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China ignora pressões do Reino Unido e executa britânico

Do site G1: Pequim, 29 dez (EFE).- Apesar das pressões do Governo do Reino Unido, da família do réu, de ONGs como a Reprieve e da ONU, a China executou hoje o cidadão britânico Akmal Shaikh, primeiro europeu que recebe a pena de morte no país asiático em quase 60 anos. Shaikh, de 53 anos, casado, com três filhos e condenado à morte em 2008 após ser detido com 4,03 […] Leia mais

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Instituto Millenium

Publicado em 29 de dezembro de 2009 às, 21h32.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 12h33.

Do site G1:

Pequim, 29 dez (EFE).- Apesar das pressões do Governo do Reino Unido, da família do réu, de ONGs como a Reprieve e da ONU, a China executou hoje o cidadão britânico Akmal Shaikh, primeiro europeu que recebe a pena de morte no país asiático em quase 60 anos.

Shaikh, de 53 anos, casado, com três filhos e condenado à morte em 2008 após ser detido com 4,03 quilos de heroína, foi executado hoje através de injeção letal às 10h30 (0h30 de Brasília) na cidade de Urumqi, um dia depois de ser informado da pena.

O fato foi condenado pelo Governo britânico, que, em comunicado assinado pelo primeiro ministro Gordon Brown, manifestou “horror” pela execução e pelo fato de que Pequim tenha ignorado os pedidos de clemência de Londres.

A defesa de Shaikh argumentava que ele tinha transtorno bipolar e foi enganado por outras pessoas para levar a droga à China, mas a Justiça do país asiático sustentou que os exames médicos não tinham mostrado nenhum problema psicológico.

A lei chinesa prevê a pena de morte para as pessoas que forem detidas com mais de 50 gramas de um entorpecente.

Shaikh foi julgado “de acordo com as leis chinesas” e seus direitos foram “completamente protegidos”, disse hoje, em entrevista coletiva, a porta-voz de Assuntos Exteriores chinesa, Jiang Yu.

Jiang também lamentou as palavras de condenação do primeiro-ministro do Reino Unido e disse que a China “expressa seu forte desgosto pelas acusações de Brown” e “não admite interferências em seu sistema judiciário”.

A porta-voz disse que Pequim espera que a polêmica “não crie obstáculos nas relações entre a China e o Reino Unido”, confiou em que Londres “trate o caso com clareza” e ressaltou que a execução “não tem a ver com outros assuntos”.

Alguns observadores indicaram que a disputa mantida entre China e Reino Unido em torno da recente cúpula da ONU sobre mudança climática – Londres acusou Pequim de ter “sequestrado” as reuniões – pode ter dificultado os esforços de Londres para que Shaikh obtivesse clemência. Read more