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Petróleo: coronavírus e impasse na OPEP explicam oscilação

Entenda as razões para a crise que paralisou a Bolsa de Valores

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institutomillenium

Publicado em 11 de março de 2020 às 15h54.

Na segunda-feira (9), o mercado financeiro entrou em pânico. O preço do barril do petróleo caiu 30%, as ações da Petrobras despencaram e o dólar disparou a R$ 4,72, maior valor no ano. Isso fez a Bolsa de Valores de São Paulo usar o mecanismo do “circuit breaker” – ou seja, todas as negociações foram interrompidas por conta da instabilidade – após queda de 10% no Ibovespa. O cenário de instabilidade não se restringe ao Brasil e tem relação com a indefinição sobre o preço do petróleo após o surto do coronavírus. O Instituto Millenium conversou com o diplomata Diogo Ramos Coelho, que destrinchou as principais causas para essa turbulência.

De acordo com o mestre em Diplomacia, a crise aconteceu por uma divergência de posicionamento com relação ao valor a ser praticado para o petróleo, uma vez que a demanda tenderia a diminuir com os efeitos do novo coronavírus. “Os países discordaram, pois enxergaram que a oscilação no valor pode reverter o dano à produção do petróleo não convencional. Como não houve acordo, cada um atuou por conta própria. A Arábia Saudita, que havia proposto um corte na produção para segurar os preços, decidiu aumentar a produção para sair na frente. Com o aumento da oferta, o preço caiu a níveis que não eram vistos desde 1986”, disse, lembrando que o preço do barril chegou a US$ 36.

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O diplomata explicou, também, o porquê da economia brasileira ser afetada por este cenário de incertezas. De acordo com Diogo Ramos Coelho, além de a Petrobras ser atingida pela queda no valor do barril de petróleo, há outros fatores, relacionados à queda da demanda por commodities, devido aos impactos do novo coronavírus – na China, por exemplo, houve uma redução drástica nas movimentações por conta da quarentena, que atingiu milhões de pessoas. A isso se soma o medo da necessidade de medidas semelhantes em outros países, com o alastramento do vírus pelo mundo, reduzindo o poder de consumo e desacelerando a economia mundial.

Em artigo, o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura e Energia (CBIE) e especialista do Instituto Millenium, Adriano Pires, também abordou o assunto. O economista destacou que, nos últimos meses, já houve duas variações bruscas. A primeira, quando instalações petrolíferas da Arábia Saudita foram atacadas por drones. O segundo caso aconteceu quando houve o conflito com o Irã, após a morte do militar Qassem Soleimani – as cotações internacionais cresceram 5%.

+ Ouça: “Modelo ideal para petróleo é o de concessão”, afirma Adriano Pires

Mecanismos para estabilizar preços

Adriano Pires considera acertada a postura da Petrobras nos dois primeiros casos, aguardando a estabilização dos preços e, após alguns dias, aplicando os reajustes, sem se importar com eventuais resistências. O diretor do CBIE também lembrou, no artigo, outro efeito da crise: a volatilidade impacta diretamente a precificação de produtos e serviços, gerando uma dificuldade para o planejamento de atividades industriais e comerciais, sobretudo em produtos agrícolas e comercializados por frete. A situação se complica diante da grande dependência do Brasil em suas estradas, frutos de gargalos na infraestrutura.

Na segunda-feira (9), o mercado financeiro entrou em pânico. O preço do barril do petróleo caiu 30%, as ações da Petrobras despencaram e o dólar disparou a R$ 4,72, maior valor no ano. Isso fez a Bolsa de Valores de São Paulo usar o mecanismo do “circuit breaker” – ou seja, todas as negociações foram interrompidas por conta da instabilidade – após queda de 10% no Ibovespa. O cenário de instabilidade não se restringe ao Brasil e tem relação com a indefinição sobre o preço do petróleo após o surto do coronavírus. O Instituto Millenium conversou com o diplomata Diogo Ramos Coelho, que destrinchou as principais causas para essa turbulência.

De acordo com o mestre em Diplomacia, a crise aconteceu por uma divergência de posicionamento com relação ao valor a ser praticado para o petróleo, uma vez que a demanda tenderia a diminuir com os efeitos do novo coronavírus. “Os países discordaram, pois enxergaram que a oscilação no valor pode reverter o dano à produção do petróleo não convencional. Como não houve acordo, cada um atuou por conta própria. A Arábia Saudita, que havia proposto um corte na produção para segurar os preços, decidiu aumentar a produção para sair na frente. Com o aumento da oferta, o preço caiu a níveis que não eram vistos desde 1986”, disse, lembrando que o preço do barril chegou a US$ 36.

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Em artigo, o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura e Energia (CBIE) e especialista do Instituto Millenium, Adriano Pires, também abordou o assunto. O economista destacou que, nos últimos meses, já houve duas variações bruscas. A primeira, quando instalações petrolíferas da Arábia Saudita foram atacadas por drones. O segundo caso aconteceu quando houve o conflito com o Irã, após a morte do militar Qassem Soleimani – as cotações internacionais cresceram 5%.

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Adriano Pires considera acertada a postura da Petrobras nos dois primeiros casos, aguardando a estabilização dos preços e, após alguns dias, aplicando os reajustes, sem se importar com eventuais resistências. O diretor do CBIE também lembrou, no artigo, outro efeito da crise: a volatilidade impacta diretamente a precificação de produtos e serviços, gerando uma dificuldade para o planejamento de atividades industriais e comerciais, sobretudo em produtos agrícolas e comercializados por frete. A situação se complica diante da grande dependência do Brasil em suas estradas, frutos de gargalos na infraestrutura.

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