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Gustavo Franco: “Tendência de juros vai depender da condução da política fiscal”

O economista e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, participou do debate da revista norte-americana The Economist, na última semana. Ele criticou a política fiscal e monetária nacional e disse que o país precisa de mudanças, principalmente para conter a taxa de juros. Outros economistas presentes no evento discutiram a forte intervenção do governo na economia e comentaram os riscos que a economia brasileira corre hoje. Leia na íntegra a matéria do […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2010 às 07h00.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 10h49.

O economista e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, participou do debate da revista norte-americana The Economist, na última semana. Ele criticou a política fiscal e monetária nacional e disse que o país precisa de mudanças, principalmente para conter a taxa de juros. Outros economistas presentes no evento discutiram a forte intervenção do governo na economia e comentaram os riscos que a economia brasileira corre hoje.

Leia na íntegra a matéria do site de “Veja”:

Condução da política fiscal vai determinar tendência para juros no país

A influência do governo na economia foi criticada pelos economistas presentes ao debate promovido pela The Economist

A condução da política fiscal será determinante para que a presidente eleita Dilma Rousseff consiga reduzir as taxas de juros no país. Essa foi a opinião predominante no debate promovido nesta terça-feira pela revista The Economist. Dilma já disse que pretende reduzir a taxa real de juros (que considera as correções inflacionárias) a 2% até 2014. Atualmente, ela é de 5,8%.

O ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Franco, que participou do debate acredita que a queda da taxa de juro apenas será possível se o governo Dilma melhorar a política fiscal. “Haverá uma convergência natural da taxa de juros do Brasil para a dos países emergentes. Ela deve ficar mais próxima dos 5% do que dos 10% ao ano”, afirma o economista.

Entretanto, na avaliação de Franco, se a política fiscal não for alterada, a previsão é de que a taxa de juros aumente. “Ou se resolve o problema do déficit com mudanças na política fiscal ou na política monetária.”

A influência do governo na economia foi criticada pelos economistas presentes – sobretudo por Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES durante a segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso. Ele não considera a presidente eleita Dilma Rousseff preparada para o cargo e citou sua experiência como professor de alguns economistas do PT durante o tempo em que trabalhou na Universidade de Campinas (Unicamp). “Eu os conheço e sei que eles poderão criar problemas reais para a economia”, afirmou.

No entanto, segundo Gustavo Franco, o homem forte do governo FHC e idealizador do Plano Real, a economia brasileira – apesar de requerer ajustes – consegue funcionar de maneira estável independente da eficiência do governante. “Não é tão importante quem é o presidente hoje, como foi no passado”, explica Franco, ao reafirmar a maturidade econômica alcançada pelo Brasil.

Economia brasileira – John Micklethwait, editor da revista The Economist, que por muitos anos acompanhou o desenvolvimento da economia brasileira nas páginas de sua revista, mediou o debate Gustavo Franco, Mendonça de Barros e o economista-chefe do Itaú BBA, Ilan Goldfajn. Além das perspectivas para a taxa de juros e a influência do governo na economia, eles falaram sobre os principais riscos que acometem a sustentabilidade da economia brasileira hoje.

A revista The Economist, que semanas antes do pleito eleitoral brasileiro afirmou que o candidato tucano José Serra seria mais apropriado para liderar o país, é uma grande defensora da alternância de poder. Isso, no entanto, não impediu seu posicionamento otimista em relação ao futuro da economia brasileira. Na avaliação de Micklethwait, o Brasil tem desempenhado bem seu papel de manutenção da política econômica – apesar da falta de rigidez na política fiscal.

No final do debate, Micklethwait liderou uma pesquisa entre os economistas e empresários presentes sobre qual era o principal risco para a economia brasileira nos próximos cinco anos: 31% dos presentes responderam ser a influência governista. No entanto, quando questionados qual é o mercado mais promissor para investir nos próximos cinco anos, 61% afirmaram ser o Brasil. “Vocês não confiam em seu governo, mas manterão seu dinheiro aqui”, brincou Micklethwait no final do evento.

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O economista e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, participou do debate da revista norte-americana The Economist, na última semana. Ele criticou a política fiscal e monetária nacional e disse que o país precisa de mudanças, principalmente para conter a taxa de juros. Outros economistas presentes no evento discutiram a forte intervenção do governo na economia e comentaram os riscos que a economia brasileira corre hoje.

Leia na íntegra a matéria do site de “Veja”:

Condução da política fiscal vai determinar tendência para juros no país

A influência do governo na economia foi criticada pelos economistas presentes ao debate promovido pela The Economist

A condução da política fiscal será determinante para que a presidente eleita Dilma Rousseff consiga reduzir as taxas de juros no país. Essa foi a opinião predominante no debate promovido nesta terça-feira pela revista The Economist. Dilma já disse que pretende reduzir a taxa real de juros (que considera as correções inflacionárias) a 2% até 2014. Atualmente, ela é de 5,8%.

O ex-presidente do Banco Central (BC), Gustavo Franco, que participou do debate acredita que a queda da taxa de juro apenas será possível se o governo Dilma melhorar a política fiscal. “Haverá uma convergência natural da taxa de juros do Brasil para a dos países emergentes. Ela deve ficar mais próxima dos 5% do que dos 10% ao ano”, afirma o economista.

Entretanto, na avaliação de Franco, se a política fiscal não for alterada, a previsão é de que a taxa de juros aumente. “Ou se resolve o problema do déficit com mudanças na política fiscal ou na política monetária.”

A influência do governo na economia foi criticada pelos economistas presentes – sobretudo por Luiz Carlos Mendonça de Barros, ex-presidente do BNDES durante a segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso. Ele não considera a presidente eleita Dilma Rousseff preparada para o cargo e citou sua experiência como professor de alguns economistas do PT durante o tempo em que trabalhou na Universidade de Campinas (Unicamp). “Eu os conheço e sei que eles poderão criar problemas reais para a economia”, afirmou.

No entanto, segundo Gustavo Franco, o homem forte do governo FHC e idealizador do Plano Real, a economia brasileira – apesar de requerer ajustes – consegue funcionar de maneira estável independente da eficiência do governante. “Não é tão importante quem é o presidente hoje, como foi no passado”, explica Franco, ao reafirmar a maturidade econômica alcançada pelo Brasil.

Economia brasileira – John Micklethwait, editor da revista The Economist, que por muitos anos acompanhou o desenvolvimento da economia brasileira nas páginas de sua revista, mediou o debate Gustavo Franco, Mendonça de Barros e o economista-chefe do Itaú BBA, Ilan Goldfajn. Além das perspectivas para a taxa de juros e a influência do governo na economia, eles falaram sobre os principais riscos que acometem a sustentabilidade da economia brasileira hoje.

A revista The Economist, que semanas antes do pleito eleitoral brasileiro afirmou que o candidato tucano José Serra seria mais apropriado para liderar o país, é uma grande defensora da alternância de poder. Isso, no entanto, não impediu seu posicionamento otimista em relação ao futuro da economia brasileira. Na avaliação de Micklethwait, o Brasil tem desempenhado bem seu papel de manutenção da política econômica – apesar da falta de rigidez na política fiscal.

No final do debate, Micklethwait liderou uma pesquisa entre os economistas e empresários presentes sobre qual era o principal risco para a economia brasileira nos próximos cinco anos: 31% dos presentes responderam ser a influência governista. No entanto, quando questionados qual é o mercado mais promissor para investir nos próximos cinco anos, 61% afirmaram ser o Brasil. “Vocês não confiam em seu governo, mas manterão seu dinheiro aqui”, brincou Micklethwait no final do evento.

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