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De onde veio a inspiração para criar o Facebook?

O conceito de rede social não era novo e a ideia do Facebook foi baseada em uma evolução de quase quarenta anos. Desde que a internet foi criada as conexões virtuais entre pessoas puderam ser ampliadas, especialmente através dos emails e dos comunicadores instantâneos como os messengers. Por definição, uma rede social pode ser caracterizada como uma comunidade virtual no qual os participantes possuem um perfil próprio e estabelecem conexões […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 03h18.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 08h28.

O conceito de rede social não era novo e a ideia do Facebook foi baseada em uma evolução de quase quarenta anos. Desde que a internet foi criada as conexões virtuais entre pessoas puderam ser ampliadas, especialmente através dos emails e dos comunicadores instantâneos como os messengers. Por definição, uma rede social pode ser caracterizada como uma comunidade virtual no qual os participantes possuem um perfil próprio e estabelecem conexões com outros participantes, compartilhando informações.

Desde as origens da internet já se falava na comunicação de usuários com interesses comuns afastados geograficamente através de mensagens eletrônicas. Com o surgimento da world wide web também começaram a crescer as comunidades virtuais nas quais os usuários podiam criar suas páginas pessoas, com destaque para o Geocities. Em 1994 surgiu o site de relacionamentos Match.com e um ano depois o Classmates.com, cada qual com um propósito bastante específico mas ambos serviam para conectar pessoas com interesses comuns.

A primeira rede social nos moldes das atuais foi a SixDegrees. Ela era direcionada para pessoas reais que se conheciam e estabeleciam conexões com outras pessoas, podendo montar um perfil com o objetivo de descobrir pontos em comum entre elas. A SixDegrees tentava mapear as relações existentes entre pessoas reais que utilizam seus nomes verdadeiros.

A forma de convite era através de algum email dos participantes da rede social (algo inovador na época) e cada usuário podia criar um perfil pessoal com informações sobre interesses e características. A SixDegrees era um grande produto, mas fora do seu tempo. O custo de desenvolvimento e manutenção do site era altíssimos pois demandava muita gente especializada e licenças de software caras. Outra dificuldade estava na velocidade de acesso dos usuários que ainda utilizavam em sua maioria redes discadas. Somado a isso, naquela época a disponibilidade de câmeras digitais ainda era limitada a poucos, fazendo com que a ferramenta não tivesse espaço para colocação de fotos nos perfis. A SixDegrees chegou a ter 3,5 milhões de usuários no seu auge porém não conseguiu ir além do final do ano 2000.

Algumas outras iniciativas de redes sociais segmentadas surgiram nos anos seguintes mas foi em 2002, com o surgimento do Friendster, que algo novo movimentava novamente esse mercado. O fundador, Jonathan Abrams, apostou na oportunidade de aproximar pessoas para novos relacionamentos mas através da conexão com amigos dos amigos e utilizando seus nomes e perfis reais. O Friendster trazia a evolução do conceito do Match.com (que era voltado para relacionamentos mas entre estranhos) e do Sixdegrees (adicionando algo que faltava nele, ou seja, a foto ao lado do perfil do usuário).

O sucesso do Friendster foi enorme desde o princípio. Milhões de usuários se cadastraram nos primeiros meses e a mídia especializada em negócios já apontava a empresa como o futuro da internet e até mesmo como o próximo Google. Tudo parecia estar no caminho certo porém a infraestrutura subdimensionada para operar a ferramenta começou a tornar a experiência dos usuários lenta e problemática. Cada página levava muito tempo para carregar e, para piorar, começaram a surgir diversos usuários com perfis falsos que contrariavam a ideia original do Friendster. Esses perfis foram deletados por decisão do fundador causando revolta a alguns deles.

Na onda de sucesso do Friendster, a Califórnia começava a despontar como celeiro de novas empresas desse setor e em 2003 surgia o LinkedIn, Tribe.net e o MySpace. Na época começava a ficar claro que haveria dois tipos de redes sociais: as pessoais e as profissionais, sendo algumas mais ou menos segmentadas.

O MySpace aproveitou que o Friendster enfrentava problemas de desempenho e começou a atrair usuários, especialmente aqueles que haviam sido expulsos por utilizarem perfis falsos. Ele nasceu com forte vinculação à indústria da música e fez muito sucesso alguns anos, sendo durante 2005 e 2008 a rede social mais visitada no mundo, passando inclusive o Google em 2006 no número de visitas/mês. Porém a estratégia de construir a rede em torno da música e entretenimento mostrou-se ineficaz para combater o Facebook que focou em aprimorar a experiência das relações pessoais, além de abrir a plataforma para desenvolvedores externos.

O Orkut, rede social do Google, também foi lançado semanas antes do Facebook. Mesmo no ambiente universitário o Facebook não foi o pioneiro nas redes sociais. Stanford, Columbia e Yale já possuíam serviços similares. Mas o que fez com que o Facebook passasse por cima de todos esses e se transformasse na rede dominante do mundo?

