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Instituto Millenium entrevista: Francis Fukuyama

Por Wagner Vargas Professor da Universidade de Stanford (EUA) e pesquisador do Instituto Freeman, o cientista político americano Francis Fukuyama, famoso por decretar o “fim da história”, esteve no Brasil na última terça-feira, 29 de outubro, em evento organizado pela consultoria Tendências, em São Paulo. Após o seminário, Fukuyama concedeu esta breve entrevista em que criticou o intervencionismo, classificando a escolha das “campeãs nacionais” por parte do governo como perigosa. Ele também […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 1 de novembro de 2013 às, 11h03.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h45.

Francis Fukuyama

Por Wagner Vargas

Professor da Universidade de Stanford (EUA) e pesquisador do Instituto Freeman, o cientista político americano Francis Fukuyama, famoso por decretar o “fim da história”, esteve no Brasil na última terça-feira, 29 de outubro, em evento organizado pela consultoria Tendências, em São Paulo.

Após o seminário, Fukuyama concedeu esta breve entrevista em que criticou o intervencionismo, classificando a escolha das “campeãs nacionais” por parte do governo como perigosa. Ele também apontou certa ingerência política em algumas empresas públicas e defendeu a autonomia dessas companhias em relação às decisões internas, essencialmente, no que diz respeito alocação de investimentos.

Entre suas afirmações de uma sociedade ideal, Fukuyama, que teve recentemente lançado no Brasil o livro “As origens da ordem política” (editora Rocco), no qual faz uma minuciosa análise das primeiras instituições políticas, ressaltou a importância do Estado de Direito, aquele em que o império é das leis e o poder do Estado é limitado por elas.

Instituto Millenium: O governo brasileiro tem subsidiado, com dinheiro público, grandes companhias para se tornarem mais competitivas no exterior. O que o senhor acha do governo escolher os “campeões nacionais” e não o mercado?
Francis Fukuyama: É algo perigoso o governo escolher quais serão as empresas vencedoras. Embraer, Petrobras, por exemplo, são empresas bem-sucedidas. Mas sempre há um perigo de politização, uma tendência em usá-las para propósitos políticos. Elas precisam de autonomia para tomar suas próprias decisões e direcionar seus investimentos. Esta é uma característica muito ruim no Brasil nos últimos anos.

Millenium: E sobre a política econômica do Brasil, o governo também a conduz de forma intervencionista?
Fukuyama: (Risos) Não costumo comentar a política econômica em curto prazo, mas sim em longo prazo, essencialmente, do ponto de vista institucional e seu ambiente. Mas isso, infelizmente, ocorre e acredito que a agenda para reformas não está engajada de maneira séria no Brasil. Para que essas reformas ocasionem em mudanças positivas para o país, tal engajamento faz-se necessário.

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