“Que a desigualdade seja combatida com democracia”
Embora extremamente violenta, é a desigualdade – e não o problema da violência – que preenche a pauta política da América Latina, segundo a cientista política e professora da PUC-Rio, Maria Celina D’Araújo. Em debate na Casa da Liberdade, que reuniu especialistas brasileiros na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), Maria Celina destacou que o tema da desigualdade foi politizado, ao contrário da violência. Ambas as questões, no entanto, são […] Leia mais
Publicado em 27 de julho de 2015 às, 14h47.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h59.
Embora extremamente violenta, é a desigualdade – e não o problema da violência – que preenche a pauta política da América Latina, segundo a cientista política e professora da PUC-Rio, Maria Celina D’Araújo. Em debate na Casa da Liberdade, que reuniu especialistas brasileiros na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), Maria Celina destacou que o tema da desigualdade foi politizado, ao contrário da violência. Ambas as questões, no entanto, são problemas estruturais da jovem democracia latina. “O Brasil e seus vizinhos não têm tradição liberal, nem democrática, nem socialista-democrática. Nós temos uma tradição de caudilhos, longevos no poder, e de partidocracias”, explicou, acrescentando que preocupa o fato de algumas nações do continente retomarem o passado caudilhesco. “Se a gente teve um ímpeto liberal mais forte foi para enfrentar a crise dos anos 1980, 1990. A crise não foi provocada pelo ímpeto liberal. O ímpeto liberal foi uma reação à crise”, disse, durante o painel “O estado da democracia na América Latina”. A cientista política ressaltou que, neste cenário, é preciso ficar alerta para os principais desafios do continente: “Que a desigualdade seja combatida com democracia, que a gente não precise de novos caudilhos para combatê-la. E que essa democracia seja com liberdade”, disse. Assista ao vídeo.
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