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O setor privado não é o “vilão”

Especialista explica que as soluções para sair da crise estão no setor privado

 (Reprodução/Thinkstock)
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Instituto Millenium

Publicado em 20 de abril de 2021 às, 18h28.

As crises fiscais dos últimos anos, somadas ao contexto atual de pandemia, confirmam, de maneira clara, a necessidade de se abrir cada vez mais espaço para o desenvolvimento das empresas no Brasil. É preciso deixar de lado, de uma vez por todas, a cultura de que o setor privado e empresários são vilões, afinal, é por meio deles que será possível mudar o cenário econômico do país.

O economista da Property Rights Alliance, Maurício Bento, destaca que a maior parte da economia é do setor privado, inclusive com fins lucrativos e, por isso, trata-se de um setor tão importante e com grande potencial para impactar positivamente na sociedade.

“São empresas que geram empregos, renda e investimentos. Sem dúvidas, para que a retomada econômica aconteça, é necessário pensar no que fazer com o setor privado que vem sofrendo muito com a crise e com as restrições por conta da pandemia”, apontou.

Mesmo com tantos desafios e burocracias enfrentadas, é possível perceber o protagonismo do setor privado na busca de soluções para amenizar os danos causados pela pandemia. Dessa forma, fica evidente que tirar de cena o setor público, enquanto agente do crescimento da economia do país, é fundamental para o progresso.

“O setor privado criou as vacinas. As empresas farmacêuticas muitas vezes são criticadas por conta de produtos caros, mas foram investimentos privados, em sua maioria, que garantiram a vacina em tempo recorde. Além disso, outras empresas se adequaram, começaram a produzir máscaras e encontraram novas formas de contribuir produzindo bens e serviços que fazem falta”, declarou.

A excessiva burocracia brasileira impede a chegada de novos investimentos, por isso, vale ressaltar que a existência de políticas públicas voltadas para o setor privado não colaboram apenas com a economia de mercado, empresas e empresários, mas também com toda a sociedade, pois ajudam a desburocratizar processos e a atrair capital.

“Empresas internacionais que viriam, acabam escolhendo outros países. É ruim para o próprio empreendedor brasileiro, que muitas vezes acaba levando seu dinheiro para empresas estrangeiras. No mercado financeiro, por exemplo, vemos muita gente preferindo colocar o dinheiro em dólar lá fora, justamente pela dificuldade que estamos tendo em lidar com as reformas e com a pandemia”, destacou.

Geração de empregos e renda

A arrecadação dos municípios aumentou nos últimos meses devido aos programas especiais criados pelo governo para este momento de crise sanitária. No entanto, esse cenário tende a mudar após a pandemia, pois a previsão é que as gestões estaduais e municipais não consigam manter o mesmo faturamento sem algum tipo de auxílio.

“Para garantir a retomada tanto da renda, do emprego e da arrecadação pública, é preciso pensar no setor privado, em recursos para auxiliá-los e em reformas para que o ambiente de negócios no Brasil seja melhor”, afirmou.

A necessidade da realização das reformas estruturais é urgente e, para Maurício, a análise de impacto regulatório é outro ponto que pode cooperar com o desenvolvimento do setor privado.

“A gente tem que pensar no impacto da regulação. Temos diversas regulações duríssimas sendo impostas e gerando custos altos para as empresas e diminuindo empregos. Isso deve ser pensado principalmente no âmbito nacional e estadual para que as empresas consigam gerar empregos”, finalizou.

No Brasil, são as pequenas e médias empresas que mais contratam. Diante das circunstâncias atuais, o setor privado é um dos que mais tem sofrido com o lockdown e demais consequências da pandemia. Ainda assim, assumiu o protagonismo da crise e busca soluções para toda a sociedade. Já passou da hora de entender que o setor privado não é o vilão, muito pelo contrário, ele é o caminho da geração de empregos e do desenvolvimento para todos.

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