Recuperação ainda não está a vista
Muitos já consideram ser possível enxergar alguma “luz no fim do túnel”. Outros, mais cautelosos, preferem aguardar o desenlace dos acontecimentos em abril para terem alguma certeza. Os dados econômicos dos EUA ainda são por demais contraditórios, não sendo possível vislumbrar um cenário de recuperação mais consistente. A crise ainda deve queimar mais alguns meses. Nesta quarta-feira (daí 15), uma série de indicadores norte-americanos mostraram que a economia dos EUA […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2009 às 09h11.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 13h47.
Muitos já consideram ser possível enxergar alguma “luz no fim do túnel”. Outros, mais cautelosos, preferem aguardar o desenlace dos acontecimentos em abril para terem alguma certeza. Os dados econômicos dos EUA ainda são por demais contraditórios, não sendo possível vislumbrar um cenário de recuperação mais consistente. A crise ainda deve queimar mais alguns meses.
Nesta quarta-feira (daí 15), uma série de indicadores norte-americanos mostraram que a economia dos EUA ainda continua envolta numa “pesada névoa”, com um limitado campo de visão para os agentes. Se os dados do Índice Empire State, com atividade industrial, não vieram tão negativos, o CPI de março acabou se mostrando preocupante, com deflação, assim como a atividade industrial norte-americana em queda, ambos piores do que as projeções de mercado. O “Livro Bege”, também, não mostrou grandes novidades, com os distritos pesquisados ainda mostrando atividade econômica fraca, mesmo com alguma tênue em alguns.
Sendo assim, a atividade industrial, pelo Índice Empire State, acabou melhor do que o esperado, com um índice de -14,65 quando se esperava -35,5. Em março, a produção havia sido de -38,23. Já o CPI de março registrou deflação de 0,1%, quando o mercado esperava alta de 0,2%. O núcleo veio em 0,2%. Contra março de 2008, o CPI registrou deflação de 0,4%, com núcleo subindo 1,8%. Outro indicador foi a produção industrial norte-americana de março, que recuou 1,5% contra o mês anterior, repetindo este mesmo mês, com o mercado esperando recuo de apenas 0,9%. Já o nível de utilização da capacidade instalada recuou a 69,3%, o menor nível desde 1967, abaixo do mês anterior (69,7%). Isto demonstra que a economia norte-americana continua muito frágil, não existindo motivos para grandes festejos.
No Brasil, o indicador em destaque acabou sendo o Caged, mostrando expansão na oferta de empregos formais em março contra fevereiro, mas recuando contra o mesmo mês do ano passado e no acumulado ao ano. Em março, foram abertas 34,81 mil vagas de empregos formais, bem menor do que no mesmo mês de 2008 (206,55 mil), mas superando fevereiro (9,1 mil), neste caso, depois de três meses de queda. Com isto, no ano a geração de empregos formais se encontrou negativa em 57,75 mil no primeiro trimestre, bem aquém do registrado no mesmo período de 2008 (+554,44 mil). O maior corte de empregos, neste período de análise, se encontra na indústria, com perda de 35,77 mil.
Outro fato a destacar foi a decisão da Fazenda de reduzir a meta de superávit primário para este ano, de 3,8% para 2,5%, com este corte representando o abatimento dos investimentos da Petrobras, não mais contabilizados como despesas no Orçamento Geral da União. Só esperamos que estes recursos excedentes não sejam usados na manutenção da ineficiente e inchada máquina pública, mas sim em investimentos públicos.
Neste primeiro trimestre de 2009, as despesas correntes, ou seja, com Pessoal e Custeio, cresceram 23,4%, com Pessoal avançando 27% e a folha de pagamento passando de R$ 32,2 bilhões para R$ 40,9 bilhões. Lembremos que estas despesas não são “contra cíclicas”, já que são consideradas permanentes e pressionam as contas públicas no futuro. Já os investimentos públicos, estes sim essenciais para a retomada da economia, avançaram apenas 11,7% e a arrecadação tributária despencou 91,% no primeiro bimestre deste ano contra igual período de 2008. É ou não é para ficar atento a estas contas?
Muitos já consideram ser possível enxergar alguma “luz no fim do túnel”. Outros, mais cautelosos, preferem aguardar o desenlace dos acontecimentos em abril para terem alguma certeza. Os dados econômicos dos EUA ainda são por demais contraditórios, não sendo possível vislumbrar um cenário de recuperação mais consistente. A crise ainda deve queimar mais alguns meses.
Nesta quarta-feira (daí 15), uma série de indicadores norte-americanos mostraram que a economia dos EUA ainda continua envolta numa “pesada névoa”, com um limitado campo de visão para os agentes. Se os dados do Índice Empire State, com atividade industrial, não vieram tão negativos, o CPI de março acabou se mostrando preocupante, com deflação, assim como a atividade industrial norte-americana em queda, ambos piores do que as projeções de mercado. O “Livro Bege”, também, não mostrou grandes novidades, com os distritos pesquisados ainda mostrando atividade econômica fraca, mesmo com alguma tênue em alguns.
Sendo assim, a atividade industrial, pelo Índice Empire State, acabou melhor do que o esperado, com um índice de -14,65 quando se esperava -35,5. Em março, a produção havia sido de -38,23. Já o CPI de março registrou deflação de 0,1%, quando o mercado esperava alta de 0,2%. O núcleo veio em 0,2%. Contra março de 2008, o CPI registrou deflação de 0,4%, com núcleo subindo 1,8%. Outro indicador foi a produção industrial norte-americana de março, que recuou 1,5% contra o mês anterior, repetindo este mesmo mês, com o mercado esperando recuo de apenas 0,9%. Já o nível de utilização da capacidade instalada recuou a 69,3%, o menor nível desde 1967, abaixo do mês anterior (69,7%). Isto demonstra que a economia norte-americana continua muito frágil, não existindo motivos para grandes festejos.
No Brasil, o indicador em destaque acabou sendo o Caged, mostrando expansão na oferta de empregos formais em março contra fevereiro, mas recuando contra o mesmo mês do ano passado e no acumulado ao ano. Em março, foram abertas 34,81 mil vagas de empregos formais, bem menor do que no mesmo mês de 2008 (206,55 mil), mas superando fevereiro (9,1 mil), neste caso, depois de três meses de queda. Com isto, no ano a geração de empregos formais se encontrou negativa em 57,75 mil no primeiro trimestre, bem aquém do registrado no mesmo período de 2008 (+554,44 mil). O maior corte de empregos, neste período de análise, se encontra na indústria, com perda de 35,77 mil.
Outro fato a destacar foi a decisão da Fazenda de reduzir a meta de superávit primário para este ano, de 3,8% para 2,5%, com este corte representando o abatimento dos investimentos da Petrobras, não mais contabilizados como despesas no Orçamento Geral da União. Só esperamos que estes recursos excedentes não sejam usados na manutenção da ineficiente e inchada máquina pública, mas sim em investimentos públicos.
Neste primeiro trimestre de 2009, as despesas correntes, ou seja, com Pessoal e Custeio, cresceram 23,4%, com Pessoal avançando 27% e a folha de pagamento passando de R$ 32,2 bilhões para R$ 40,9 bilhões. Lembremos que estas despesas não são “contra cíclicas”, já que são consideradas permanentes e pressionam as contas públicas no futuro. Já os investimentos públicos, estes sim essenciais para a retomada da economia, avançaram apenas 11,7% e a arrecadação tributária despencou 91,% no primeiro bimestre deste ano contra igual período de 2008. É ou não é para ficar atento a estas contas?