Os presos cubanos libertados e os interesses envolvidos
A libertação e chegada em Madri dos presos políticos cubanos libertados é o assunto predominante na seção internacional de vários jornais. Entre as matérias, destacam-se a “Folha de S. Paulo”, que traz uma entrevista com o jornalista e escritor americano Jon Lee Anderson, autor de “Che – Uma Biografia” (Objetiva, 1997) onde ele afirma que o acordo para a libertação de prisioneiros políticos é o primeiro gesto conciliador de Raúl […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 14 de julho de 2010 às 17h09.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h36.
A libertação e chegada em Madri dos presos políticos cubanos libertados é o assunto predominante na seção internacional de vários jornais. Entre as matérias, destacam-se a “Folha de S. Paulo”, que traz uma entrevista com o jornalista e escritor americano Jon Lee Anderson, autor de “Che – Uma Biografia” (Objetiva, 1997) onde ele afirma que o acordo para a libertação de prisioneiros políticos é o primeiro gesto conciliador de Raúl Castro aos EUA, e pelo qual o ditador espera reciprocidade:
“Obama estará disposto a gastar capital político num ano eleitoral para responder? Ou vai apenas torcer para tudo ir bem no projeto para liberar viagens de americanos à ilha, que tramita no Congresso?
Apostaria que ele vai adotar a última opção. Mas seria bom vê-lo fazer algo “recíproco e dramático” para ajudar a apertar o “reset”. À exceção de levantar o embargo, o que é altamente improvável, ele poderia soltar os “cinco cubanos” -os espiões cubanos que estão em cadeias americanas desde que foram presos em 98.”
Já o “Valor Econômico” fala dos interesses econômicos por trás da decisão de libertar os prisioneiros:
“Analistas disseram que Raúl parece tentar superar um assunto que prejudicou por um longo tempo a imagem internacional de Cuba, além de suas relações diplomáticas e comerciais, afetando a economia do país.
“Acredito que os prisioneiros estão sendo libertados por uma combinação de razões, todas relacionadas com a necessidade de turismo, comércio e investimentos para aliviar a catástrofe econômica da qual Cuba se aproxima”, disse à agência de notícias Reuters o advogado Timothy Ashby, em Miami.
“Os prisioneiros, especialmente os que estão em greve de fome, são uma vergonha nacional e complicam as relações com os parceiros comerciais”, disse Ashby, ex-funcionário do Departamento de Comércio dos EUA encarregado de negócios com Cuba e o Caribe.
(…)
Por enquanto, a libertação de presos acalmou críticos estrangeiros e poderia ajudar Raúl a concentrar-se em melhorar a economia, segundo Anya Landau French, especialista em Cuba da New American Foundation, de Washington.
“Por que Raúl está fazendo isso? Poderia ser pelas críticas internas ou externas ou para livrar-se de uma distração, enquanto eles se focam na economia”, disse French. “
A libertação e chegada em Madri dos presos políticos cubanos libertados é o assunto predominante na seção internacional de vários jornais. Entre as matérias, destacam-se a “Folha de S. Paulo”, que traz uma entrevista com o jornalista e escritor americano Jon Lee Anderson, autor de “Che – Uma Biografia” (Objetiva, 1997) onde ele afirma que o acordo para a libertação de prisioneiros políticos é o primeiro gesto conciliador de Raúl Castro aos EUA, e pelo qual o ditador espera reciprocidade:
“Obama estará disposto a gastar capital político num ano eleitoral para responder? Ou vai apenas torcer para tudo ir bem no projeto para liberar viagens de americanos à ilha, que tramita no Congresso?
Apostaria que ele vai adotar a última opção. Mas seria bom vê-lo fazer algo “recíproco e dramático” para ajudar a apertar o “reset”. À exceção de levantar o embargo, o que é altamente improvável, ele poderia soltar os “cinco cubanos” -os espiões cubanos que estão em cadeias americanas desde que foram presos em 98.”
Já o “Valor Econômico” fala dos interesses econômicos por trás da decisão de libertar os prisioneiros:
“Analistas disseram que Raúl parece tentar superar um assunto que prejudicou por um longo tempo a imagem internacional de Cuba, além de suas relações diplomáticas e comerciais, afetando a economia do país.
“Acredito que os prisioneiros estão sendo libertados por uma combinação de razões, todas relacionadas com a necessidade de turismo, comércio e investimentos para aliviar a catástrofe econômica da qual Cuba se aproxima”, disse à agência de notícias Reuters o advogado Timothy Ashby, em Miami.
“Os prisioneiros, especialmente os que estão em greve de fome, são uma vergonha nacional e complicam as relações com os parceiros comerciais”, disse Ashby, ex-funcionário do Departamento de Comércio dos EUA encarregado de negócios com Cuba e o Caribe.
(…)
Por enquanto, a libertação de presos acalmou críticos estrangeiros e poderia ajudar Raúl a concentrar-se em melhorar a economia, segundo Anya Landau French, especialista em Cuba da New American Foundation, de Washington.
“Por que Raúl está fazendo isso? Poderia ser pelas críticas internas ou externas ou para livrar-se de uma distração, enquanto eles se focam na economia”, disse French. “