Prazo para convenções partidárias começam nesta sexta-feira
Cientista político analisa o cenário ainda indefinido das alianças políticas em 2018
Publicado em 19 de julho de 2018 às, 11h49.
As convenções partidárias para as eleições de 2018 começam no dia 20 de julho e vão até 5 de agosto. Este é o prazo para que os partidos políticos oficializem seus candidatos e firmem alianças para a corrida eleitoral. Em entrevista ao Imil, o cientista político e especialista do Instituto Millenium, Nuno Coimbra, analisa o indefinido cenário da busca por apoio e minutos a mais no tempo de televisão.
As alianças partidárias ajudam os partidos a ganhar terreno na política e aumentar as chances de sucesso nas eleições. No entanto, no Brasil, engana-se quem pensa que ideias em comum são o motivo que unem siglas, explica Coimbra: “Infelizmente vivemos um momento em que o sistema partidário está muito fragmentado e com crise de representatividade. Há mais de 30 partidos com representação no Congresso, mas não temos 30 propostas e maneiras diferentes de ver o país. A existência das siglas está sendo norteada mais para a ocupação de cargos públicos. Mais do que as afinidades ideológicas, as alianças acabam se formando por benefícios como o tempo de TV”. Ouça a entrevista completa no player abaixo!
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Marcada pelas crises que abalaram o sistema político brasileiro nos últimos anos, a corrida presidencial de 2018 é considerada atípica pelos especialistas, sobretudo pela sua indefinição a poucos meses do pleito. As coligações ainda não foram definidas e até os candidatos bem avaliados nas pesquisas não divulgaram sua chapa. Neste contexto, Nuno salienta que o chamado “centrão”, formado por partidos sem ideologia definida, pode ter papel determinante na campanha:
“O chamado ‘centrão’ é decisivo por duas questões. Ele consegue se mover ideologicamente mais para um lado ou outro e já chegou a apoiar candidatos de tendências ideológicas distintas, a centro-esquerda ou centro-direita. Eles ajudam também a dar o apoio que os partidos precisam no Congresso. Por conta da fragmentação partidária, é necessário compor com várias siglas para aprovar propostas legislativas e o ‘centrão’ pode oferecer o suporte necessário para aqueles com maiores propensão de governar”. Para o especialista, o consenso no apoio a determinado candidato deve ser mais difícil este ano, justamente por conta do cenário pulverizado das candidaturas.
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Para colocar o Brasil em um caminho de crescimento econômico, político e social é fundamental escolher líderes capacitados e comprometidos com seus eleitores. E o poder de escolha está nas mãos de toda a população. Muito além das propostas, Nuno salienta que os brasileiros devem ficar atentos a outras questões na hora de apoiar seu candidato.
“É fundamental verificar o histórico dos políticos. Se eles já ocuparam cargos públicos, o que fizeram quando foram senadores, deputados, prefeitos etc., o que já realizaram e o que conseguiram cumprir. Vivemos em um momento de escândalos de corrupção, então também é importante estar atento a isso. Verificar se o candidato responde a processos, se está sendo investigado ou se foi condenado em primeira instância”, aconselha.
Assista o hangout “A reforma política”, com Nuno Coimbra, Sebastião Ventura e Paulo Moura: