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Economia circular: um paradigma central às cidades

A economia circular surgiu como uma alternativa ao modelo econômico atual, que segue a lógica de “extração, produção, uso e descarte”

View of downtown Sao Paulo, Brazil, on November 23, 2020. (Photo by NELSON ALMEIDA / AFP) (Photo by NELSON ALMEIDA/AFP via Getty Images) (Nelson Almeida/AFP/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2021 às 10h00.

Por Daniel Guzzo e Mike Oliveira

Em meados de abril, São Paulo tornou-se a primeira cidade parceira estratégica da rede capitaneada pela Fundação Ellen MacArthur — organização não-governamental que trabalha com negócios, atores públicos e academia para promover a economia circular. A parceria consiste em transformar São Paulo em uma referência de economia circular e oferecer subsídios para que os agentes públicos – servidores e tomadores de decisão política –incorporem os princípios da economia circular nos desafios que a cidade enfrenta. Entre estes desafios estão os planos de retomada econômica pós-covid e de ação climática, os programas de combate ao desperdício de alimentos e de fortalecimento da segurança alimentar e o planejamento de estruturas urbanas por meio do plano diretor.

A economia circular surgiu como uma alternativa ao modelo econômico atual, que segue a lógica de “extração, produção, uso e descarte”. Sob a ótica da economia circular, busca-se dissociar a atividade econômica do consumo de recursos finitos a partir de três princípios: (1) eliminar resíduos e poluição desde o princípio, (2) manter produtos e materiais em uso e (3) regenerar sistemas naturais. A transição para a economia circular não se limita a reduzir impactos da economia linear, e sim depende de mudança sistêmica para atingir efeitos econômicos, sociais e ambientais positivos no longo prazo. Esta transição somente ocorrerá mediante comprometimento e inovação envolvendo iniciativas públicas e de negócio.

A pandemia intensificou a urgência de uma transição sustentável. Neste sentido, empresas, universidades, inovadores e cidades passaram a adotar e a considerar a economia circular em seus planos. Alguns exemplos que demonstram a urgência do tema: o planejamento de recuperação da União Europeia com sustentabilidade como foco central, a recém-lançada coalizão de economia circular para América Latina e Caribe, além dos compromissos assumidos por grandes multinacionais e cidades engajadas em avançar na agenda da economia circular. Inovadores vêm desenvolvendo incentivos a cadeias inteligentes de logística reversa para reutilização de materiais recicláveis, ações de estímulo à mobilidade urbana sustentável e produção de alimentos de maneira saudável e local [6]. Instituições públicas e privadas estão se articulando globalmente para contribuir à transição.

Em São Paulo existem grandes desafios e oportunidades para o uso mais efetivo de recursos nas mais diversas frentes: alimentação, construção, mobilidade, energia, compartilhamento de recursos, gestão de resíduos e outros setores. Com esta parceria, a cidade de São Paulo dá um grande passo rumo a uma cidade sintonizada aos ciclos da natureza, próspera economicamente e com melhores condições de vida para os seus mais de 12 milhões de habitantes. No Brasil e na América Latina, mais de 80% da população já vive nas cidades. Assim sendo, este passo dado pela cidade de São Paulo rumo à transição circular pode abrir caminho para a jornada de outras cidades e contribuir substancialmente para atingir os compromissos de mitigação à crise do clima e de desenvolvimento sustentável. Em nosso próximo artigo, detalharemos a parceria firmada, bem como formas para que você possa seguir engajado. Nos vemos em breve!

Por Daniel Guzzo e Mike Oliveira

Em meados de abril, São Paulo tornou-se a primeira cidade parceira estratégica da rede capitaneada pela Fundação Ellen MacArthur — organização não-governamental que trabalha com negócios, atores públicos e academia para promover a economia circular. A parceria consiste em transformar São Paulo em uma referência de economia circular e oferecer subsídios para que os agentes públicos – servidores e tomadores de decisão política –incorporem os princípios da economia circular nos desafios que a cidade enfrenta. Entre estes desafios estão os planos de retomada econômica pós-covid e de ação climática, os programas de combate ao desperdício de alimentos e de fortalecimento da segurança alimentar e o planejamento de estruturas urbanas por meio do plano diretor.

A economia circular surgiu como uma alternativa ao modelo econômico atual, que segue a lógica de “extração, produção, uso e descarte”. Sob a ótica da economia circular, busca-se dissociar a atividade econômica do consumo de recursos finitos a partir de três princípios: (1) eliminar resíduos e poluição desde o princípio, (2) manter produtos e materiais em uso e (3) regenerar sistemas naturais. A transição para a economia circular não se limita a reduzir impactos da economia linear, e sim depende de mudança sistêmica para atingir efeitos econômicos, sociais e ambientais positivos no longo prazo. Esta transição somente ocorrerá mediante comprometimento e inovação envolvendo iniciativas públicas e de negócio.

A pandemia intensificou a urgência de uma transição sustentável. Neste sentido, empresas, universidades, inovadores e cidades passaram a adotar e a considerar a economia circular em seus planos. Alguns exemplos que demonstram a urgência do tema: o planejamento de recuperação da União Europeia com sustentabilidade como foco central, a recém-lançada coalizão de economia circular para América Latina e Caribe, além dos compromissos assumidos por grandes multinacionais e cidades engajadas em avançar na agenda da economia circular. Inovadores vêm desenvolvendo incentivos a cadeias inteligentes de logística reversa para reutilização de materiais recicláveis, ações de estímulo à mobilidade urbana sustentável e produção de alimentos de maneira saudável e local [6]. Instituições públicas e privadas estão se articulando globalmente para contribuir à transição.

Em São Paulo existem grandes desafios e oportunidades para o uso mais efetivo de recursos nas mais diversas frentes: alimentação, construção, mobilidade, energia, compartilhamento de recursos, gestão de resíduos e outros setores. Com esta parceria, a cidade de São Paulo dá um grande passo rumo a uma cidade sintonizada aos ciclos da natureza, próspera economicamente e com melhores condições de vida para os seus mais de 12 milhões de habitantes. No Brasil e na América Latina, mais de 80% da população já vive nas cidades. Assim sendo, este passo dado pela cidade de São Paulo rumo à transição circular pode abrir caminho para a jornada de outras cidades e contribuir substancialmente para atingir os compromissos de mitigação à crise do clima e de desenvolvimento sustentável. Em nosso próximo artigo, detalharemos a parceria firmada, bem como formas para que você possa seguir engajado. Nos vemos em breve!

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