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A agenda da qual candidatos eleitos não podem escapar

Apesar de 79% da população se dizer muito preocupada com as mudanças climáticas, essa agenda não figurou entre as prioridades dos candidatos

Apesar de 79% da população se dizer muito preocupada com as mudanças climáticas e o meio ambiente, essa agenda não figurou entre as prioridades dos candidatos (foto/Getty Images)
Nathalia Rocha

Colunista - Instituto Millenium

Publicado em 9 de outubro de 2024 às 13h02.

Última atualização em 9 de outubro de 2024 às 20h34.

Por  Nathália Rocha

De acordo com pesquisa "Na Raiz do Brasil", realizada pela Morada Comum em parceria com a Quaest, 79% da população está muito preocupada com as mudanças climáticas e o meio ambiente. Essa agenda, no entanto, e apesar das inundações no Rio Grande do Sul e dos recentes incêndios no Pantanal e na floresta amazônica, não figurou entre as prioridades dos candidatos. Apesar de sentirem na pele os danos causados pelas alterações climáticas, os governos locais ainda carecem de vontade política e recursos para agendas como a de adaptação: das 27 capitais brasileiras, 16 ainda não possuem planos de adaptação às mudanças climáticas.

Apesar disso, os municípios desempenham um papel fundamental na agenda climática, atuando como protagonistas na implementação de ações locais de mitigação e adaptação. A proximidade dos governos municipais com a população permite que ações específicas sejam desenvolvidas de acordo com as necessidades e características de cada região, tornando as estratégias climáticas mais eficazes e personalizadas. Entre as principais atribuições dos governos municipais nesta agenda estão:

Planejamento Urbano Sustentável

Cidades bem planejadas ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa através da promoção de uma mobilidade urbana sustentável, com ciclovias e eletrificação do transporte público. Além disso, a criação de áreas verdes e a gestão adequada do uso do solo são essenciais para melhorar a qualidade do ar e reduzir a urbanização descontrolada.

Gestão de Resíduos e Eficiência Energética

A gestão eficaz dos resíduos sólidos é outra área crítica em que os municípios podem fazer a diferença. Programas de reciclagem e compostagem não só reduzem a poluição, mas também diminuem as emissões de metano dos aterros sanitários. Além disso, os municípios podem liderar pelo exemplo, implementando iniciativas de eficiência energética em prédios públicos, promovendo o uso de energias renováveis e incentivando práticas de construção sustentável no setor privado.

Infraestrutura Resiliente

Diante dos eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, os municípios precisam investir em infraestrutura resiliente. Isso envolve melhorar os sistemas de drenagem para evitar enchentes, fortalecer as defesas costeiras contra a elevação do nível do mar e assegurar que as edificações estejam preparadas para enfrentar condições climáticas severas.

Educação e Conscientização

Os governos municipais devem também investir em educação e conscientização, promovendo campanhas que informem a população sobre a importância de práticas sustentáveis no cotidiano. A sensibilização da comunidade para questões climáticas é vital para fomentar uma cultura de sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Envolvimento das Comunidades Locais

Um aspecto essencial para o sucesso das políticas climáticas municipais é o envolvimento ativo das comunidades locais na proposição de soluções. Quando os cidadãos são convidados a participar do processo de tomada de decisões, as estratégias adotadas são mais eficazes e têm maior chance de sucesso. O conhecimento local é um recurso valioso que pode identificar problemas específicos e sugerir soluções inovadoras e culturalmente apropriadas. Além disso, o engajamento das comunidades fortalece a governança local e promove um senso de pertencimento e responsabilidade coletiva em relação ao meio ambiente.

Parcerias e Colaborações

Finalmente, os municípios não podem atuar isoladamente. A colaboração com outros níveis de governo, organizações não governamentais, setor privado e instituições acadêmicas é crucial para a troca de conhecimento, recursos e tecnologias. Parcerias estratégicas podem acelerar a implementação de projetos climáticos e ampliar seu alcance e impacto.

Qualquer gestor público que queira ter um papel transformador na vida das comunidades pelas quais está responsável precisará incluir em seu planejamento medidas de mitigação e adaptação climática. Os municípios são peças-chave nessa agenda e possuem uma capacidade única de promover mudanças significativas a nível local. Ao integrar políticas sustentáveis em seu planejamento e operações diárias, e ao envolver a comunidade em suas iniciativas, os governos municipais podem liderar o caminho para um futuro mais resiliente e sustentável.

