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5 pontos essenciais para a educação pública no Brasil

A educação não pode ficar de fora dos debates eleitorais em 2018

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laizmartins1

Publicado em 30 de novembro de 2017 às 14h46.

É a partir de uma educação de qualidade que um indivíduo consegue evoluir, tanto socialmente como economicamente. Mesmo diante da sua importância, porém, ela não é muito valorizada no país. O estudo promovido pela Unesco The Education for All (EFA) / Global Monitoring Report (GMR), um dos rankings que avaliam o desempenho da educação no mundo, divulgado em maio, colocou o Brasil na 88ª posição em uma lista com 127 países, ficando atrás de vizinhos como Equador, Bolívia e Chile.

Com o próximo ano batendo às portas, as eleições presidenciais e os debates políticos não podem deixar de trazer a educação para o centro das agendas propositivas. Para isso, o Instituto Millenium conversou com a especialista Cláudia Costin, coordenadora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV – CEIPE), que elencou cinco prioridades educacionais para o próximo governo. Ouça!

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1 – Tornar a formação inicial de professores menos “divorciada da prática”

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Segundo Costin, no Brasil, a formação de docentes é excessivamente centrada nos pilares da educação e não aborda de maneira adequada à didática específica da disciplina que ele vai ministrar ou questões relacionadas ao processo de ensinar, como a alfabetização de crianças e a inclusão de alunos com deficiência na sala de aula.

“Tornar profissionalizante a formação inicial dos docentes é muito urgente. Parte desTe problema tem a ver com o fato de que, no Brasil, nós desvalorizamos a profissionalização. Achamos que ela tende a ser um curso menor. Na Finlândia, por exemplo, formar professores se dá em um mestrado profissionalizante. É fundamental preparar para essa profissão, que é a mais importante de todas”.

2 – Contar com um currículo de altas expectativas, centrado em competências, bem sequenciado, mas flexível, para todas as unidades da educação

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Para ilustrar essa questão, Costin lembra que o Brasil foi mal avaliado no PISA, teste internacional aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na área de ciências, por exemplo, o país aparece entre os oito piores do ranking, que conta com 70 nações. A especialista explica que, com exceção do Canadá, todos os 30 países mais bem colocados contam com um currículo nacional comum às unidades da educação, realidade que não acontece no sistema educacional brasileiro.

“O Brasil se inspirou nos Estados Unidos, a meu ver equivocadamente, para definir que não precisava de um currículo nacional. Para não tirar a autonomia do professor, uma ideia trazida em outro contexto e reflexão, nós não precisaríamos de um currículo que definisse mais claramente o que cada criança e adolescente precisa aprender. Finalmente, o país está preparando a Base Nacional Comum Curricular, que já estava prevista há muito tempo na legislação e que não havia sido desenvolvida”, acrescenta, salientando que o ensino de “altas expectativas” deve ser aplicado a todos, independe de sua posição social.

3 – Avaliar sistematicamente a qualidade da educação oferecida e dar retorno às equipes escolares

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Costin salienta que políticas públicas de qualidade são feitas com base em evidências científicas e dados. Desta forma, é fundamental ter um sistema de avaliação eficaz, para se assegurar de que o aluno está, de fato, aprendendo. De acordo com a especialista, a Avaliação Nacional de Alfabetização, aplicada no terceiro ano do currículo escolar, mostra que 57% dos estudantes têm aprendizagem inadequada em matemática e 35% em escrita. Esses déficits vão se acumulando ao longo do tempo. Tanto que, no nono ano, 83% dos jovens não aprendem o adequado em matemática, chegando ao ensino médio completamente despreparados.

“Devemos, além disso, ensinar o professor e diretor a lerem os dados dessas avaliações para que possam melhorar as suas práticas. E que ele mesmo aprenda a fazer as suas avaliações, mas rigorosas, que lhe mostrem onde está o problema de aprendizagem de cada aluno para que possa trabalhar a partir disso”.

4 – Assegurar formação continuada em serviço de qualidade, por meio de estudo e planejamento colaborativo dos professores

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A importância da colaboração entre os professores é outro ponto destacado pela especialista. Segundo Costin, o trabalho colaborativo é um grande diferencial em países que possuem um sistema educacional de qualidade.
“Usar o 1/3 de tempo, que a lei oferece aos professores para atividades extraclasses, para trabalho e estudo conjunto é muito bom. Algo que me chamou atenção em Xangai, por exemplo, era o quanto os professores aprendiam observando a aula de seus colegas. Nós precisamos quebrar os muros das salas e parar com essa ideia de que a profissão de professor é isolada. Ela é uma profissão de equipe”, acrescenta.

5 – Fomentar o ensino técnico, em associação com o setor produtivo, e com flexibilidade na definição de disciplinas e na seleção de instrutores

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O fomento ao ensino é a última prioridade apontada por Costin. A especialista lembra que nem todos os jovens precisam ou desejam fazer universidade. No entanto, as políticas públicas brasileiras não são eficazes na criação de mecanismos para atrair os alunos que realmente querem estudar através deste sistema de ensino.