Zuckerberg identificou que havia duas características fundamentais para que uma rede social pudesse prosperar: desempenho e experiência do usuário. Caso essas duas condições funcionassem bem as conexões e a comunicação entre pessoas poderiam ser ampliadas.

Desempenho – o processo de crescimento escalonado, escola por escola, foi acompanhado de uma preocupação com a infraestrutura de servidores e software para suportar o novo tráfego e a manutenção da velocidade do serviço. Grandes investimentos foram e são feitos para manter os data centers da empresa prontos para oferecer velocidade e armazenar grande quantidade de fotos, vídeos e informação.

Experiência do Usuário – o Facebook adotou a estratégia de manter as coisas simples com funções realmente relevantes ao usuário para que a utilização fosse facilitada. Tudo no Facebook deve ser gerado pelos usuários e não pelos operadores do serviço. Mesmo assim a política da empresa mistura liberdade e controle, especialmente pelos aprendizados de outras redes sociais anteriores. Há liberdade do usuário modificar o conteúdo porém esses não podem fazer o mesmo com a interface. Além disso, funcionalidades como o botão curtir, o mural de notícias, a marcação dos usuários nas fotos e outros fizeram com que o Facebook realmente tivesse atributos únicos em relação aos concorrentes.

O Facebook foi a rede social que conseguiu criar um espaço para os amigos deixarem mensagens (mural), foi aquele que introduziu os emails de alerta para informar os usuários que haviam recebido um recado ou mesmo haviam sido marcados e a própria funcionalidade de curtir foram elementos importantes para o sucesso do Facebook. Porém a ideia do negócio era muito maior que somente a questão tecnológica.

A criação em uma comunidade restrita em Harvard e depois outras universidades, trouxe um atrativo adicional para o Facebook, ou seja, os usuários e potenciais usuários sabiam que poderiam encontrar pessoas próximas na rede. Eles leriam e seriam lidos por pessoas que poderiam repercutir assuntos abordados. Mark soube criar funcionalidades voltadas para o público alvo, pois sabia que muitos estudantes viviam longe das suas cidades e estavam ávidos em estabelecer novos contatos. O Facebook acelerou essa integração, facilitando organizar trabalhos, festas, grupos de estudo e tudo mais que cercava o universo dos estudantes. Dois anos depois do sucesso entre os estudantes de quase 2.000 universidades, a expansão para outros amigos e familiares criou um hub de usuários interessados em comunicar e interagir.

Faltava uma ferramenta que pudesse melhorar a conexão e comunicação de pessoas reais com alto desempenho, facilidade de uso e com recursos diferenciados. Zuckerberg identificou que esse era o modelo de negócios de uma rede social e o Facebook conseguiu fazer isso.

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O conceito de rede social não era novo e a ideia do Facebook foi baseada em uma evolução de quase quarenta anos. Desde que a internet foi criada as conexões virtuais entre pessoas puderam ser ampliadas, especialmente através dos emails e dos comunicadores instantâneos como os messengers. Por definição, uma rede social pode ser caracterizada como uma comunidade virtual no qual os participantes possuem um perfil próprio e estabelecem conexões com outros participantes, compartilhando informações.

Desde as origens da internet já se falava na comunicação de usuários com interesses comuns afastados geograficamente através de mensagens eletrônicas. Com o surgimento da world wide web também começaram a crescer as comunidades virtuais nas quais os usuários podiam criar suas páginas pessoas, com destaque para o Geocities. Em 1994 surgiu o site de relacionamentos Match.com e um ano depois o Classmates.com, cada qual com um propósito bastante específico mas ambos serviam para conectar pessoas com interesses comuns.

A primeira rede social nos moldes das atuais foi a SixDegrees. Ela era direcionada para pessoas reais que se conheciam e estabeleciam conexões com outras pessoas, podendo montar um perfil com o objetivo de descobrir pontos em comum entre elas. A SixDegrees tentava mapear as relações existentes entre pessoas reais que utilizam seus nomes verdadeiros.

A forma de convite era através de algum email dos participantes da rede social (algo inovador na época) e cada usuário podia criar um perfil pessoal com informações sobre interesses e características. A SixDegrees era um grande produto, mas fora do seu tempo. O custo de desenvolvimento e manutenção do site era altíssimos pois demandava muita gente especializada e licenças de software caras. Outra dificuldade estava na velocidade de acesso dos usuários que ainda utilizavam em sua maioria redes discadas. Somado a isso, naquela época a disponibilidade de câmeras digitais ainda era limitada a poucos, fazendo com que a ferramenta não tivesse espaço para colocação de fotos nos perfis. A SixDegrees chegou a ter 3,5 milhões de usuários no seu auge porém não conseguiu ir além do final do ano 2000.

