Exame Logo

Inovação a serviço da saúde

A alta do dólar e a crise econômica podem ter um impacto importante no setor da saúde. O dólar impacta o custeio e investimento das operações de saúde pública e privada já que muitos insumos e equipamentos são importados e irão pressionar o custo. Afora isso, a contenção nos gastos do orçamento da União irá impactar o Sistema Único de Saúde. Os próximos meses e anos serão desafiadores para uma […] Leia mais

DR

Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2015 às 17h53.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h53.

A alta do dólar e a crise econômica podem ter um impacto importante no setor da saúde. O dólar impacta o custeio e investimento das operações de saúde pública e privada já que muitos insumos e equipamentos são importados e irão pressionar o custo. Afora isso, a contenção nos gastos do orçamento da União irá impactar o Sistema Único de Saúde. Os próximos meses e anos serão desafiadores para uma área tão importante para um país quanto à saúde.

A convite da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos) participei da 4a edição do CIMES (Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para a Saúde), onde se discutiu alternativas para aumentar a capacidade de inovar das empresas brasileiras do setor. Além disso, casos de sucesso foram trazidos para contar suas experiências e dificuldades.

O setor de saúde movimenta 10% do PIB brasileiro e há um grande desafio da indústria nacional para ocupar seu espaço tanto no mercado local quanto internacional, diminuindo o déficit na balança comercial. No ano passado foram exportados US$ 800 milhões e importados US$ 4,5 bilhões, apontando uma grande oportunidade de nacionalização de itens estrangeiros mediante o desenvolvimento de tecnologias localmente.

A visão hoje não é mais local, é global. Para ser competitivo no Brasil é preciso ser competitivo no mundo. Para concorrer em grau de igualdade com empresas multinacionais em qualquer mercado é preciso acelerar a inovação. O resultado final desse esforço é um efeito positivo para todos envolvidos: pacientes (melhores serviços), empresas (melhores resultados) e o país (que consegue utilizar melhor o recurso ao oferecer melhores serviços públicos).

A inovação pode melhorar os serviços de saúde, seja público ou privado. É preciso abrir a cabeça para novas tecnologias, modelos de negócios e outras tendências. Um dos caminhos é a aproximação maior das empresas com as universidades e startups. Dada a especificidade de conhecimentos e necessidade de constante atualização é muito difícil as empresas sozinhas internalizar todos os profissionais necessários ou mesmo desenvolver produtos na velocidade adequada para responder as necessidades do mercado. A mudança de paradigma é fundamental.

Destaco 3 tendências que foram faladas no CIMES e que poderão impactar a forma como recebemos os cuidados de saúde em breve:

Telemedicina – Um dos temas mais interessantes e polêmicos do momento é a telemedicina. Ela pode englobar consultas, consultorias, segunda opinião, diagnóstico, cirurgia, monitoramento e educação. Tudo feito à distancia envolvendo tecnologia da informação. Em um país geograficamente disperso como o Brasil, muitos municípios são obrigados a deslocar seus pacientes para simples consultas ou acompanhamentos que poderiam ser feitos à distancia, reduzindo o sofrimento do paciente, o tempo perdido nesses deslocamentos e os custos.

Atualmente há muita discussão do ponto de vista de regulação, ética e normativa para adoção desse modelos alternativos de prestação do serviço médico mas entendo que seja um caminho sem volta. Hoje já fazemos reuniões nas empresas por teleconferências e a educação caminha para consolidar o modelo à distância, sendo portanto questão de tempo para que os órgãos reguladores definam os parâmetros adequados para a saúde.

Home Care – em 2030 é esperado que a 30% da população brasileira seja considerada idosa. O envelhecimento da população reflete diretamente na necessidade das empresas inovarem em busca de soluções para atender as novas características da população. Uma tendência é o aumento da perspectiva de cuidados em casa, tanto no prevenção, tratamento e recuperação. Essa perspectiva demanda inovações para diminuir o tamanho dos equipamentos, tornar a utilização mais intuitiva, além é claro de reduzir custos.

Internet das Coisas e Big Data – o setor de saúde deve ser um dos mais impactados pelo aumento da conectividade dos equipamentos e da nossa vida em geral. O monitoramento em tempo continuo com os wearables pode ajudar a salvar vidas. Afora isso, novos equipamentos e sistemas estão em desenvolvimento para organizar e processar um conjunto enorme de dados que são e serão gerados todos os dias de pacientes e comunidades para melhorar as ações preditivas e abordagem para tratamentos de saúde.

