Simon Schwartzman: “Com os atuais recursos daria para fazer muito samba na educação”
“O sistema do Ensino Médio brasileiro é desastroso”. Essa é a percepção do sociólogo e presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), Simon Schwartzman. E não é por falta de dinheiro. Segundo Schwartzman, o volume de recursos investidos por estudante nesse nível do ensino triplicou nos últimos 15 anos. O caminho, na visão do sociólogo, é o das reformas. Simon concorda com a flexibilização dos currículos proposta […] Leia mais
Publicado em 9 de novembro de 2016 às, 10h43.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h25.
“O sistema do Ensino Médio brasileiro é desastroso”. Essa é a percepção do sociólogo e presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), Simon Schwartzman. E não é por falta de dinheiro. Segundo Schwartzman, o volume de recursos investidos por estudante nesse nível do ensino triplicou nos últimos 15 anos. O caminho, na visão do sociólogo, é o das reformas.
Simon concorda com a flexibilização dos currículos proposta pelo Ministério da Educação (Mec) através de uma medida provisória. Ele é favorável à ideia de reduzir o número de disciplinas obrigatórias e dividir a formação em áreas específicas do saber de acordo com as aptidões dos jovens. Nesse processo, o sociólogo diz que é importante definir os conhecimentos que todos os estudantes precisam dominar, isto é, a Base Nacional Curricular Comum do Ensino Médio.
Ainda sobre a medida provisória, o especialista do Instituto Millenium acredita que o grande erro do governo foi ter anunciado as mudanças sem uma discussão anterior envolvendo representantes dos grupos mais impactados pelas propostas. “A medida está escrita em juridiquês, ninguém entende aquilo”, critica.
Sobre a PEC 241, Schwartzman diz que o Ministério da Educação tem um orçamento gigantesco, no entanto, esse dinheiro é jogado fora devido ao seu mau uso. O professor lembra que não existe nenhum estudo que demonstre a relação entre a qualidade do ensino e o aumento das verbas destinadas a educação. “Com os atuais recursos, corrigidos pela inflação, dá para fazer muito samba na educação”, conclui.
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