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Por  Nathália Rocha

De acordo com pesquisa "Na Raiz do Brasil", realizada pela Morada Comum em parceria com a Quaest, 79% da população está muito preocupada com as mudanças climáticas e o meio ambiente. Essa agenda, no entanto, e apesar das inundações no Rio Grande do Sul e dos recentes incêndios no Pantanal e na floresta amazônica, não figurou entre as prioridades dos candidatos. Apesar de sentirem na pele os danos causados pelas alterações climáticas, os governos locais ainda carecem de vontade política e recursos para agendas como a de adaptação: das 27 capitais brasileiras, 16 ainda não possuem planos de adaptação às mudanças climáticas.

Apesar disso, os municípios desempenham um papel fundamental na agenda climática, atuando como protagonistas na implementação de ações locais de mitigação e adaptação. A proximidade dos governos municipais com a população permite que ações específicas sejam desenvolvidas de acordo com as necessidades e características de cada região, tornando as estratégias climáticas mais eficazes e personalizadas. Entre as principais atribuições dos governos municipais nesta agenda estão:

Planejamento Urbano Sustentável

Cidades bem planejadas ajudam a reduzir as emissões de gases de efeito estufa através da promoção de uma mobilidade urbana sustentável, com ciclovias e eletrificação do transporte público. Além disso, a criação de áreas verdes e a gestão adequada do uso do solo são essenciais para melhorar a qualidade do ar e reduzir a urbanização descontrolada.

Gestão de Resíduos e Eficiência Energética

A gestão eficaz dos resíduos sólidos é outra área crítica em que os municípios podem fazer a diferença. Programas de reciclagem e compostagem não só reduzem a poluição, mas também diminuem as emissões de metano dos aterros sanitários. Além disso, os municípios podem liderar pelo exemplo, implementando iniciativas de eficiência energética em prédios públicos, promovendo o uso de energias renováveis e incentivando práticas de construção sustentável no setor privado.

Infraestrutura Resiliente

Diante dos eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, os municípios precisam investir em infraestrutura resiliente. Isso envolve melhorar os sistemas de drenagem para evitar enchentes, fortalecer as defesas costeiras contra a elevação do nível do mar e assegurar que as edificações estejam preparadas para enfrentar condições climáticas severas.

Educação e Conscientização

Os governos municipais devem também investir em educação e conscientização, promovendo campanhas que informem a população sobre a importância de práticas sustentáveis no cotidiano. A sensibilização da comunidade para questões climáticas é vital para fomentar uma cultura de sustentabilidade e responsabilidade ambiental.

Envolvimento das Comunidades Locais

Um aspecto essencial para o sucesso das políticas climáticas municipais é o envolvimento ativo das comunidades locais na proposição de soluções. Quando os cidadãos são convidados a participar do processo de tomada de decisões, as estratégias adotadas são mais eficazes e têm maior chance de sucesso. O conhecimento local é um recurso valioso que pode identificar problemas específicos e sugerir soluções inovadoras e culturalmente apropriadas. Além disso, o engajamento das comunidades fortalece a governança local e promove um senso de pertencimento e responsabilidade coletiva em relação ao meio ambiente.

Parcerias e Colaborações

Finalmente, os municípios não podem atuar isoladamente. A colaboração com outros níveis de governo, organizações não governamentais, setor privado e instituições acadêmicas é crucial para a troca de conhecimento, recursos e tecnologias. Parcerias estratégicas podem acelerar a implementação de projetos climáticos e ampliar seu alcance e impacto.

Qualquer gestor público que queira ter um papel transformador na vida das comunidades pelas quais está responsável precisará incluir em seu planejamento medidas de mitigação e adaptação climática. Os municípios são peças-chave nessa agenda e possuem uma capacidade única de promover mudanças significativas a nível local. Ao integrar políticas sustentáveis em seu planejamento e operações diárias, e ao envolver a comunidade em suas iniciativas, os governos municipais podem liderar o caminho para um futuro mais resiliente e sustentável.

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