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O PT é uma mãe

Depois de celebrar JK, o pai da inflação (com o delírio de Brasília), é hora de comemorar os 60 anos da volta ao poder de Getúlio Vargas, o pai dos pobres. Nada mais atual. Vargas inventou o Estado-Mãe, que prometia almoço grátis para todos às custas do dinheiro do contribuinte – que é de todo mundo e não é de ninguém. Era o cabide como utopia. Lula é o grande […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2010 às 18h51.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h54.

Depois de celebrar JK, o pai da inflação (com o delírio de Brasília), é hora de comemorar os 60 anos da volta ao poder de Getúlio Vargas, o pai dos pobres. Nada mais atual.

Vargas inventou o Estado-Mãe, que prometia almoço grátis para todos às custas do dinheiro do contribuinte – que é de todo mundo e não é de ninguém. Era o cabide como utopia. Lula é o grande herdeiro dessa doutrina.

O primeiro surto de inchaço da máquina pública aconteceu sob o Estado Novo, a ditadura de Vargas que se desmanchou com a derrota do nazismo na Segunda Guerra. Pois o nazi-empreguismo getulista voltaria cinco anos depois, em 1950, consagrado nas urnas.

A moda pegou. Ou pelo menos ressuscitou, com força, no início do século seguinte. Depois de oito anos de gastança e caridade estatal para com os companheiros, o governo Lula termina com alta popularidade e consagra a irresponsabilidade fiscal.

Não tenham dúvidas: essa equação vai minar, com o tempo, os princípios de austeridade tão duramente semeados no governo anterior.

Superávit para que? Eficiência administrativa logo voltará a ser palavrão “da direita”. Lula fez a festa dos amigos abrigando todo mundo (que tem estrelinha no peito) na máquina do poder executivo, e o povo aprovou. Está montado o desastre.

Se assim não fosse, seria impensável, a essa altura, a apresentação de propostas bizarras como a criação de novas estatais do petróleo e da telefonia, por exemplo. O “povo brasileiro” virou apelido da companheirada de crachá.

Lá vai a massa distraída bater panela de novo contra a privatização e o neoliberalismo, em mais um fetiche eleitoral.

Em seu discurso no lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin a governador de São Paulo, Fernando Henrique, o culpado de tudo, voltou a se defender. Bradou que seu governo não protegeu os bancos. É a vocação tucana para a impopularidade: até Lula já tinha se exibido como pai do Proer.

Só falta José Serra posar de boné do Banco do Brasil para parecer bonzinho.

Diante do maior assalto ao Estado já visto no pós-varguismo, com militantes e sindicalistas fundando suas repúblicas particulares nos fundos de pensão, nas autarquias e em cada metro quadrado onde houver uma torneirinha de dinheiro público para sustentá-los, o que faz a oposição? Se defende…

Enquanto isso, Dilma Rousseff, a candidata assalariada – 18 mil reais pagos pelo partido que vampiriza o Estado – é apresentada pelo padrinho como defensora do povo e grande gestora.

E a oposição se explicando, jurando que não protegeu os bancos, dizendo que quer governar com o PT e que Lula é legal.

Como diria o imortal personagem de Jô Soares: me tira o tubo!

(Publicado no blog de Guilherme Fiuza no site da revista “Época”)

Depois de celebrar JK, o pai da inflação (com o delírio de Brasília), é hora de comemorar os 60 anos da volta ao poder de Getúlio Vargas, o pai dos pobres. Nada mais atual.

Vargas inventou o Estado-Mãe, que prometia almoço grátis para todos às custas do dinheiro do contribuinte – que é de todo mundo e não é de ninguém. Era o cabide como utopia. Lula é o grande herdeiro dessa doutrina.

O primeiro surto de inchaço da máquina pública aconteceu sob o Estado Novo, a ditadura de Vargas que se desmanchou com a derrota do nazismo na Segunda Guerra. Pois o nazi-empreguismo getulista voltaria cinco anos depois, em 1950, consagrado nas urnas.

A moda pegou. Ou pelo menos ressuscitou, com força, no início do século seguinte. Depois de oito anos de gastança e caridade estatal para com os companheiros, o governo Lula termina com alta popularidade e consagra a irresponsabilidade fiscal.

Não tenham dúvidas: essa equação vai minar, com o tempo, os princípios de austeridade tão duramente semeados no governo anterior.

Superávit para que? Eficiência administrativa logo voltará a ser palavrão “da direita”. Lula fez a festa dos amigos abrigando todo mundo (que tem estrelinha no peito) na máquina do poder executivo, e o povo aprovou. Está montado o desastre.

Se assim não fosse, seria impensável, a essa altura, a apresentação de propostas bizarras como a criação de novas estatais do petróleo e da telefonia, por exemplo. O “povo brasileiro” virou apelido da companheirada de crachá.

Lá vai a massa distraída bater panela de novo contra a privatização e o neoliberalismo, em mais um fetiche eleitoral.

Em seu discurso no lançamento da candidatura de Geraldo Alckmin a governador de São Paulo, Fernando Henrique, o culpado de tudo, voltou a se defender. Bradou que seu governo não protegeu os bancos. É a vocação tucana para a impopularidade: até Lula já tinha se exibido como pai do Proer.

Só falta José Serra posar de boné do Banco do Brasil para parecer bonzinho.

Diante do maior assalto ao Estado já visto no pós-varguismo, com militantes e sindicalistas fundando suas repúblicas particulares nos fundos de pensão, nas autarquias e em cada metro quadrado onde houver uma torneirinha de dinheiro público para sustentá-los, o que faz a oposição? Se defende…

Enquanto isso, Dilma Rousseff, a candidata assalariada – 18 mil reais pagos pelo partido que vampiriza o Estado – é apresentada pelo padrinho como defensora do povo e grande gestora.

E a oposição se explicando, jurando que não protegeu os bancos, dizendo que quer governar com o PT e que Lula é legal.

Como diria o imortal personagem de Jô Soares: me tira o tubo!

(Publicado no blog de Guilherme Fiuza no site da revista “Época”)

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