Big data auxilia o desenvolvimento de políticas públicas
Leandro Bortolassi, fundador da Eight, fala sobre estudo desenvolvido para mapear violência contra mulheres
Publicado em 10 de abril de 2019 às, 12h41.
Todas as operações realizadas no ambiente online geram uma infinidade de informações que, se bem aproveitadas, podem ser aplicadas para definir estratégias de marketing ou até direcionar políticas públicas. Essa é a tecnologia do Big Data, que já é uma realidade no Brasil e no mundo. Em entrevista ao Instituto Millenium, Leandro Bortolassi, sócio-fundador da Eight, agência especializada em projetos de inteligência para a comunicação corporativa, fala sobre as mudanças tecnológicas no setor. Ouça!
[soundcloud url="https://api.soundcloud.com/tracks/600871656" params="color=#ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true" width="100%" height="166" iframe="true" /]
“Por exemplo, ao entrar no Google para pesquisar uma informação, você gera um dado que fica no serviço de servidor e é utilizado para aprimorar a plataforma, entender seu hábito de pesquisa, de navegação… Cada busca por um produto de seu interesse também gera um dado, que pode ser utilizado para estratégia de marketing. O compartilhamento da sua localização pelo Waze é uma informação colaborativa, que ajuda no aprimoramento e utilização de rotas de tráfego. A soma de todas essas operações, que são praticamente infinitas, chamamos de Big Data”, explica Leandro.
Para Leandro, o Big Data é o viabilizador da era da inteligência da informação. Além de já ser usado para dimensionar estratégias de negócios e marketing, ele também pode contribuir para a elaboração de projetos no âmbito público. Um exemplo é o estudo inédito sobre violência contra a mulher no estado de São Paulo, realizado pela Eight. A pesquisa cruzou informações disponíveis em diversos bancos de dados para descobrir questões como as regiões com maiores índices de violência, os horários com mais volume de incidência e os padrões de vulnerabilidade retirados destas informações.
Ao cruzar todos os dados, o levantamento estabeleceu um mapeamento com questões importantes para a pauta. Uma das conclusões encontradas, por exemplo, foi o fato de que as localidades com maior ocorrência de crimes não são atendidas pelas delegacias especializadas na mulher, que estão mais presentes onde os índices de violência são menores e a concentração de renda mais alta.
“A partir daí, você consegue gerar insights estatísticos que te proporcionam desenvolver toda uma estratégia de posicionamento diante deste segmento, que no caso seria a segurança publica. Entender quais fatores podem, por exemplo, influenciar o homicídio contra mulheres. Você analisa uma série de dados do IBGE, da Secretaria de Segurança Pública, do DATASUS, e começa a estabelecer correlações com base nisso, para poder compreender o problema, a causabilidade e, a partir daí, construir o seu projeto e a sua narrativa, de que forma você pretende abordar isso e implementar um modelo de politica publica ou criar uma consciência na imprensa e na opinião pública a respeito do assunto”, pontua.