Transferência do Arquivo Nacional para Casa Civil gera resistência
O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, pretende transferir o Arquivo Nacional para a Casa Civil. Palocci alega que a idéia é concentrar o ministério nas funções originais de assessoramento da Presidência, mas a notícia não agradou os profissionais de arquivologia e o assunto é motivo de uma mesa-redonda no Auditório Paulo Freire do Centro de Ciências Humanas e Sociais (RJ), para decidir outras iniciativas contra a mudança. Para o […] Leia mais
Publicado em 5 de janeiro de 2011 às, 20h06.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h37.
O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, pretende transferir o Arquivo Nacional para a Casa Civil. Palocci alega que a idéia é concentrar o ministério nas funções originais de assessoramento da Presidência, mas a notícia não agradou os profissionais de arquivologia e o assunto é motivo de uma mesa-redonda no Auditório Paulo Freire do Centro de Ciências Humanas e Sociais (RJ), para decidir outras iniciativas contra a mudança.
Para o professor José Maria Jardim, da Escola de Arquivologia da UniRio, a mudança representa um retrocesso para a política de acesso e transparência dos acervos públicos do país: “O maior risco é de que o Arquivo volte a ser um mero depósito de documentos. Ainda estamos longe de uma política de transparência, mas a gestão do acervo deu um inegável salto de qualidade – sustentou”. Jardim teme que, ao voltar ao Ministério da Justiça, o Arquivo readquira o caráter de repositório de documentos destinados apenas a comprovar fatos, perdendo a dinâmica que o acervo ganhara, nos últimos anos, no campo da produção de conhecimento.
O acervo do Regime Militar (1964-1985) conhecido publicamente faz parte do patrimônio do Arquivo Nacional. O Ministério da Justiça, consultado nesta terça-feira sobre a mobilização desencadeada contra a transferência, decidiu não se manifestar por enquanto a respeito do assunto.
Fonte: jornal ” O Globo”