Essas e outras tendências moldarão o futuro da saúde e é preciso que nossas empresas tenham a capacidade de acompanhar e tomar a frente do processo de desenvolvimento.

Felipe Ost Scherer

Veja também

A alta do dólar e a crise econômica podem ter um impacto importante no setor da saúde. O dólar impacta o custeio e investimento das operações de saúde pública e privada já que muitos insumos e equipamentos são importados e irão pressionar o custo. Afora isso, a contenção nos gastos do orçamento da União irá impactar o Sistema Único de Saúde. Os próximos meses e anos serão desafiadores para uma área tão importante para um país quanto à saúde.

A convite da ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos) participei da 4a edição do CIMES (Congresso de Inovação em Materiais e Equipamentos para a Saúde), onde se discutiu alternativas para aumentar a capacidade de inovar das empresas brasileiras do setor. Além disso, casos de sucesso foram trazidos para contar suas experiências e dificuldades.

O setor de saúde movimenta 10% do PIB brasileiro e há um grande desafio da indústria nacional para ocupar seu espaço tanto no mercado local quanto internacional, diminuindo o déficit na balança comercial. No ano passado foram exportados US$ 800 milhões e importados US$ 4,5 bilhões, apontando uma grande oportunidade de nacionalização de itens estrangeiros mediante o desenvolvimento de tecnologias localmente.

A visão hoje não é mais local, é global. Para ser competitivo no Brasil é preciso ser competitivo no mundo. Para concorrer em grau de igualdade com empresas multinacionais em qualquer mercado é preciso acelerar a inovação. O resultado final desse esforço é um efeito positivo para todos envolvidos: pacientes (melhores serviços), empresas (melhores resultados) e o país (que consegue utilizar melhor o recurso ao oferecer melhores serviços públicos).

A inovação pode melhorar os serviços de saúde, seja público ou privado. É preciso abrir a cabeça para novas tecnologias, modelos de negócios e outras tendências. Um dos caminhos é a aproximação maior das empresas com as universidades e startups. Dada a especificidade de conhecimentos e necessidade de constante atualização é muito difícil as empresas sozinhas internalizar todos os profissionais necessários ou mesmo desenvolver produtos na velocidade adequada para responder as necessidades do mercado. A mudança de paradigma é fundamental.

Destaco 3 tendências que foram faladas no CIMES e que poderão impactar a forma como recebemos os cuidados de saúde em breve:

Telemedicina – Um dos temas mais interessantes e polêmicos do momento é a telemedicina. Ela pode englobar consultas, consultorias, segunda opinião, diagnóstico, cirurgia, monitoramento e educação. Tudo feito à distancia envolvendo tecnologia da informação. Em um país geograficamente disperso como o Brasil, muitos municípios são obrigados a deslocar seus pacientes para simples consultas ou acompanhamentos que poderiam ser feitos à distancia, reduzindo o sofrimento do paciente, o tempo perdido nesses deslocamentos e os custos.

Atualmente há muita discussão do ponto de vista de regulação, ética e normativa para adoção desse modelos alternativos de prestação do serviço médico mas entendo que seja um caminho sem volta. Hoje já fazemos reuniões nas empresas por teleconferências e a educação caminha para consolidar o modelo à distância, sendo portanto questão de tempo para que os órgãos reguladores definam os parâmetros adequados para a saúde.

Home Care – em 2030 é esperado que a 30% da população brasileira seja considerada idosa. O envelhecimento da população reflete diretamente na necessidade das empresas inovarem em busca de soluções para atender as novas características da população. Uma tendência é o aumento da perspectiva de cuidados em casa, tanto no prevenção, tratamento e recuperação. Essa perspectiva demanda inovações para diminuir o tamanho dos equipamentos, tornar a utilização mais intuitiva, além é claro de reduzir custos.

Internet das Coisas e Big Data – o setor de saúde deve ser um dos mais impactados pelo aumento da conectividade dos equipamentos e da nossa vida em geral. O monitoramento em tempo continuo com os wearables pode ajudar a salvar vidas. Afora isso, novos equipamentos e sistemas estão em desenvolvimento para organizar e processar um conjunto enorme de dados que são e serão gerados todos os dias de pacientes e comunidades para melhorar as ações preditivas e abordagem para tratamentos de saúde.

Essas e outras tendências moldarão o futuro da saúde e é preciso que nossas empresas tenham a capacidade de acompanhar e tomar a frente do processo de desenvolvimento.

Felipe Ost Scherer

Acompanhe tudo sobre:InovaçãoPesquisa e desenvolvimentoRemédiosServiços de saúdeSetor de saúde

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se