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Inflação: Antenor Barros Leal e Vitor Wilher criticam indexação

A indexação voltou a aparecer nas manchetes dos editoriais de economia depois que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, defendeu as correções salariais trimestrais, com base na inflação. Além de ameaçar o bolso do contribuinte, a volta do debate sobre o “gatilho salarial” revela como o Brasil não desenvolveu uma cultura de prevenção e cuidado em relação  a alta de preços. É importante lembrar que o país […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2013 às 12h34.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 09h01.

A indexação voltou a aparecer nas manchetes dos editoriais de economia depois que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, defendeu as correções salariais trimestrais, com base na inflação. Além de ameaçar o bolso do contribuinte, a volta do debate sobre o “gatilho salarial” revela como o Brasil não desenvolveu uma cultura de prevenção e cuidado em relação  a alta de preços. É importante lembrar que o país tem um histórico relativamente recente de hiperinflação, em 1994, momento que antecedeu a introdução do Plano Real, a inflação acumulada em 12 meses era de 4.922,60%.

Antenor Barros Leal

O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e advogado, Antenor Barros Leal, diz que a indexação existe porque algumas pessoas se beneficiam com ela. Ele explica que muitos investidores tiram proveito desse tipo de situação através de aplicações do tipo o vernight, feitas no open-market em um dia para ser resgatado no dia seguinte.

O advogado lembra que uma série de preços já são indexados e que, agora, a proposta é a indexação universal. Para ele, a medida representa um risco gravíssimo para a economia. “Cada vez que você indexa há um aumento da inflação. Com a universalização da indexação passaremos de 5% para 10%, 20% de inflação, ao ano,  facilmente”.

Vitor Willher

O economista do Instituto Millenium Vitor Wilher lamenta o retorno das discussões sobre o “gatilho salarial”.  Baseado no fracasso da mesma política na década de 80,  Wilher diz que a indexação “deveria ser descartada de imediato por qualquer governo minimamente preocupado com o bem-estar da população”.

Assim como Antenor Leal, Wilher acredita que a solução do assunto passa por um rígido controle da inflação. “A meta de inflação é de 4,5%, com tolerância de 2% para mais ou menos. Países como Chile, México ou Colômbia possuem intervalos ou metas bem menores. Em outros termos, ao longo dos anos pré-crise, ao invés de tentarmos reduzir essa meta, acabamos nos acomodando a um valor bastante acima dos pares internacionais”, explica Willher.

A concentração de renda é outra consequência da escalada de preços. “Mesmo com essa indexação de que o Paulinho está falando, as pessoas vão perdendo poder de compra e não há nada que corrija isso”, alerta Antenor.

Os economistas defendem uma mudança estrutural no país. Antenor afirma que o Estado desorganizado é o ambiente próprio para o desenvolvimento da “bactéria inflacionária”. Vitor Wilher afirma que a solução “passa por uma ampla mudança de agenda dos fundamentos da economia brasileira”.

A indexação voltou a aparecer nas manchetes dos editoriais de economia depois que o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, defendeu as correções salariais trimestrais, com base na inflação. Além de ameaçar o bolso do contribuinte, a volta do debate sobre o “gatilho salarial” revela como o Brasil não desenvolveu uma cultura de prevenção e cuidado em relação  a alta de preços. É importante lembrar que o país tem um histórico relativamente recente de hiperinflação, em 1994, momento que antecedeu a introdução do Plano Real, a inflação acumulada em 12 meses era de 4.922,60%.

Antenor Barros Leal

O presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) e advogado, Antenor Barros Leal, diz que a indexação existe porque algumas pessoas se beneficiam com ela. Ele explica que muitos investidores tiram proveito desse tipo de situação através de aplicações do tipo o vernight, feitas no open-market em um dia para ser resgatado no dia seguinte.

O advogado lembra que uma série de preços já são indexados e que, agora, a proposta é a indexação universal. Para ele, a medida representa um risco gravíssimo para a economia. “Cada vez que você indexa há um aumento da inflação. Com a universalização da indexação passaremos de 5% para 10%, 20% de inflação, ao ano,  facilmente”.

Vitor Willher

O economista do Instituto Millenium Vitor Wilher lamenta o retorno das discussões sobre o “gatilho salarial”.  Baseado no fracasso da mesma política na década de 80,  Wilher diz que a indexação “deveria ser descartada de imediato por qualquer governo minimamente preocupado com o bem-estar da população”.

Assim como Antenor Leal, Wilher acredita que a solução do assunto passa por um rígido controle da inflação. “A meta de inflação é de 4,5%, com tolerância de 2% para mais ou menos. Países como Chile, México ou Colômbia possuem intervalos ou metas bem menores. Em outros termos, ao longo dos anos pré-crise, ao invés de tentarmos reduzir essa meta, acabamos nos acomodando a um valor bastante acima dos pares internacionais”, explica Willher.

A concentração de renda é outra consequência da escalada de preços. “Mesmo com essa indexação de que o Paulinho está falando, as pessoas vão perdendo poder de compra e não há nada que corrija isso”, alerta Antenor.

Os economistas defendem uma mudança estrutural no país. Antenor afirma que o Estado desorganizado é o ambiente próprio para o desenvolvimento da “bactéria inflacionária”. Vitor Wilher afirma que a solução “passa por uma ampla mudança de agenda dos fundamentos da economia brasileira”.

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