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Jornalistas da Bolívia encerram greve de fome

Os 30 jornalistas que estavam em greve de fome na cidade boliviana de Santa Cruz, no leste do país, encerraram hoje sua medida de pressão contra a recentemente sancionada lei contra o racismo, que na sua opinião vulnera a liberdade de expressão. O cardeal e arcebispo de Santa Cruz de la Sierra, Julio Terrazas, pediu aos manifestantes que terminassem sua greve em cuidado de sua saúde, pedido aceito pelos comunicadores, […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 18 de outubro de 2010 às, 19h14.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 11h01.

Os 30 jornalistas que estavam em greve de fome na cidade boliviana de Santa Cruz, no leste do país, encerraram hoje sua medida de pressão contra a recentemente sancionada lei contra o racismo, que na sua opinião vulnera a liberdade de expressão.

O cardeal e arcebispo de Santa Cruz de la Sierra, Julio Terrazas, pediu aos manifestantes que terminassem sua greve em cuidado de sua saúde, pedido aceito pelos comunicadores, segundo informaram meios de imprensa locais.

No entanto, asseguraram que continuarão com as outras medidas contra a norma, como o recolhimento de assinaturas por todo o país para solicitar um referendo sobre dois artigos da lei antirracista.

O artigo 16 da norma estabelece sanções econômicas e inclusive o fechamento de meios de imprensa que publiquem o que o Governo considera como “ideias racistas e discriminatórias”, e o 23 fixa que os jornalistas e donos dos meios acusados de racismo não poderão acolher-se a privilégio algum ao serem processados.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, sancionou a lei há uma semana no meio dos protestos de associações de jornais e meios audiovisuais, sindicatos e sindicatos de jornalistas que rejeitam esses apartes ao considerar que impedem a liberdade de imprensa e atentam contra a democracia.

Morales afirmou que essa liberdade está garantida, mas também declarou que sua obrigação é “erradicar os racistas que são donos de meios de comunicação”, se mostrando a favor de que as frequências dos meios audiovisuais que forem fechados passem para as mãos dos trabalhadores.

Os diferentes sindicatos de jornalistas da Bolívia esperam recolher mais de um milhão de assinaturas, o que significaria 10% da população.

Apesar dos protestos, na sexta-feira se iniciou no Parlamento boliviano a regulamentação desta lei, que tem que ser redigida antes de 90 dias.

Fonte: Agência EFE