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Educação e tecnologia: o caminho sustentável para produção de alimentos

Soluções para alcançar prosperidade, equilíbrio com a natureza e inclusão na produção de alimentos passam por educação e novos modelos de investimento

Alimentos: conciliar produção, inclusão e sustentabilidade é uma tarefa viável (e necessária) (Roman Synkevych/Divulgação)
Alimentos: conciliar produção, inclusão e sustentabilidade é uma tarefa viável (e necessária) (Roman Synkevych/Divulgação)
I
Impacto Social

Publicado em 26 de novembro de 2020 às, 15h00.

Última atualização em 27 de novembro de 2020 às, 14h17.

As soluções para alcançar prosperidade, equilíbrio com a natureza e inclusão na produção de alimentos passam por educação e novos modelos de investimento. Ações de educação podem abarcar uso de plataformas digitais e modelos de assistência técnica que se conectam com a realidade dos produtores na ponta. Um bom exemplo é o modelo da Solidaridad, que alcançou mais de 300 mil produtores rurais por meio de 46 intervenções digitais globalmente.

Foram mais de 26 ferramentas, algumas escaláveis em várias regiões, outras customizadas para projetos específicos. Em Gana, Oeste da África, um dispositivo de voz automático alcança dezenas de milhares produtores sem acesso à internet para enviar orientações e coletar insights valiosos em uma escala que não seria possível anos atrás.

Na Índia, ferramentas digitais dentro de um amplo programa de formação de campo alcançam padrões de sustentabilidade (por exemplo, o Climate Smart Index para monitorar risco climático em determinadas regiões e avaliar o progresso das intervenções) e oferecem suporte técnico para mais de 30 mil pequenos produtores, melhorando a transparência em toda a cadeia de suprimentos.

    No Brasil, a Raízen ajudou a desenvolver o Extension Solution, que auxiliou na gestão de 468 mil hectares de terras agrícolas no Brasil. O aplicativo permite ganho de escala no acompanhamento de produtores, agilizando a coleta de dados e a geração de recomendações individualizadas. Os dados coletados alimentam painéis de controle que auxiliam no monitoramento das atividades e na evolução dos fornecedores. E ainda permitem o desenvolvimento de ações direcionadas para atender os desafios nas áreas rurais. Além disso, ele reforçou a importância do uso intensivo de dados para correto diagnóstico, monitoramento, orientação aos produtores e avaliação das intervenções (medição de impacto – por exemplo, contando com apoio do Insper Metricis).

    Com base nos exemplos acima, nota-se que conciliar produção, inclusão e sustentabilidade é uma tarefa viável (e necessária). As soluções geralmente passam por ações criativas, capazes de aliar educação e tecnologia. Em breve, falaremos sobre o papel das novas formas de financiamento para a construção de um sistema de produção alimentar sustentável. Até mais!

    *Rodrigo Castro é Diretor de País da Solidaridad Brasil, biólogo e empreendedor social da rede Ashoka.

    **Carolina da Costa, PhD, board member Latam da rede Solidaridad, sócia da Mauá Capital para novos negócios e funding ESG e Impacto. Professora do Insper.