Já ouviu falar na “síndrome da meia-entrada”?
Pagar metade do valor do ingresso para eventos culturais é só um dos sintomas da “síndrome da meia-entrada”. Segundo Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, a expressão significa a distribuição de benefícios sociais, subsídios e renúncias fiscais entre setores da economia e da sociedade, uma prática disseminada na economia brasileira. Todo país promove políticas públicas direcionadas, o problema é que o Brasil exagerou na dose e deixou de avaliar, controlar […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2015 às 13h13.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h54.
Pagar metade do valor do ingresso para eventos culturais é só um dos sintomas da “síndrome da meia-entrada”. Segundo Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, a expressão significa a distribuição de benefícios sociais, subsídios e renúncias fiscais entre setores da economia e da sociedade, uma prática disseminada na economia brasileira. Todo país promove políticas públicas direcionadas, o problema é que o Brasil exagerou na dose e deixou de avaliar, controlar os resultados e as consequências das medidas, explica Zeina: “Tivemos um aumento muito forte de intervenção na economia, com distribuição de benefícios, sem esse cuidado. Ao final, gerou distorções que reduzem o potencial de crescimento do país e afetam a distribuição de renda. Isso porque não necessariamente o grupo protegido era o que mais precisava. E também não necessariamente o setor econômico contemplado estava trazendo o ganho esperado para a economia e para a sociedade”. Outra distorção causada pela “síndrome da meia-entrada” diz respeito à relação da sociedade com o Estado. “Se os indivíduos tivessem noção do custo de cada medida, será que o apoio seria o mesmo? A sociedade concorda com determinadas políticas sem saber as consequências”, diz a economista. Além disso, segundo Zeina, uma vez que as políticas públicas não surtem o efeito esperado criam desconfiança em relação à capacidade do governo de melhorar a vida das pessoas. Quer entender mais a “síndrome da meia-entrada” e suas consequências sobre a vida dos brasileiros? Ouça o podcast.
http://www.institutomillenium.org.br/wp-content/uploads/2015/09/ZEINA-LATIF_primeirocorte.mp3
Pagar metade do valor do ingresso para eventos culturais é só um dos sintomas da “síndrome da meia-entrada”. Segundo Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, a expressão significa a distribuição de benefícios sociais, subsídios e renúncias fiscais entre setores da economia e da sociedade, uma prática disseminada na economia brasileira. Todo país promove políticas públicas direcionadas, o problema é que o Brasil exagerou na dose e deixou de avaliar, controlar os resultados e as consequências das medidas, explica Zeina: “Tivemos um aumento muito forte de intervenção na economia, com distribuição de benefícios, sem esse cuidado. Ao final, gerou distorções que reduzem o potencial de crescimento do país e afetam a distribuição de renda. Isso porque não necessariamente o grupo protegido era o que mais precisava. E também não necessariamente o setor econômico contemplado estava trazendo o ganho esperado para a economia e para a sociedade”. Outra distorção causada pela “síndrome da meia-entrada” diz respeito à relação da sociedade com o Estado. “Se os indivíduos tivessem noção do custo de cada medida, será que o apoio seria o mesmo? A sociedade concorda com determinadas políticas sem saber as consequências”, diz a economista. Além disso, segundo Zeina, uma vez que as políticas públicas não surtem o efeito esperado criam desconfiança em relação à capacidade do governo de melhorar a vida das pessoas. Quer entender mais a “síndrome da meia-entrada” e suas consequências sobre a vida dos brasileiros? Ouça o podcast.
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