“O ensino médio prepara apenas para o ensino superior e não para o mercado de trabalho ou para uma vida como cidadão autônomo. Uma das alternativas a isso seria o ensino técnico de qualidade. Ocorre, porém, que ele exige uma prova de entrada que recolhe os melhores alunos das escolas. O que acaba acontecendo é que eles são justamente aqueles que já desejariam fazer uma universidade”, salienta, acrescentando que o currículo também deveria ser revisado, para que as disciplinas tivessem mais sinergia entre si, sendo voltadas para a formação de técnicos.

É a partir de uma educação de qualidade que um indivíduo consegue evoluir, tanto socialmente como economicamente. Mesmo diante da sua importância, porém, ela não é muito valorizada no país. O estudo promovido pela Unesco The Education for All (EFA) / Global Monitoring Report (GMR), um dos rankings que avaliam o desempenho da educação no mundo, divulgado em maio, colocou o Brasil na 88ª posição em uma lista com 127 países, ficando atrás de vizinhos como Equador, Bolívia e Chile.

Com o próximo ano batendo às portas, as eleições presidenciais e os debates políticos não podem deixar de trazer a educação para o centro das agendas propositivas. Para isso, o Instituto Millenium conversou com a especialista Cláudia Costin, coordenadora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV – CEIPE), que elencou cinco prioridades educacionais para o próximo governo. Ouça!

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Segundo Costin, no Brasil, a formação de docentes é excessivamente centrada nos pilares da educação e não aborda de maneira adequada à didática específica da disciplina que ele vai ministrar ou questões relacionadas ao processo de ensinar, como a alfabetização de crianças e a inclusão de alunos com deficiência na sala de aula.

“Tornar profissionalizante a formação inicial dos docentes é muito urgente. Parte desTe problema tem a ver com o fato de que, no Brasil, nós desvalorizamos a profissionalização. Achamos que ela tende a ser um curso menor. Na Finlândia, por exemplo, formar professores se dá em um mestrado profissionalizante. É fundamental preparar para essa profissão, que é a mais importante de todas”.

2 – Contar com um currículo de altas expectativas, centrado em competências, bem sequenciado, mas flexível, para todas as unidades da educação

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Para ilustrar essa questão, Costin lembra que o Brasil foi mal avaliado no PISA, teste internacional aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na área de ciências, por exemplo, o país aparece entre os oito piores do ranking, que conta com 70 nações. A especialista explica que, com exceção do Canadá, todos os 30 países mais bem colocados contam com um currículo nacional comum às unidades da educação, realidade que não acontece no sistema educacional brasileiro.

“O Brasil se inspirou nos Estados Unidos, a meu ver equivocadamente, para definir que não precisava de um currículo nacional. Para não tirar a autonomia do professor, uma ideia trazida em outro contexto e reflexão, nós não precisaríamos de um currículo que definisse mais claramente o que cada criança e adolescente precisa aprender. Finalmente, o país está preparando a Base Nacional Comum Curricular, que já estava prevista há muito tempo na legislação e que não havia sido desenvolvida”, acrescenta, salientando que o ensino de “altas expectativas” deve ser aplicado a todos, independe de sua posição social.

3 – Avaliar sistematicamente a qualidade da educação oferecida e dar retorno às equipes escolares

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“Devemos, além disso, ensinar o professor e diretor a lerem os dados dessas avaliações para que possam melhorar as suas práticas. E que ele mesmo aprenda a fazer as suas avaliações, mas rigorosas, que lhe mostrem onde está o problema de aprendizagem de cada aluno para que possa trabalhar a partir disso”.

4 – Assegurar formação continuada em serviço de qualidade, por meio de estudo e planejamento colaborativo dos professores

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A importância da colaboração entre os professores é outro ponto destacado pela especialista. Segundo Costin, o trabalho colaborativo é um grande diferencial em países que possuem um sistema educacional de qualidade.
“Usar o 1/3 de tempo, que a lei oferece aos professores para atividades extraclasses, para trabalho e estudo conjunto é muito bom. Algo que me chamou atenção em Xangai, por exemplo, era o quanto os professores aprendiam observando a aula de seus colegas. Nós precisamos quebrar os muros das salas e parar com essa ideia de que a profissão de professor é isolada. Ela é uma profissão de equipe”, acrescenta.

5 – Fomentar o ensino técnico, em associação com o setor produtivo, e com flexibilidade na definição de disciplinas e na seleção de instrutores

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O fomento ao ensino é a última prioridade apontada por Costin. A especialista lembra que nem todos os jovens precisam ou desejam fazer universidade. No entanto, as políticas públicas brasileiras não são eficazes na criação de mecanismos para atrair os alunos que realmente querem estudar através deste sistema de ensino.

“O ensino médio prepara apenas para o ensino superior e não para o mercado de trabalho ou para uma vida como cidadão autônomo. Uma das alternativas a isso seria o ensino técnico de qualidade. Ocorre, porém, que ele exige uma prova de entrada que recolhe os melhores alunos das escolas. O que acaba acontecendo é que eles são justamente aqueles que já desejariam fazer uma universidade”, salienta, acrescentando que o currículo também deveria ser revisado, para que as disciplinas tivessem mais sinergia entre si, sendo voltadas para a formação de técnicos.

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