Exame.com
Continua após a publicidade

Jairo Jorge: “Precisamos fazer de fato uma reforma política, e não um arremedo, que não vai aperfeiçoar a democracia brasileira.”

O Imil apoia o debate sobre a mudança do sistema eleitoral e realiza em São Paulo, o 7o Colóquio Colóquio do Instituto Millenium: “Voto Distrital ou Voto Proporcional?”, que acontece dia 13 de setembro, na Fecomercio. O evento conta com a presença de especialistas que debaterão a respeito do modelo que consideram ideal para o Brasil. O prefeito de Canoas, na Grande Porto Alegre (RS), Jairo Jorge (PT), é um […] Leia mais

I
Instituto Millenium

Publicado em 5 de setembro de 2011 às, 19h29.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 12h03.

O Imil apoia o debate sobre a mudança do sistema eleitoral e realiza em São Paulo, o 7o Colóquio Colóquio do Instituto Millenium: “Voto Distrital ou Voto Proporcional?”, que acontece dia 13 de setembro, na Fecomercio. O evento conta com a presença de especialistas que debaterão a respeito do modelo que consideram ideal para o Brasil.

O prefeito de Canoas, na Grande Porto Alegre (RS), Jairo Jorge (PT), é um dos convidados do colóquio. Ele apoia o voto distrital, apesar de o seu partido ainda não ter “formalizado o debate do assunto.” O Instituto Millenium conversou com o prefeito sobre os motivos que o levam à opção distrital e sobre como esse sistema pode ajudar a controlar a corrupção e promover a reforma política.

Para o prefeito, a aproximação entre o eleitor e o eleito é um dos principais benefícios da representatividade distrital. Jorge também acredita que o modelo eleitoral atual é difuso e gera um desencanto com a política: “as pessoas não se identificam a partir de um território – o que leva ao afastamento e a este abismo entre o representado e o representante.”

Leia:
Instituto Millenium: Quais são as principais vantagens do voto distrital em relação ao sistema que temos hoje?
Jairo Jorge: O sistema político brasileiro hoje enfrenta um dilema. Nós temos uma crise de representação. Os representados não se sentem mais contemplados nos seus representantes. Há portanto, uma crise de legitimidade. Há um distanciamento entre o representante e o representado. Este modelo eleitoral é um modelo difuso: as pessoas não se identificam a partir de um território – o que leva ao afastamento e a este abismo entre o representado e o representante. O afastamento gera um desencanto com a política, distancia as pessoas da cena pública – na medida em que a esfera pública é o palco onde os representantes expressam as idéias dos representados.
Penso que o sistema eleitoral vigente aprofunda a crise de legitimidade, de representatividade, o ceticismo e o desencanto das pessoas com a política. Na minha opinião, o voto distrital estabelece um território e uma identidade maior do representante com o representado – um vínculo que é essencial, pois o território é um elemento basilar de identidade das pessoas – e pode inclusive recuperar a política, reencantar as pessoas e estabelecer uma cobrança maior das pessoas, que podem passar a exigir mais transparência, gerando maior controle social. Eu defendo o voto distrital, pois entendo que ele é um instrumento efetivo para reencantar as pessoas e aproximar o representante do representado.

Leia a entrevista na íntegra