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Enquanto população brasileira percebe aumento de criminalidade, a solução pode vir do RS

Segundo Datafolha, 58% dos brasileiros perceberam aumento da criminalidade. Na contramão, segurança no RS alcança seus melhores números em décadas

 (Chalabala/Getty Images)

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Instituto Millenium
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Publicado em 4 de julho de 2025 às 22h45.

A última pesquisa do Datafolha sobre aumento da criminalidade no Brasil, divulgada em abril, descobriu que 58% da população do país sente que a criminalidade aumentou em suas cidades. Entre as mulheres, esta percepção é ainda pior: 62%. Segundo o último Atlas da violência, divulgado pelo Ipea, os piores estados nesse quesito são Bahia, Amazonas, Amapá e Pernambuco, seguidos por Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Ceará e Alagoas.

Enquanto isso, o Rio Grande do Sul vive uma queda histórica na criminalidade. E um estudo inédito, a ser publicado pelo Instituto Millenium, mostra relação entre queda expressiva nos crimes e mobilização da sociedade civil em prol da segurança. Dados da Secretaria da Segurança Pública do estado mostram reduções significativas nos principais indicadores de violência entre 2015 e 2024.

O estudo de João Renato Abreu e coautoria de Pedro Urso, que será publicado pelo Instituto Millenium nos próximos dias, revelou que esses resultados são fruto de um esforço conjunto da sociedade gaúcha, no qual sociedade civil e governo somaram esforços para fortalecer as forças de segurança e reduzir os índices de criminalidade. Um dos principais protagonistas desse movimento é o Instituto Cultural Floresta (ICF), criado em 2016, que reúne empresários e cidadãos dispostos a transformar indignação em ação concreta, melhorando a sua comunidade.

O ICF já doou milhares de equipamentos às forças policiais, como viaturas, armamentos e tecnologias, além de atuar na valorização dos profissionais da segurança e na reconstrução de escolas e serviços essenciais durante as enchentes de 2024. A organização também foi responsável por articular a criação da Lei de Incentivo à Segurança Pública (PISEG/RS), que permite a empresas destinarem parte do ICMS devido para projetos de segurança, destinando não só recursos mas a necessária atenção a essa área tão sensível e que apresenta desafios tão grandes em nosso país.

Mas talvez o impacto mais transformador do trabalho do ICF tenha sido a devolução da autoestima aos profissionais da segurança pública. Mais do que oferecer equipamentos ou suporte logístico, o Instituto promoveu uma verdadeira mudança cultural. Policiais que antes se sentiam desvalorizados e isolados agora percebem o reconhecimento da sociedade e do Estado. Sentem-se protegidos, respeitados e parte de algo maior. O ambiente de trabalho melhorou, a moral da tropa se elevou e a percepção pública da polícia também avançou. O ICF, portanto, não apenas apoiou operacionalmente as forças de segurança — ele ajudou a reconstruir a dignidade de quem arrisca a vida todos os dias para proteger a sociedade.

 

 

 

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