“Não há liberdade partidária no Brasil”
Para Demétrio Magnoli, o objetivo dos partidos políticos no Brasil é capturar os cargos de livre indicação do poder público. Durante o debate “Democracia no Brasil: limites e desafios”, promovido pelo Instituto Millenium (Imil), o sociólogo explicou que a quantidade de cargos desse tipo no país não tem paralelo nas democracias contemporâneas. “Nós temos, só no nível federal, quase 30 mil cargos de livre indicação política. Se juntarmos os cargos das […] Leia mais
Publicado em 14 de outubro de 2014 às, 15h15.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h17.
Para Demétrio Magnoli, o objetivo dos partidos políticos no Brasil é capturar os cargos de livre indicação do poder público. Durante o debate “Democracia no Brasil: limites e desafios”, promovido pelo Instituto Millenium (Imil), o sociólogo explicou que a quantidade de cargos desse tipo no país não tem paralelo nas democracias contemporâneas. “Nós temos, só no nível federal, quase 30 mil cargos de livre indicação política. Se juntarmos os cargos das estatais, temos mais de 40 mil cargos de livre nomeação só em nível federal. Isso é uma cidade média”, disse ele no evento, na sede do Imil, no centro do Rio, em 16 de setembro. Segundo Magnoli, um dos problemas do sistema político brasileiro é que, embora o país tenha 32 partidos registrados, não há liberdade partidária no Brasil porque cada grupo depende do reconhecimento do Estado para atuar. “Não pode existir liberdade partidária porque os partidos políticos são estatais. Eles têm que ser reconhecidos por um processo burocrático estatal para se tornarem receptáculos de verbas públicas, na forma do fundo partidário e do horário ‘gratuito’ na televisão”, explicou. Assista ao vídeo. Acesse também a página especial do Instituto Millenium “Eleições 2014”.
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