Algumas outras iniciativas de redes sociais segmentadas surgiram nos anos seguintes mas foi em 2002, com o surgimento do Friendster, que algo novo movimentava novamente esse mercado. O fundador, Jonathan Abrams, apostou na oportunidade de aproximar pessoas para novos relacionamentos mas através da conexão com amigos dos amigos e utilizando seus nomes e perfis reais. O Friendster trazia a evolução do conceito do Match.com (que era voltado para relacionamentos mas entre estranhos) e do Sixdegrees (adicionando algo que faltava nele, ou seja, a foto ao lado do perfil do usuário).

O sucesso do Friendster foi enorme desde o princípio. Milhões de usuários se cadastraram nos primeiros meses e a mídia especializada em negócios já apontava a empresa como o futuro da internet e até mesmo como o próximo Google. Tudo parecia estar no caminho certo porém a infraestrutura subdimensionada para operar a ferramenta começou a tornar a experiência dos usuários lenta e problemática. Cada página levava muito tempo para carregar e, para piorar, começaram a surgir diversos usuários com perfis falsos que contrariavam a ideia original do Friendster. Esses perfis foram deletados por decisão do fundador causando revolta a alguns deles.

Na onda de sucesso do Friendster, a Califórnia começava a despontar como celeiro de novas empresas desse setor e em 2003 surgia o LinkedIn, Tribe.net e o MySpace. Na época começava a ficar claro que haveria dois tipos de redes sociais: as pessoais e as profissionais, sendo algumas mais ou menos segmentadas.

O MySpace aproveitou que o Friendster enfrentava problemas de desempenho e começou a atrair usuários, especialmente aqueles que haviam sido expulsos por utilizarem perfis falsos. Ele nasceu com forte vinculação à indústria da música e fez muito sucesso alguns anos, sendo durante 2005 e 2008 a rede social mais visitada no mundo, passando inclusive o Google em 2006 no número de visitas/mês. Porém a estratégia de construir a rede em torno da música e entretenimento mostrou-se ineficaz para combater o Facebook que focou em aprimorar a experiência das relações pessoais, além de abrir a plataforma para desenvolvedores externos.

O Orkut, rede social do Google, também foi lançado semanas antes do Facebook. Mesmo no ambiente universitário o Facebook não foi o pioneiro nas redes sociais. Stanford, Columbia e Yale já possuíam serviços similares. Mas o que fez com que o Facebook passasse por cima de todos esses e se transformasse na rede dominante do mundo?

Zuckerberg identificou que havia duas características fundamentais para que uma rede social pudesse prosperar: desempenho e experiência do usuário. Caso essas duas condições funcionassem bem as conexões e a comunicação entre pessoas poderiam ser ampliadas.

Desempenho – o processo de crescimento escalonado, escola por escola, foi acompanhado de uma preocupação com a infraestrutura de servidores e software para suportar o novo tráfego e a manutenção da velocidade do serviço. Grandes investimentos foram e são feitos para manter os data centers da empresa prontos para oferecer velocidade e armazenar grande quantidade de fotos, vídeos e informação.

Experiência do Usuário – o Facebook adotou a estratégia de manter as coisas simples com funções realmente relevantes ao usuário para que a utilização fosse facilitada. Tudo no Facebook deve ser gerado pelos usuários e não pelos operadores do serviço. Mesmo assim a política da empresa mistura liberdade e controle, especialmente pelos aprendizados de outras redes sociais anteriores. Há liberdade do usuário modificar o conteúdo porém esses não podem fazer o mesmo com a interface. Além disso, funcionalidades como o botão curtir, o mural de notícias, a marcação dos usuários nas fotos e outros fizeram com que o Facebook realmente tivesse atributos únicos em relação aos concorrentes.

O Facebook foi a rede social que conseguiu criar um espaço para os amigos deixarem mensagens (mural), foi aquele que introduziu os emails de alerta para informar os usuários que haviam recebido um recado ou mesmo haviam sido marcados e a própria funcionalidade de curtir foram elementos importantes para o sucesso do Facebook. Porém a ideia do negócio era muito maior que somente a questão tecnológica.

A criação em uma comunidade restrita em Harvard e depois outras universidades, trouxe um atrativo adicional para o Facebook, ou seja, os usuários e potenciais usuários sabiam que poderiam encontrar pessoas próximas na rede. Eles leriam e seriam lidos por pessoas que poderiam repercutir assuntos abordados. Mark soube criar funcionalidades voltadas para o público alvo, pois sabia que muitos estudantes viviam longe das suas cidades e estavam ávidos em estabelecer novos contatos. O Facebook acelerou essa integração, facilitando organizar trabalhos, festas, grupos de estudo e tudo mais que cercava o universo dos estudantes. Dois anos depois do sucesso entre os estudantes de quase 2.000 universidades, a expansão para outros amigos e familiares criou um hub de usuários interessados em comunicar e interagir.

Faltava uma ferramenta que pudesse melhorar a conexão e comunicação de pessoas reais com alto desempenho, facilidade de uso e com recursos diferenciados. Zuckerberg identificou que esse era o modelo de negócios de uma rede social e o Facebook conseguiu fazer isso.

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