Estados fora da reforma: Perdemos chance de atingir equilíbrio, diz Tafner
Economista analisa as alterações no texto da reforma da Previdência apresentadas pela Comissão Especial
institutomillenium
Publicado em 18 de junho de 2019 às 12h26.
Última atualização em 18 de junho de 2019 às 13h46.
O economista Paulo Tafner , um dos maiores especialistas em Previdência no Brasil, analisou o relatório apresentado na Comissão Especial da Câmara que discute a reforma previdenciária. Em evento promovido pelo Imil na Sala de Aula na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na última segunda-feira (17), o economista reforçou que as alterações no texto da reforma feitas pelo relator Samuel Moreira preservam pontos importantes, como a idade mínima e o tempo de transição, entretanto, algumas questões essenciais foram deixadas de fora.
Tafner ressalta que mesmo a redução da despesa tendo passado à casa dos R$ 850 bilhões, diferentemente dos mais de R$ 1 trilhão propostos originalmente, o valor ainda representa o dobro do que foi sugerido pelo governo anterior.
Assista à entrevista abaixo:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=w0CdG6JxC8g%5D
A exclusão de estados e municípios é um dos pontos suprimidos. Uma decisão preocupante, diante da dificuldade financeira desses governos. Essa situação reflete na falta de serviços básicos oferecidos ao cidadão e no deterioramento da estrutura existente.
“A despesa com pessoal nos orçamentos dos estados saiu de aproximadamente 35% para mais de 60%, em alguns casos chega a 80% de toda a receita para aposentados, pensionistas e ativos”, informa Tafner.
Leia mais de Tafner sobre a Previdência Social
Por que reformar a Previdência?
Quem teme a reforma da Previdência?
Diferenças, sim. Privilégios, não!
Além da alíquota extraordinária para servidores públicos, que também ficou de fora, os deputados modificaram pontos da desconstitucionalização. Para o especialista, o Brasil perdeu uma oportunidade importante de entrar em equilíbrio com o resto do mundo.
“De 90 países que pesquisamos, todos têm a matéria previdenciária fora da Constituição. Nela, apenas as regras gerais. O Brasil tem quase tudo na Constituição, então qualquer mudança se torna muito difícil”.
+ Conheça o movimento "Apoie a Reforma"
A discussão sobre a capitalização também ficou para outro momento. Tafner reforça que o atual sistema de repartição, onde os trabalhadores da ativa financiam as aposentadorias, é extremamente frágil, sobretudo pelas mudanças demográficas. A questão resulta em déficit fiscal e em transferência de renda. “Combinar virtudes da repartição com virtudes da capitalização é um caminho desejável. É isso que o resto do mundo está fazendo”, defende.
O economista Paulo Tafner , um dos maiores especialistas em Previdência no Brasil, analisou o relatório apresentado na Comissão Especial da Câmara que discute a reforma previdenciária. Em evento promovido pelo Imil na Sala de Aula na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na última segunda-feira (17), o economista reforçou que as alterações no texto da reforma feitas pelo relator Samuel Moreira preservam pontos importantes, como a idade mínima e o tempo de transição, entretanto, algumas questões essenciais foram deixadas de fora.
Tafner ressalta que mesmo a redução da despesa tendo passado à casa dos R$ 850 bilhões, diferentemente dos mais de R$ 1 trilhão propostos originalmente, o valor ainda representa o dobro do que foi sugerido pelo governo anterior.
Assista à entrevista abaixo:
[youtube https://www.youtube.com/watch?v=w0CdG6JxC8g%5D
A exclusão de estados e municípios é um dos pontos suprimidos. Uma decisão preocupante, diante da dificuldade financeira desses governos. Essa situação reflete na falta de serviços básicos oferecidos ao cidadão e no deterioramento da estrutura existente.
“A despesa com pessoal nos orçamentos dos estados saiu de aproximadamente 35% para mais de 60%, em alguns casos chega a 80% de toda a receita para aposentados, pensionistas e ativos”, informa Tafner.
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