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Dissidente cubano é proibido de comparecer à entrega do Prêmio Sakharov

Nesta quarta-feira, 15 de dezembro, aconteceu a entrega do Prêmio Sakharov 2010 para a Liberdade de Pensamento, em Estrasburgo. Assim como aconteceu na cerimônia do Prêmio Nobel da Paz, em que o homenageado foi impedido de comparecer, desta vez o premiado – o dissidente cubano Guillermo “El Coco” Fariñas Hernández – também foi representado por uma cadeira vazia, pois não obteve autorização para sair de Cuba. Em uma gravação em […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 16 de dezembro de 2010 às, 18h29.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 13h28.

Nesta quarta-feira, 15 de dezembro, aconteceu a entrega do Prêmio Sakharov 2010 para a Liberdade de Pensamento, em Estrasburgo. Assim como aconteceu na cerimônia do Prêmio Nobel da Paz, em que o homenageado foi impedido de comparecer, desta vez o premiado – o dissidente cubano Guillermo “El Coco” Fariñas Hernández – também foi representado por uma cadeira vazia, pois não obteve autorização para sair de Cuba.

Em uma gravação em áudio, Fariñas agradeceu ao Parlamento Europeu “por não abandonar o povo cubano neste combate de mais de meio século em prol da democracia”.

Em outubro, Fariñas disse guardar mágoa do Brasil devido às declarações do presidente Lula sobre os presos políticos cubanos, quando o líder brasileiro os comparou a delinquentes comuns.

De acordo com o site do Parlamento Europeu, o jornalista cubano considera que uma mudança de direção nas relações da UE com o seu país só deverá acontecer quando Cuba atender a cinco pontos:

• prosseguir a libertação de todos os presos políticos e de consciência e comprometer-se publicamente a não prender opositores políticos não violentos;
• renunciar às ameaças e violências contra os opositores pacíficos dentro do país;
• revogar todas as leis cubanas que são incompatíveis com a Declaração Universal dos Direitos Humanos;
• permitir a criação de partidos políticos de oposição e o desenvolvimento de meios de comunicação não sujeitos ao sistema de “socialismo de Estado”, bem como sindicatos independentes e qualquer outro tipo de entidades sociais pacíficas;
• aceitar publicamente que todos os cubanos da diáspora têm o direito de participar da vida cultural, econômica, política e social de Cuba.

O Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento é concedido todos os anos pelo Parlamento Europeu. Criado em 1988, recompensa personalidades ou entidades que se esforçam por defender os direitos humanos e as liberdades fundamentais. Entre os vencedores, figuram nomes como o do antigo presidente sul-africano Nelson Mandela (em 1988)  e o do dissidente chinês Hu Jia (em 2008), sendo que este último também não compareceu à cerimônia de premiação por estar preso.

Fontes: Sites do Parlamento Europeu e do Repórteres sem Fronteiras.