Verificação de adicionalidade: qual o impacto causado por um programa?
Escolha adequada do método de adicionalidade e a definição do grupo de controle de maneira correta são essenciais
Janaína Ribeiro
Publicado em 6 de agosto de 2020 às 22h32.
Última atualização em 7 de agosto de 2020 às 01h06.
Como podemos medir o impacto causado por um projeto na vida dos beneficiados? Quando tentamos responder a essa pergunta, em muitos casos, estamos interessados em comparar a renda, a probabilidade de se conseguir emprego, a escolaridade (ou qualquer outra variável potencialmente afetada pela iniciativa) de um atendido pelo programa com o que teria ocorrido se ele não tivesse participado da ação. E isso, na maioria das vezes, não é um exercício simples. Os métodos de verificação de adicionalidade buscam maneiras de se mensurar, de modo mais satisfatório possível, a diferença entre o que ocorreu com o participante em um projeto com o que teria acontecido com essa mesma pessoa caso não fosse beneficiada.
Essa ideia de se comparar o resultado efetivo com o que teria ocorrido sem a intervenção remete à noção de contrafactual. Em um exemplo retirado do Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental do Insper Metricis, ao se avaliar a influência do uso de óculos para um deficiente visual, bastaria pedir que o paciente fizesse o exame de vista com e sem óculos. O contrafactual do paciente com óculos seria o próprio paciente sem óculos. No entanto, em muitos casos, as intervenções trazem resultados de longo prazo e os indivíduos participantes dos projetos são afetados por muitos outros fatores ao longo do tempo, de modo que essa comparação não é tão simples de ser feita.
Há muitas formas de se verificar a adicionalidade de um programa e, na maioria dos casos, elas partem da definição de um grupo tratado (ou seja, aqueles que se beneficiaram com a iniciativa) e um grupo de controle (indivíduos que não participaram da ação), que servirá de contrafactual. Usualmente o grupo de controle é composto por um conjunto muito similar ao tratado. E isso é feito para que as diferenças constatadas entre os estes dois grupos após a introdução do projeto possam ser atribuídas à participação ou não no programa.
A figura abaixo, retirada do Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental do Insper Metricis, ilustra um desses métodos de verificação de adicionalidade. Nele, o grupo tratado e o grupo controle apresentavam uma trajetória muito similar antes do início do projeto, no entanto, após a introdução do programa, houve uma mudança no caminho percorrido somente entre os tratados. A diferença entre os percursos esperado e efetivo fornece o efeito do tratamento neste caso.
A escolha adequada do método de adicionalidade e a definição do grupo de controle de maneira correta são essenciais para que se possa mensurar o impacto de um projeto. Para uma discussão mais aprofundada, acesse o Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental do Insper Metricis.
Boa leitura!
Como podemos medir o impacto causado por um projeto na vida dos beneficiados? Quando tentamos responder a essa pergunta, em muitos casos, estamos interessados em comparar a renda, a probabilidade de se conseguir emprego, a escolaridade (ou qualquer outra variável potencialmente afetada pela iniciativa) de um atendido pelo programa com o que teria ocorrido se ele não tivesse participado da ação. E isso, na maioria das vezes, não é um exercício simples. Os métodos de verificação de adicionalidade buscam maneiras de se mensurar, de modo mais satisfatório possível, a diferença entre o que ocorreu com o participante em um projeto com o que teria acontecido com essa mesma pessoa caso não fosse beneficiada.
Essa ideia de se comparar o resultado efetivo com o que teria ocorrido sem a intervenção remete à noção de contrafactual. Em um exemplo retirado do Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental do Insper Metricis, ao se avaliar a influência do uso de óculos para um deficiente visual, bastaria pedir que o paciente fizesse o exame de vista com e sem óculos. O contrafactual do paciente com óculos seria o próprio paciente sem óculos. No entanto, em muitos casos, as intervenções trazem resultados de longo prazo e os indivíduos participantes dos projetos são afetados por muitos outros fatores ao longo do tempo, de modo que essa comparação não é tão simples de ser feita.
Há muitas formas de se verificar a adicionalidade de um programa e, na maioria dos casos, elas partem da definição de um grupo tratado (ou seja, aqueles que se beneficiaram com a iniciativa) e um grupo de controle (indivíduos que não participaram da ação), que servirá de contrafactual. Usualmente o grupo de controle é composto por um conjunto muito similar ao tratado. E isso é feito para que as diferenças constatadas entre os estes dois grupos após a introdução do projeto possam ser atribuídas à participação ou não no programa.
A figura abaixo, retirada do Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental do Insper Metricis, ilustra um desses métodos de verificação de adicionalidade. Nele, o grupo tratado e o grupo controle apresentavam uma trajetória muito similar antes do início do projeto, no entanto, após a introdução do programa, houve uma mudança no caminho percorrido somente entre os tratados. A diferença entre os percursos esperado e efetivo fornece o efeito do tratamento neste caso.
A escolha adequada do método de adicionalidade e a definição do grupo de controle de maneira correta são essenciais para que se possa mensurar o impacto de um projeto. Para uma discussão mais aprofundada, acesse o Guia de Avaliação de Impacto Socioambiental do Insper Metricis.
Boa leitura!