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Temas emergentes: o que é o lean innovation?

Preparei uma série de posts relacionados a temas emergentes relacionados à gestão da inovação. Alguns deles, conceitualmente já surgiram há algum tempo, porém somente agora começo a perceber sua difusão quanto à efetiva implementação nas empresas. Conceitos como inovação enxuta, chief innovation officer (CINO), inovação frugal, escritório de gestão da inovação, hackathons e co-criação são cada vez mais vistos em prática nas empresas brasileiras. Todos esses conceitos visam refinar e […] Leia mais

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Inovação na prática

Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às, 21h59.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 08h35.

Preparei uma série de posts relacionados a temas emergentes relacionados à gestão da inovação. Alguns deles, conceitualmente já surgiram há algum tempo, porém somente agora começo a perceber sua difusão quanto à efetiva implementação nas empresas.

Conceitos como inovação enxuta, chief innovation officer (CINO), inovação frugal, escritório de gestão da inovação, hackathons e co-criação são cada vez mais vistos em prática nas empresas brasileiras. Todos esses conceitos visam refinar e melhorar a forma de gerir a inovação

Vamos começar com a abordagem de inovação enxuta ou lean innovation. Pensar a inovação dessa maneira demanda mudar a forma como as empresas desenvolvem suas iniciativas inovadoras, criando um processo rápido de testagem e aprendizado.

O modelo tradicional do processo de inovação, baseado principalmente na metodologia linear de planejamento extensivo e busca pela perfeição até o lançamento no mercado. O modelo de inovação enxuta utiliza o conceito de mínimo produto viável e testagem rápida, prioritariamente em condições reais de mercado. A ideia é ir refinando o conceito inicial com velocidade e custo baixo, aprendendo com as interações no mercado

Essa abordagem nasceu nas startups e tem sido utilizada em empresas de todos os portes. Na prática, tenho visto certa dificuldade em algumas grandes empresas em adotar uma postura lean e alguns fatores contribuem para tal: a cultura de erro (o medo de errar e quanto a empresa está disposta a arriscar), a burocracia do processo tradicional que praticamente obriga que os times de projetos comprovem antecipadamente que as “coisas irão funcionar conforme o planejado” e a falta de suporte da organização para fomentar uma cultura com essa abordagem.

Para uma empresa nascente (startup), quando ainda não existe uma marca, produtos e processos estabelecidos, o erro é uma condição natural para empreender. Toda nova empresa nasce com o fantasma do insucesso e precisa provar sua condição de competir no mercado. Dessa forma, lançar um produto para validação (mínimo produto viável) coloca em risco pouca coisa, já que não existem ativos como marca e portfolio a serem atingidos por um eventual fracasso. De fato, a ideia de desenvolver uma versão rápida não tem como objetivo avaliar o sucesso ou fracasso, mas sim aprender o mais rápido possível para ajustar a versão final.

Para uma grande empresa isso significa mudar a cultura de desenvolvimento. Significa controlar o processo de desenvolvimento priorizando o aprendizado rápido. Significa que o ótimo pode ser inimigo do bom nessa fase. Ao invés de ficar meses refinando algo internamente em busca da suposta perfeição (gerando muitas vezes produtos muito caros, complicados ou diferentes da expectativa do mercado), deve-se priorizar a ação e validação rápida de maneira controlada e aberta para ajustes.

Existe uma frase famosa em um cartaz no escritório da Facebook: feito é melhor que perfeito. Minimize o risco, aprenda rapidamente e barato para atingir o sucesso. Esses são os mantras da inovação enxuta. Tudo isso é impossível com as normas e regras tradicionais dos negócios, portanto demanda uma nova visão de gestão da inovação.