Pressão popular pode barrar perdão ao caixa 2, segundo Nuno Coimbra
A articulação dos parlamentares para aprovar a anistia aos crimes de caixa 2 cometidos antes da promulgação da nova lei sobre essa prática ilegal, prevista no Projeto de Lei 4.850/16, popularmente conhecido como as “Dez Medidas de Combate à Corrupção”, está gerando preocupação. O cientista político e especialista do Instituto Millenium, Nuno Coimbra, explica que é preciso pressionar para que o perdão não passe. Os crimes de caixa 2 devem […] Leia mais
Publicado em 24 de novembro de 2016 às, 17h14.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 07h23.
A articulação dos parlamentares para aprovar a anistia aos crimes de caixa 2 cometidos antes da promulgação da nova lei sobre essa prática ilegal, prevista no Projeto de Lei 4.850/16, popularmente conhecido como as “Dez Medidas de Combate à Corrupção”, está gerando preocupação.
O cientista político e especialista do Instituto Millenium, Nuno Coimbra, explica que é preciso pressionar para que o perdão não passe. Os crimes de caixa 2 devem ser julgados pela lei existente na época em que os crimes foram cometidos. A nova legislação não pode anistiar as irregularidades.
O pesquisador, especializado no estudo das relações entre a mídia e a democracia, diz que assim como na criação da Lei da Ficha Limpa, em 2010, a criminalização do caixa 2, encontrará forte resistência da classe política por ir de encontro, pasme, com os seus interesses.
Nuno ressalta que, assim como na lei da Ficha Limpa, o julgamento das pessoas que receberam propina nos esquemas investigados pela Operação Lava Jato, que entra em nova fase com a delação premiada dos executivos da Odebrecht, dependerá da pressão popular e dos meios de comunicação.
Na opinião de Nuno Coimbra, o contexto não é favorável à aprovação da anistia. “A atenção das pessoas está muito voltada para a política e para a corrupção”.
A crise econômica, que agrava a insatisfação popular, também reduz as chances de perdão para os envolvidos em recebimento ilegal de dinheiro para campanha, segundo o cientista político.
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