governo. Se não fizermos isso, podem mudar os partidos, mas o problema permanecerá.”

Leia a carta na íntegra AQUI, e não deixe de conferir também a matéria de Sérgio Praça: “Há vagas para os amigos”.

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