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O iPhone 5 é inovação?

Existe muita discussão em relação às tipologias de inovação: radical VS incremental e inovação VS melhoria (em relação à intensidade), tecnológica VS organizacional e inovador para o mercado VS para empresa (em relação à abrangência), além de haver uma série de classificações no que diz respeito a tipos (produto VS processos VS marketing VS gestão e o radar da inovação que apresenta 12 tipos, só para citar duas classificações). O […] Leia mais

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Inovação na prática

Publicado em 18 de setembro de 2012 às, 14h10.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às, 09h18.

Existe muita discussão em relação às tipologias de inovação: radical VS incremental e inovação VS melhoria (em relação à intensidade), tecnológica VS organizacional e inovador para o mercado VS para empresa (em relação à abrangência), além de haver uma série de classificações no que diz respeito a tipos (produto VS processos VS marketing VS gestão e o radar da inovação que apresenta 12 tipos, só para citar duas classificações).

O entendimento dessas definições serve para orientar os movimentos estratégicos e, especialmente, definir a estratégia de inovação. Essa é uma das ações iniciais para estruturação da inovação nas empresas. Por exemplo, a empresa definir que irá focar em uma série de inovações incrementais em processos, implica em ações e encaminhamentos completamente distintos que buscar inovações radicais para o mercado em produtos.

Bom, voltando ao título deste post, vamos analisar o lançamento do iPhone 5 sob o espectro das tipologias de inovação. Em primeiro lugar, podemos classificar o lançamento dessa versão do aparelho como uma inovação incremental ou mesmo uma melhoria. Diversos aperfeiçoamentos foram feitos na versão anterior, trazendo melhor desempenho nas funcionalidades existentes (câmera, tela, processador, gráficos, fones de ouvido, etc…). Muitas dessas novidades foram apenas para a empresa e não para o mercado – veja a lista completa aqui: https://exame.com/tecnologia/noticias/iphone-5-avanca-mas-nao-surpreende).

Falando em relação à tipos, podemos observar que a nova versão deu continuidade à ênfase da empresa em apresentar novidades no design do produto (mais fino e maior), na plataforma (compartilhamento de tecnologias com outros produtos da empresa) e no modelo de captura de valor (ênfase na vinculação com a App Store e iTunes).

Apesar de decepcionar alguns analistas e consumidores que esperavam um produto mais revolucionário, para entender a estratégia da Apple é preciso enxergar esses movimentos sob dois aspectos: a evolução tecnológica e o mercado. O primeiro iPhone foi lançado em 2007, trazendo novidades significativas em relação aos modelos concorrentes na época (essa sim um inovação de ruptura – https://exame.com/rede-de-blogs/inovacao-na-pratica/2012/05/22/marketing-para-produtos-inovadores/).

Naturalmente existe um movimento de evolução tecnológica durante o ciclo de vida dos produtos, fazendo com que haja melhorias no produto ao longo de sua comercialização e ampliação do número de usuários. A necessidade de fazer uma nova ruptura é condicionada a evolução e disponibilização de novas tecnologias a custos comercialmente viáveis. Outro fator que pode acelerar novos movimentos disruptivos ou inovações radicais é a pressão de mercado pelos concorrentes. Apesar de todo o esforço da Samsung em ser a número 1 em quantidade de aparelhos vendidos, boa parte dos lucros da venda de celulares ainda vão para a Apple, fazendo com que a pressão pela apresentação de um novo produto realmente inovador seja minimizada.