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Reduzir o número de parlamentares: uma boa saída?

Instituto Millenium conversou com o cofundador da Sigalei, Ivan Ervolino, que analisou os possíveis efeitos que a mudança poderia trazer para o Brasil

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institutomillenium

Publicado em 22 de setembro de 2020 às 12h39.

Última atualização em 24 de setembro de 2020 às 13h38.

Os italianos aprovaram recentemente uma redução de um terço no tamanho do Parlamento. A votação aconteceu na última segunda-feira (21) e, com a mudança, o número de deputados e senadores vai passar de 945 para 600 em 2023, quando o país europeu realizará novas eleições. No Brasil, que vive há anos um cenário de incerteza aliado ao descrédito em boa parte da classe política, a questão voltou a ser debatida. Mas, afinal, o que uma mudança por aqui representaria? O Instituto Millenium conversou com Ivan Ervolino, cofundador da Sigalei , uma plataforma de Inteligência Política e Regulatória. Ouça o podcast!

Atualmente, o parlamento brasileiro é composto por 513 deputados e 81 senadores, fórmula estipulada para que os Estados tivessem representatividade territorial, com três senadores por estado, e populacional, com o número variável de deputados federais. “O número de senadores é fixo, para demonstrar que todos os estados tem a mesma importância, já a Câmara dos Deputados faz a equalização proporcional ao número de habitantes, com o mínimo de 8 a máximo de 70 deputados por estado”, disse.

Mas, afinal, uma redução do número de parlamentares é benéfica ou aumenta a qualidade dos representantes? Não necessariamente, de acordo com Ervolino. Quando questionado sobre a possibilidade de redução no número de parlamentares, o cofundador da Sigalei ressaltou que é necessário analisar os impactos de economia ou gastos que a medida poderá gerar para a máquina pública, em paralelo ao quanto a população está de fato representada pela quantidade de parlamentares que temos hoje.

“A questão é: será que esses 513 deputados estão representando de maneira adequada os grupos que os elegeram? Essa é a primeira pergunta, antes de discutir o número, se cortaremos 100, 200 ou aumentaremos 50. Eu acho que não, sem generalizar, mas a minha impressão é que a população sente falta de representatividade daqueles que estão ocupando os cargos e que deveriam levar as demandas dos grupos que representam e pensar em políticas públicas específicas”, disse.
Outro alerta feito pelo especialista foi quanto ao cuidado que devemos ter com a importação de modelos, já que, ao contrário de outras áreas, na ciência política estamos imersos no experimento – portanto não é possível reiniciar e começar tudo de novo. Os ajustes são feitos durante o processo, conforme a necessidade.

“É muito importante para a democracia no Brasil organizarmos um debate e discutir quais outras formas de representatividade podemos adotar. Os modelos políticos são pensados para determinados ambientes, e aí eu falo de nível de educação da população, nível de engajamento da população com política e a capacidade de compra. Tudo isso impacta no processo de representação política. Vale olhar para outros países e ver o que está sendo feito, mas a solução está interna. Nós precisamos pensar e ajustar o modelo que mais se adequa a nossa realidade”, finaliza.

Os italianos aprovaram recentemente uma redução de um terço no tamanho do Parlamento. A votação aconteceu na última segunda-feira (21) e, com a mudança, o número de deputados e senadores vai passar de 945 para 600 em 2023, quando o país europeu realizará novas eleições. No Brasil, que vive há anos um cenário de incerteza aliado ao descrédito em boa parte da classe política, a questão voltou a ser debatida. Mas, afinal, o que uma mudança por aqui representaria? O Instituto Millenium conversou com Ivan Ervolino, cofundador da Sigalei , uma plataforma de Inteligência Política e Regulatória. Ouça o podcast!

Atualmente, o parlamento brasileiro é composto por 513 deputados e 81 senadores, fórmula estipulada para que os Estados tivessem representatividade territorial, com três senadores por estado, e populacional, com o número variável de deputados federais. “O número de senadores é fixo, para demonstrar que todos os estados tem a mesma importância, já a Câmara dos Deputados faz a equalização proporcional ao número de habitantes, com o mínimo de 8 a máximo de 70 deputados por estado”, disse.

Mas, afinal, uma redução do número de parlamentares é benéfica ou aumenta a qualidade dos representantes? Não necessariamente, de acordo com Ervolino. Quando questionado sobre a possibilidade de redução no número de parlamentares, o cofundador da Sigalei ressaltou que é necessário analisar os impactos de economia ou gastos que a medida poderá gerar para a máquina pública, em paralelo ao quanto a população está de fato representada pela quantidade de parlamentares que temos hoje.

“A questão é: será que esses 513 deputados estão representando de maneira adequada os grupos que os elegeram? Essa é a primeira pergunta, antes de discutir o número, se cortaremos 100, 200 ou aumentaremos 50. Eu acho que não, sem generalizar, mas a minha impressão é que a população sente falta de representatividade daqueles que estão ocupando os cargos e que deveriam levar as demandas dos grupos que representam e pensar em políticas públicas específicas”, disse.
Outro alerta feito pelo especialista foi quanto ao cuidado que devemos ter com a importação de modelos, já que, ao contrário de outras áreas, na ciência política estamos imersos no experimento – portanto não é possível reiniciar e começar tudo de novo. Os ajustes são feitos durante o processo, conforme a necessidade.

“É muito importante para a democracia no Brasil organizarmos um debate e discutir quais outras formas de representatividade podemos adotar. Os modelos políticos são pensados para determinados ambientes, e aí eu falo de nível de educação da população, nível de engajamento da população com política e a capacidade de compra. Tudo isso impacta no processo de representação política. Vale olhar para outros países e ver o que está sendo feito, mas a solução está interna. Nós precisamos pensar e ajustar o modelo que mais se adequa a nossa realidade”, finaliza.

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