A relativização da tortura
Tortura é tortura, e não há eufemismo que possa amainar a gravidade do ato. Justificar a tortura, relativizando o emprego de sua prática, ou omitir-se, é sempre condenável. Por isso, chama a atenção o resultado deste estudo sobre a postura dos jornais americanos. Confira a notícia publicada no portal “Imprensa”: “Um estudo feito por alunos da Universidade Harvard mostra que os principais jornais dos EUA mudaram, a partir de 2004, […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 9 de julho de 2010 às 14h03.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h38.
Tortura é tortura, e não há eufemismo que possa amainar a gravidade do ato. Justificar a tortura, relativizando o emprego de sua prática, ou omitir-se, é sempre condenável. Por isso, chama a atenção o resultado deste estudo sobre a postura dos jornais americanos. Confira a notícia publicada no portal “Imprensa”:
“Um estudo feito por alunos da Universidade Harvard mostra que os principais jornais dos EUA mudaram, a partir de 2004, a forma de definir a tortura por simulação de afogamento, chamada “waterboarding”.
Segundo a Folha de S. Paulo, o ano da mudança coincide com a divulgação das primeiras denúncias sobre a ocorrência da prática na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, que recebeu o aval do Governo W. Bush (2001-2009).
A análise teve como base reportagens dos quatro jornais de maior circulação do país, The New York Times, The Wall Street Journal, Los Angeles Times e USA Today.
Entre 1931 e 1999, O NYT classificou a prática como tortura em 81,5% dos artigos que traziam o termo. Entre 2002 e 2008, no entanto, somente em dois dos 143 artigos o “waterboarding” recebeu o mesmo tratamento.
O Los Angeles Times mencionou o “waterboarding” como tortura em 96,3% das matérias entre 1935 e 2001, mas entre 2006 e 2008 só o fez em 4,8% dos artigos.
Desde 2004, o USA Today nunca citou a prática como tortura. E o Wall Street Journal a classificou dessa forma em um de 63 artigos entre 2005 e 2008.
Segundo o estudo, no lugar de “tortura” os termos mais usados eram “duro” ou “coercitivo” para descrever o “waterboarding”, a partir de 2004.
Os autores do estudo ainda dizem que, por quase um século, houve consenso na mídia de que “waterboarding” era tortura, mas depois da prática feita pela CIA veio à tona, esse consenso já não existe mais.”
Tortura é tortura, e não há eufemismo que possa amainar a gravidade do ato. Justificar a tortura, relativizando o emprego de sua prática, ou omitir-se, é sempre condenável. Por isso, chama a atenção o resultado deste estudo sobre a postura dos jornais americanos. Confira a notícia publicada no portal “Imprensa”:
“Um estudo feito por alunos da Universidade Harvard mostra que os principais jornais dos EUA mudaram, a partir de 2004, a forma de definir a tortura por simulação de afogamento, chamada “waterboarding”.
Segundo a Folha de S. Paulo, o ano da mudança coincide com a divulgação das primeiras denúncias sobre a ocorrência da prática na prisão de Abu Ghraib, no Iraque, que recebeu o aval do Governo W. Bush (2001-2009).
A análise teve como base reportagens dos quatro jornais de maior circulação do país, The New York Times, The Wall Street Journal, Los Angeles Times e USA Today.
Entre 1931 e 1999, O NYT classificou a prática como tortura em 81,5% dos artigos que traziam o termo. Entre 2002 e 2008, no entanto, somente em dois dos 143 artigos o “waterboarding” recebeu o mesmo tratamento.
O Los Angeles Times mencionou o “waterboarding” como tortura em 96,3% das matérias entre 1935 e 2001, mas entre 2006 e 2008 só o fez em 4,8% dos artigos.
Desde 2004, o USA Today nunca citou a prática como tortura. E o Wall Street Journal a classificou dessa forma em um de 63 artigos entre 2005 e 2008.
Segundo o estudo, no lugar de “tortura” os termos mais usados eram “duro” ou “coercitivo” para descrever o “waterboarding”, a partir de 2004.
Os autores do estudo ainda dizem que, por quase um século, houve consenso na mídia de que “waterboarding” era tortura, mas depois da prática feita pela CIA veio à tona, esse consenso já não existe mais.”