Hartung: "Estrutura pública é instrumento de concentração de renda"
Ex-governador do Espírito Santo participou do Imil nos Bastidores nesta segunda-feira (14); assista o programa!
Publicado em 15 de setembro de 2020 às, 09h00.
Última atualização em 15 de setembro de 2020 às, 15h05.
O cenário econômico e as perspectivas com a agenda de reformas foram os assuntos da edição mais recente do Imil nos Bastidores, realizada nesta segunda-feira (14). Eduardo Lemos, Pedro Trippi e Murilo Medeiros entrevistaram o economista e ex-governador do Espírito Santo, Paulo Hartung. Durante o programa, transmitido ao vivo nas redes sociais do Instituto Millenium, Hartung defendeu a continuidade da agenda de reformas. Veja!
O economista, que hoje preside a Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), disse que a reforma administrativa é extremamente necessária para que a máquina pública seja atualizada e mais justa para todos. “A estrutura pública, a grosso modo, serve a poucos e, por incrível que pareça, é um instrumento de concentração de renda no nosso país. Ela deveria ser uma estrutura de distribuição de oportunidades, para buscar o reino da igualdade e oportunidade para todos, mas não. Ela concentra renda por grupos privados e corporações internas, que são pequenas, mas muito convincentes, a ponto de nos dizer que o interesse deles é o interesse nacional”, destacou.
Ainda nessa linha, o economista falou sobre a necessidade da melhoria na qualidade de serviços prestados, defendendo a tese segundo a qual a reforma é o meio de transformar o Estado, aumentando a produtividade econômica, já que o setor público consome 33% da produção de riqueza nacional. “Discutir se o Estado tem que ser grande, tem que ser pequeno é uma enorme perda de tempo. O Estado tem que ser para todos, e hoje ele não é”, disse.
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Entre as mudanças propostas, a mais significativa é o fim da progressão automática e consequente estímulo da meritocracia. Hartung defende que a medida valha para todos, inclusive os funcionários que já atuam no serviço público, como uma injeção de ânimo na máquina pública. “A Reforma Administrativa é a favor dos funcionários, dos bons funcionários, que buscam soluções e saem da acomodação. Hoje o sistema é tão ruim, que o funcionário que entra motivado, após os três ou quatro anos, passado o estágio probatório, já está desmotivado, porque ele tem os mesmos direitos de quem não tem nenhum desempenho”, ressaltou.
Segundo ele, o momento é favorável para a aprovação não só no Congresso Nacional, mas principalmente entre a sociedade civil, que está aberta, reformista e entende que algo precisa ser feito para que os bons ventos do desenvolvimento voltem a soprar.
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“A sociedade brasileira viu o momento em que o Brasil cresceu e quer voltar a aquele momento e Câmara segue essa tendência. Então o ambiente é bom. Precisamos fazer o que precisa ser feito, porque se não plantarmos a reforma, vamos colher recessão econômica, desemprego, problemas com inflação de alimentos que já estamos assistindo”, afirmou.
Sobre o Imil nos Bastidores
O quadro promovido pelo Instituto Millenium, recebe sempre um convidado que esteja fazendo a diferença no cenário nacional, para um bate-papo sobre temas de impacto na sociedade brasileira atual. Para assistir aos episódios anteriores, acesse o YouTube do Instituto Millenium!