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Estudante presa no Irã: &

Bahareh Hedayat é membro do Instituto para Fortalecimento da Unidade (Tahkim Vahdat), uma organização de estudantes iranianos criada em 1979. Ela foi presa em dezembro passado pela quinta vez e condenada a nove anos e meio de prisão. Sua sentença é a mais longa já dada a um membro da união formada pelas Associações Islâmicas do Irã, desde a criação desta organização de estudantes de todo o país. Em um […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 6 de dezembro de 2010 às, 23h22.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 10h42.

Bahareh Hedayat é membro do Instituto para Fortalecimento da Unidade (Tahkim Vahdat), uma organização de estudantes iranianos criada em 1979. Ela foi presa em dezembro passado pela quinta vez e condenada a nove anos e meio de prisão. Sua sentença é a mais longa já dada a um membro da união formada pelas Associações Islâmicas do Irã, desde a criação desta organização de estudantes de todo o país. Em um ano na prisão, a universitária já foi transferida várias vezes para uma cela isolada e interrogada sob fortes pressões.

Bahareh escreveu a seguinte carta por ocasião do Dia do Estudante do Irã – a ser comemorado em 07 de dezembro de 2010:

“Não se passou muito tempo desde nosso último adeus e desde o nosso apaixonado grito de guerra para superar a escuridão. Pretendemos lutar com passos largos até chegar às praias da luz e do amor. Pretendemos pensar que, finalmente, haverá um fim para a nossa angústia e sofrimento, e não vai demorar muito até que a liberdade esteja ao alcance do nosso povo.

Juntando nossos corações, nos unimos e, embora em desvantagem em uma batalha injusta, lutamos contra a tirania com as mãos vazias. Não só nas ruas, mas também em nossos corações, optamos por sermos calmos e controlados, mas quando confrontados com a crueldade, nosso sofrimento se multiplica. Até que um dia as flores florescerão em toda parte, e soprará a brisa do conhecimento em cada cidade e aldeia. Imaginamos nossas universidades cheias de arcos de flores coloridas e perfumadas, não de prisões.

Em nossos sonhos, não há arame farpado ou portões de ferro nos impedindo de entrar em nossas escolas. Não há notícias reservadas com pedidos de expulsão de alunos, e a sombra do medo esvaiu-se de nossas universidades. Os professores não são proibidos de ensinar, e os nossos colegas, agora livres do remorso, não são mais convocados para interrogatório.

Meus colegas: estamos esgotados, mas não curvados e nem partidos. Continuamos em pé, embora com o coração ferido e inquieto. Nós testemunhamos os esforços dos ditadores saqueando uma terra fértil alimentada pelo sacrifício abnegado de gerações passadas e presentes.

A injustiça imposta às universidades do Irã, à nossa pátria e a seus filhos são os últimos esforços daqueles indivíduos de coração obscuro que não descansam mais em paz, porque os jovens do Irã almejam libertar a nossa nação. Gostaria que os nossos doces sonhos não fossem os pesadelos de ninguém. Infelizmente, estamos lidando com pessoas que não proferem outra coisa que não seja falsidade e desejam nos atingir com a traição e a vingança de cada um. Esteja prevenido para lidar com este mal, para assim proteger a sua consciência e permanecer fiel. Caso contrário, você terá aberto seu coração para o ódio e para os que optaram por seguir o caminho escuro.

Meus pacientes irmãos e irmãs, o inverno mais uma vez nos trouxe o mês de Azar (dezembro), mês que já foi nosso para atacar o coração das trevas. Um mês que será sempre nosso. Temos as paredes de tijolo, o frio da prisão de Evin, com os seus intermináveis dias e noites em vã tentativa de nos distanciar, mas ainda me lembro de todos os dias do nosso passado como estudantes, quando esperamos pelos dias verdes e ensolarados do futuro.

Apesar de terem erguido um muro entre nós, eu ainda estou com os meus colegas, e, do nosso lado, de mãos dadas, vamos cantar as mesmas músicas e levantar nossos punhos no ar, mostrando que o amor entre nós não pode ser maculado por qualquer obstáculo. Tristeza e solidão não têm lugar no meu coração, porque a nossa empatia pelo outro é imaculada.
Estes dias e noites frios certamente terminarão, um dia, para que a promessa de esperança de vida nos rodeie. Não tenho dúvidas de que em nosso brilhante futuro iremos respirar em um país livre, enquanto celebraremos juntos nossa liberdade. Alcançando o céu azul, vamos saudar o sol mais uma vez em nossas universidades e em todos os cantos desta terra que será livre, livre e finalmente livre. Uma vez que este dia está próximo, vamos rejeitar quaisquer dúvidas que possamos ter. Temos que acreditar nisso e ficar de pé como antes, informados e esperançosos.”

Fonte: “Iranian Freedom of Expression”