O problema da direita
O problema da direita não se deve à míngua atual de bons escritores, conhecedores de ditames mínimos do ofício, pois, convenhamos, o progressismo literário não é lá, nunca foi, grande concorrente; não se resume à falta de entusiasmo de seus militantes pessimistas; não é ser composta acentuadamente por velhos inconformados com seu tempo e jovens deslocados de seu meio; não é ter que pedir licença aos esquerdosos para atuar em […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2010 às 22h35.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h16.
O problema da direita não se deve à míngua atual de bons escritores, conhecedores de ditames mínimos do ofício, pois, convenhamos, o progressismo literário não é lá, nunca foi, grande concorrente; não se resume à falta de entusiasmo de seus militantes pessimistas; não é ser composta acentuadamente por velhos inconformados com seu tempo e jovens deslocados de seu meio; não é ter que pedir licença aos esquerdosos para atuar em qualquer campo da comunicação, afinal, somos bem-criados e adeptos do “s’il vous plaît“; não foi ter se conformado a dominar apenas um debate: o econômico, tenazmente abduzido por seus inimigos milenares no Brasil; nada disso!, o problema da direita contemporânea é: não produziram um único caricaturista de talento. Enquanto tal salvador não chega, resignamo-nos a instantâneos político-policialescos do mundo, sem traçado de originalidade, sem labor plástico, sem risca latente e espirituosa. Creiam: nada de coerente nos será inteligível enquanto o absurdo não ganhar forma própria.
Publicado em “A Mosca Azul“
O problema da direita não se deve à míngua atual de bons escritores, conhecedores de ditames mínimos do ofício, pois, convenhamos, o progressismo literário não é lá, nunca foi, grande concorrente; não se resume à falta de entusiasmo de seus militantes pessimistas; não é ser composta acentuadamente por velhos inconformados com seu tempo e jovens deslocados de seu meio; não é ter que pedir licença aos esquerdosos para atuar em qualquer campo da comunicação, afinal, somos bem-criados e adeptos do “s’il vous plaît“; não foi ter se conformado a dominar apenas um debate: o econômico, tenazmente abduzido por seus inimigos milenares no Brasil; nada disso!, o problema da direita contemporânea é: não produziram um único caricaturista de talento. Enquanto tal salvador não chega, resignamo-nos a instantâneos político-policialescos do mundo, sem traçado de originalidade, sem labor plástico, sem risca latente e espirituosa. Creiam: nada de coerente nos será inteligível enquanto o absurdo não ganhar forma própria.
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