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DNA empreendedor: pode o perfil genético influenciar a decisão de empreender?

A literatura em empreendedorismo aponta diversos fatores, que vão desde o gosto pelo risco até o anseio por uma atividade profissional menos rotineira

Franquias (JaaakWorks/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2023 às 19h49.

Por Leandro S. Pongeluppe*

O que leva alguém a ser empreendedor(a)? A literatura em gestão e empreendedorismo aponta diversos fatores, que vão desde o gosto pelo risco associado à atividade empreendedora, o desejo de tentar algo novo ou até mesmo o anseio por uma atividade profissional menos rotineira. Em um estudo publicado no periódico Management Science em 2008, Nicos Nicolaou, Scott Shane, Lynn Cherkas, Janice Hunkin, e Tim Spector testaram algo differente, o perfil genético como fator direcionador do empreendedorismo.

Em avaliação de impacto, entendemos a importância de criarmos um grupo contrafactual, ou grupo de controle, para a comparação do que naturalmente aconteceria caso um determinado projeto não existisse. Os autores utilizaram essa lógica em seu estudo. Para testar se características genéticas influenciariam no desenvolvimento de empreendedores, os autores utilizaram o contrafactual mais comum na natureza, gêmeos idênticos.

Nicolaou e seus co-autores compararam as taxas de empreendedorismo entre gêmeos monozigóticos (ou seja, gêmeos idênticos) com as taxas de empreendedorismo entre gêmeos dizigóticos (ou seja, gêmeos intra-uterinos). Note que isso permite aos autores controlarem o teste por uma série de fatores como idade, laços familiares, experiências de vida, dentre outros. Ademais, a comparação entre mono e dizigóticos permitiu isolar apenas o fator genético, dado que gêmeos idênticos compartilham exatamente o mesmo DNA, enquanto gêmeos intra-uterinos possuem DNA até 50% diferente entre si.

Os resultados deste experimento natural mostram que fatores genéticos determinam sim uma maior propensão à atividade empreendedora. Ou seja, não apenas fatores externos do ambiente determinam a escolha profissional das pessoas, mas também fatores genéticos podem influenciar esta decisão, como no caso da escolha de empreender em um novo negócio.

*Leandro S. Pongeluppeé professor assistente da Wharton School, University of Pennsylvania. Especialista em avaliação de impacto socioambiental, Leandro é Ph.D. pelo departamento de gestão estratégica da Rotman School of Management, University of Toronto. Seus principais interesses de pesquisa são compreender como a gestão de organizações pode contribuir com o avanço dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

Por Leandro S. Pongeluppe*

O que leva alguém a ser empreendedor(a)? A literatura em gestão e empreendedorismo aponta diversos fatores, que vão desde o gosto pelo risco associado à atividade empreendedora, o desejo de tentar algo novo ou até mesmo o anseio por uma atividade profissional menos rotineira. Em um estudo publicado no periódico Management Science em 2008, Nicos Nicolaou, Scott Shane, Lynn Cherkas, Janice Hunkin, e Tim Spector testaram algo differente, o perfil genético como fator direcionador do empreendedorismo.

Em avaliação de impacto, entendemos a importância de criarmos um grupo contrafactual, ou grupo de controle, para a comparação do que naturalmente aconteceria caso um determinado projeto não existisse. Os autores utilizaram essa lógica em seu estudo. Para testar se características genéticas influenciariam no desenvolvimento de empreendedores, os autores utilizaram o contrafactual mais comum na natureza, gêmeos idênticos.

Nicolaou e seus co-autores compararam as taxas de empreendedorismo entre gêmeos monozigóticos (ou seja, gêmeos idênticos) com as taxas de empreendedorismo entre gêmeos dizigóticos (ou seja, gêmeos intra-uterinos). Note que isso permite aos autores controlarem o teste por uma série de fatores como idade, laços familiares, experiências de vida, dentre outros. Ademais, a comparação entre mono e dizigóticos permitiu isolar apenas o fator genético, dado que gêmeos idênticos compartilham exatamente o mesmo DNA, enquanto gêmeos intra-uterinos possuem DNA até 50% diferente entre si.

Os resultados deste experimento natural mostram que fatores genéticos determinam sim uma maior propensão à atividade empreendedora. Ou seja, não apenas fatores externos do ambiente determinam a escolha profissional das pessoas, mas também fatores genéticos podem influenciar esta decisão, como no caso da escolha de empreender em um novo negócio.

*Leandro S. Pongeluppeé professor assistente da Wharton School, University of Pennsylvania. Especialista em avaliação de impacto socioambiental, Leandro é Ph.D. pelo departamento de gestão estratégica da Rotman School of Management, University of Toronto. Seus principais interesses de pesquisa são compreender como a gestão de organizações pode contribuir com o avanço dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

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