O debate presidencial e a Petrobras
No debate do último domingo ficou claro que a candidata do governo colocou a Petrobras no segundo turno e vai utilizá-la à exaustão para tentar vencer as eleições. Suas declarações, que sempre o PT trás de volta nas eleições, de que o PSDB queria privatizar a empresa e agora quer privatizar o pré-sal tentam mais uma vez assustar parte da população que ainda acredita nesse discurso velho, muito utilizado pelos […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 14 de outubro de 2010 às 19h44.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h03.
No debate do último domingo ficou claro que a candidata do governo colocou a Petrobras no segundo turno e vai utilizá-la à exaustão para tentar vencer as eleições. Suas declarações, que sempre o PT trás de volta nas eleições, de que o PSDB queria privatizar a empresa e agora quer privatizar o pré-sal tentam mais uma vez assustar parte da população que ainda acredita nesse discurso velho, muito utilizado pelos caudilhos na America Latina. É incrível ver a candidata do governo afirmar que a recente capitalização da Petrobras serviu para devolver ao povo brasileiro parte das ações que foram negociadas no governo FHC. Quando foi feita a abertura do setor de petróleo no Brasil a Petrobras nem figurava entre as 10 principais petroleiras. A abertura promoveu o crescimento da empresa e a venda de ações na bolsa de Nova York mostrou a Petrobras ao mundo, inclusive, blindando a estatal dos interesses políticos com p minúsculo, tão usual atualmente. Durante todo esse ano as ações da Petrobras tiveram um comportamento muito abaixo do esperado por qualquer analista de mercado e depois da capitalização grande parte dos bancos concedeu downgrading à empresa. E isso não poderia acontecer com uma empresa que é hoje uma das maiores petroleiras do mundo, tem um corpo técnico que pode ser comparado a qualquer outra grande empresa e é número um em tecnologia de exploração de petróleo no mar. Então como podemos explicar a queda das ações e do valor da empresa, mesmo depois da capitalização? É simples. O mercado precifica a gestão politizada da estatal, a intervenção e a utilização eleitoral por parte do governo. Ao invés de capitalizar a Petrobras o governo poderia ter colocado o dinheiro em escolas e hospitais, já que o importante é ter o controle da empresa, o que já ocorria antes da capitalização e não faz nenhum sentido econômico aumentar a quantidade de ações.
Publicado no blog de Adriano Pires no site do jornal “O Globo”
No debate do último domingo ficou claro que a candidata do governo colocou a Petrobras no segundo turno e vai utilizá-la à exaustão para tentar vencer as eleições. Suas declarações, que sempre o PT trás de volta nas eleições, de que o PSDB queria privatizar a empresa e agora quer privatizar o pré-sal tentam mais uma vez assustar parte da população que ainda acredita nesse discurso velho, muito utilizado pelos caudilhos na America Latina. É incrível ver a candidata do governo afirmar que a recente capitalização da Petrobras serviu para devolver ao povo brasileiro parte das ações que foram negociadas no governo FHC. Quando foi feita a abertura do setor de petróleo no Brasil a Petrobras nem figurava entre as 10 principais petroleiras. A abertura promoveu o crescimento da empresa e a venda de ações na bolsa de Nova York mostrou a Petrobras ao mundo, inclusive, blindando a estatal dos interesses políticos com p minúsculo, tão usual atualmente. Durante todo esse ano as ações da Petrobras tiveram um comportamento muito abaixo do esperado por qualquer analista de mercado e depois da capitalização grande parte dos bancos concedeu downgrading à empresa. E isso não poderia acontecer com uma empresa que é hoje uma das maiores petroleiras do mundo, tem um corpo técnico que pode ser comparado a qualquer outra grande empresa e é número um em tecnologia de exploração de petróleo no mar. Então como podemos explicar a queda das ações e do valor da empresa, mesmo depois da capitalização? É simples. O mercado precifica a gestão politizada da estatal, a intervenção e a utilização eleitoral por parte do governo. Ao invés de capitalizar a Petrobras o governo poderia ter colocado o dinheiro em escolas e hospitais, já que o importante é ter o controle da empresa, o que já ocorria antes da capitalização e não faz nenhum sentido econômico aumentar a quantidade de ações.
Publicado no blog de Adriano Pires no site do jornal “O Globo”