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Oficina do Insper Metricis aborda a temática ratings e certificações de impacto

Insper Metricis realizou recentemente a 29ª Oficina de Impacto Socioambiental para discutir o tema “Ratings e Certificações de Impacto”

ESG: confira o conteúdo do Insper Metricis, núcleo do Insper especializado em realizar estudos sobre estratégias organizacionais e práticas de gestão envolvendo projetos com potencial de gerar alto impacto socioambiental.  (Kalawin/Getty Images)
Insper Metricis

Blog Impacto Social

Publicado em 24 de maio de 2023 às 09h00.

O conteúdo desse blog é gerenciado peloInsper Metricis, o núcleo do Insper especializado em realizar estudos sobre estratégias organizacionais e práticas de gestão envolvendo projetos com potencial de gerar alto impacto socioambiental.

Por Jorge Ikawa*

O Insper Metricis realizou recentemente a 29ª Oficina de Impacto Socioambiental. O evento teve por objetivo discutir o tema “Ratings e Certificações de Impacto” e contou com a presença de Ana Sarkovas, co-fundadora da Ecoa Capital e conselheira do Sistema B Brasil, e Mariana Palandi, consultora e especialista em temas ESG (da sigla em inglês para Environmental, Social and Governance ). O evento completo você confere aqui.

Mariana Palandi trouxe um panorama geral da evolução dos investimentos ESG. “Os investimentos ESG fazem a inclusão sistemática dos critérios ambientais, sociais e de governança coorporativa na decisão de investimento. De fato, o que a gente observa, é que esses investimentos cresceram muito, especialmente nos anos de pandemia”, comenta. Para ilustrar a dimensão dessa expansão, Mariana Palandi apresentou dados do Relatório Anual do PRI (Principles for Responsible Investment) de 2022, segundo o qual o valor de assets under management (AUM) dos signatários do PRI passaram de US$ 89,6 tri em 2018 para US$ 121,3 tri em 2022 (aumento de 35% no período).

Mariana Palandi também lembrou o fato de que a visão sobre o papel social das empresas tem se transformado ao longo do tempo. “A gente saiu do aspecto em que o papel social era apenas maximizar lucro. E esse cenário foi ficando mais complexo, para o bem e para o mal. Há toda essa questão sobre a incorporação de aspectos sociais, éticos e políticos. Por outro lado, isso também aumenta os custos para as empresas”, complementa.

Já Ana Sarkovas apresentou um panorama sobre as Empresas B (de acordo com informações relativas ao Sistema B, “empresas B são empresas que buscam ser melhor PARA o mundo e não apenas as melhores DO mundo”) e dos fatores considerados na avaliação de impacto B. “A comunidade global de empresas B é composta por mais de 5.000, quase 6.000 empresas B em todo o mundo, certificadas. Estamos em 80 países, 150 setores, mas com esse objetivo comum de serem empresas que estão resolvendo problemas sociais e ambientais relevantes”, ressalta.

Durante a apresentação, Ana Sarkovas trouxe uma reflexão sobre um aspecto além das certificações. “Mais importante para mim, aqui é uma reflexão minha, do que você olhar o impacto do seu fundo, do seu portfólio de investimento, é você olhar a gestora na qual você está investindo. Não adianta nada, no seu banco, você comprar um fundo de sustentabilidade quando você sabe que a governança desse banco e a forma dele atuar são de relações permissivas, que não estão gerando benefícios para todos, que têm o olhar só de maximizar o lucro para o acionista, que não têm diversidade e inclusão em sua governança, no seu conselho, e assim por diante. Esse olhar sobre o “quem” está investindo seu dinheiro, para mim, é tão relevante quanto o “onde” você está colocando o seu dinheiro. Essa é uma discussão que a gente precisa começar a ter”, finaliza.

* Jorge Ikawa é doutor em Economia dos Negócios pelo Insper, bacharel em Economia pela FEARP-USP e formado em Jornalismo pela ECA-USP.

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Por Jorge Ikawa*

O Insper Metricis realizou recentemente a 29ª Oficina de Impacto Socioambiental. O evento teve por objetivo discutir o tema “Ratings e Certificações de Impacto” e contou com a presença de Ana Sarkovas, co-fundadora da Ecoa Capital e conselheira do Sistema B Brasil, e Mariana Palandi, consultora e especialista em temas ESG (da sigla em inglês para Environmental, Social and Governance ). O evento completo você confere aqui.

Mariana Palandi trouxe um panorama geral da evolução dos investimentos ESG. “Os investimentos ESG fazem a inclusão sistemática dos critérios ambientais, sociais e de governança coorporativa na decisão de investimento. De fato, o que a gente observa, é que esses investimentos cresceram muito, especialmente nos anos de pandemia”, comenta. Para ilustrar a dimensão dessa expansão, Mariana Palandi apresentou dados do Relatório Anual do PRI (Principles for Responsible Investment) de 2022, segundo o qual o valor de assets under management (AUM) dos signatários do PRI passaram de US$ 89,6 tri em 2018 para US$ 121,3 tri em 2022 (aumento de 35% no período).

Mariana Palandi também lembrou o fato de que a visão sobre o papel social das empresas tem se transformado ao longo do tempo. “A gente saiu do aspecto em que o papel social era apenas maximizar lucro. E esse cenário foi ficando mais complexo, para o bem e para o mal. Há toda essa questão sobre a incorporação de aspectos sociais, éticos e políticos. Por outro lado, isso também aumenta os custos para as empresas”, complementa.

Já Ana Sarkovas apresentou um panorama sobre as Empresas B (de acordo com informações relativas ao Sistema B, “empresas B são empresas que buscam ser melhor PARA o mundo e não apenas as melhores DO mundo”) e dos fatores considerados na avaliação de impacto B. “A comunidade global de empresas B é composta por mais de 5.000, quase 6.000 empresas B em todo o mundo, certificadas. Estamos em 80 países, 150 setores, mas com esse objetivo comum de serem empresas que estão resolvendo problemas sociais e ambientais relevantes”, ressalta.

Durante a apresentação, Ana Sarkovas trouxe uma reflexão sobre um aspecto além das certificações. “Mais importante para mim, aqui é uma reflexão minha, do que você olhar o impacto do seu fundo, do seu portfólio de investimento, é você olhar a gestora na qual você está investindo. Não adianta nada, no seu banco, você comprar um fundo de sustentabilidade quando você sabe que a governança desse banco e a forma dele atuar são de relações permissivas, que não estão gerando benefícios para todos, que têm o olhar só de maximizar o lucro para o acionista, que não têm diversidade e inclusão em sua governança, no seu conselho, e assim por diante. Esse olhar sobre o “quem” está investindo seu dinheiro, para mim, é tão relevante quanto o “onde” você está colocando o seu dinheiro. Essa é uma discussão que a gente precisa começar a ter”, finaliza.

* Jorge Ikawa é doutor em Economia dos Negócios pelo Insper, bacharel em Economia pela FEARP-USP e formado em Jornalismo pela ECA-USP.

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