Se eficiente, o BNDES teria metade do seu tamanho
“Precisamos do BNDES?”, o mais recente artigo do especialista Sérgio Lazzarini em colaboração com A. Musacchio, R. Bandeira-de-Mello e R. Marcon, critica a prática do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em privilegiar grandes grupos e financiar privatizações e concessões com quantidades enormes de recursos públicos. Um estudo desenvolvido pelos autores do artigo com as empresas listadas em bolsa no país entre 2002 e 2009, mostra que “embora […] Leia mais
Publicado em 13 de março de 2012 às, 12h45.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h32.
“Precisamos do BNDES?”, o mais recente artigo do especialista Sérgio Lazzarini em colaboração com A. Musacchio, R. Bandeira-de-Mello e R. Marcon, critica a prática do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em privilegiar grandes grupos e financiar privatizações e concessões com quantidades enormes de recursos públicos.
Um estudo desenvolvido pelos autores do artigo com as empresas listadas em bolsa no país entre 2002 e 2009, mostra que “embora o banco empreste para empresas com bom fluxo de caixa, um aumento ou diminuição das alocações do BNDES para essas empresas não afetam consistentemente o seu desempenho ou taxa de investimento. Empresas comparáveis, sem BNDES, investem tanto quanto empresas com BNDES”.
O investimento em infraestrutura também foi abordado pelo artigo. Para os autores, o BNDES não é eficiente no que se propõe: “Por que, por exemplo, financiar 60 a 80% dos investimentos em estádios de futebol ou grandes aeroportos de elevado tráfego, quando são projetos que interessam às empresas? Continua, no Brasil, a prática de financiar privatizações e concessões com volumosos recursos públicos. O correto seria fazer isso só no caso de projetos com baixo interesse pelo setor privado. Aeroportos regionais, prisões, saneamento, estradas e portos em regiões pouco desenvolvidas são exemplos.”
Sérgio Lazzarini não ignora a importância de um órgão como o BNDES, que para ele, tem a importância em “financiar empreendedores com bons projetos, mas sem acesso a capital”. Para ele, o banco deveria ser mais seletivo em suas alocações e suprir falhas reais de mercado. Como consequência, o banco “teria metade do tamanho que tem agora”. Lazzarini finaliza: “Seria uma oportunidade de reter os talentos do banco e colocá-los para incentivar e monitorar iniciativas de alto impacto social. Interessa aos governantes e políticos, entretanto, abrir mão de um colosso com grande influência sobre o direcionamento de crédito no país? Para essa pergunta, infelizmente também já sabemos a resposta”.
Leia “Precisamos do BNDES?” na íntegra.