Exame.com
Continua após a publicidade

"Sou praticamente um escravo"

Vale a pena conferir o artigo de Mariana Timóteo da Costa, publicado em 1º de julho na seção de Opinião do “O Globo”, sobre sua recente viagem à Cuba. A jornalista relata tanto os pontos positivos – “um povo pobre, mas distanciado da miséria. Grato por não morrer de fome, ter acesso ao serviço público de saúde, por poder estudar e viver num país em que a violência praticamente inexiste […] Leia mais

I
Instituto Millenium

Publicado em 1 de julho de 2010 às, 15h06.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 11h40.

Vale a pena conferir o artigo de Mariana Timóteo da Costa, publicado em 1º de julho na seção de Opinião do “O Globo”, sobre sua recente viagem à Cuba. A jornalista relata tanto os pontos positivos – “um povo pobre, mas distanciado da miséria. Grato por não morrer de fome, ter acesso ao serviço público de saúde, por poder estudar e viver num país em que a violência praticamente inexiste nas ruas” – quanto os negativos. Leia e tire suas próprias conclusões:

Gritos no silêncio cubano

MARIANA TIMÓTEO DA COSTA

Voltei recentemente de Cuba com um grupo de amigos, todos jornalistas que vivem em Caracas. Mais do que turismo pelas majestosas Havana e Viñales, no interior, nos interessou conversar com os cubanos, saber como vivem e o que pensam sobre a Revolução. Fomos a casas de famílias, a festas, a bares, restaurantes, levamos uma bola de futebol e jogamos com gente nas ruas. O que pudemos ver foi um povo pobre, mas distanciado da miséria. Grato por não morrer de fome, ter acesso ao serviço público de saúde, por poder estudar e viver num país em que a violência praticamente inexiste nas ruas — graças às rígidas políticas da Revolução, que ameaça com a prisão perpétua quem pratique um crime.

Musicais e sensuais, os cubanos adoram salsa e reggaeton e estão sempre sorrindo, mas, quando confiam nos interlocutores, fazem duras críticas ao modo como vivem.

Sonham com liberdade e oportunidades.

Impressiona a quantidade de gente que não faz nada o dia todo.

Não há trabalho — ou ele não vale a pena. Nas casas de Havana que antes deveriam ser lindas, mas quase todas hoje em ruínas, as pessoas passam o dia matando o tempo, sentadas nas varandas ou em mesinhas nas calçadas. Pedem tudo: de balas a artigos de higiene pessoal. Dinheiro não, porque pode dar cadeia. Read more