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Como segue seu antirracismo?

Além das mudanças pela covid-19, 2020 trouxe ainda outra exigência: deixar mais evidente nosso posicionamento antirracista

(Sean_Warren/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2021 às 14h00.

Por Sérgio Cardoso

Além das mudanças pela covid-19, 2020 trouxe ainda outra exigência: deixar mais evidente nosso posicionamento antirracista. Já estamos em meados de 2021, ainda é razoável se perguntar: “tá, e como agir?”

O assassinato do afro-americano George Floyd pela polícia completou 1 ano. Mostrou a necessidade de enfrentarmos o racismo estrutural institucionalizado. O Black Lives Matter explicitou não caber mais qualquer condescendência com sistemas de opressão.

No Brasil, ao menos quatro fatos nos impeliram no mesmo sentido: a chacina de crianças e adolescentes negras pelas polícias e elites, a polêmica sobre os trainees negros do Magazine Luiza, o covarde assassinato de João Alberto no Carrefour e o maior número de mortes por covid-19 ser de pessoas negras.

Diante de tais atrocidades, movimentos sociais negros nomearam responsabilidades e conclamaram a nos colocarmos mais efetiva e ativamente no debate. Mais ação, menos notas de repúdio.

Já é possível notar algum impacto? Parcialmente. Mais pessoas passaram a buscar pelo conceito de racismo estrutural. Livros como o Pequeno Manual Antirracista lideram vendas. Na TV, entrevistadores trouxeram mais pessoas negras para o centro e bancadas. Reality shows ampliaram presenças negras e noticiários já têm alguns outros rostos.

Organizações da sociedade civil juntas cobram por mais celeridade do Estado. Mobilizam campanhas frente à ineficiência da gestão pública federal. Nesta, as respostas seguem lentas e negacionistas ao racismo, tal qual a gestão da crise sanitária.

No setor privado, a resposta vem pelo aumento de vagas para negras e negros, a criação de Comissões de Diversidade e Inclusão e contratação de seus gestores.  O panorama da gestão de diversidade já apontava para isso, no entanto, o racismo explicitado em 2020 pode ter acelerado tal processo. A ampliação da diversidade nas empresas, contudo, corre risco de retração na pandemia devido ao aumento do desemprego.

Assim, para além de nos afirmarmos antirracistas, é preciso dar sustentação a esse posicionamento.  Empregar, estudar, ouvir e valorizar pessoas negras. Envolver-se em iniciativas e projetos de organizações que se estruturam para enfrentar esse “joelho na garganta” que, por tanto tempo, paralisou o avanço social de muita gente. Algumas que nem sequer puderam respirar, como Georges, João Pedros, Ágathas e Migueis.

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Por Sérgio Cardoso

Além das mudanças pela covid-19, 2020 trouxe ainda outra exigência: deixar mais evidente nosso posicionamento antirracista. Já estamos em meados de 2021, ainda é razoável se perguntar: “tá, e como agir?”

O assassinato do afro-americano George Floyd pela polícia completou 1 ano. Mostrou a necessidade de enfrentarmos o racismo estrutural institucionalizado. O Black Lives Matter explicitou não caber mais qualquer condescendência com sistemas de opressão.

No Brasil, ao menos quatro fatos nos impeliram no mesmo sentido: a chacina de crianças e adolescentes negras pelas polícias e elites, a polêmica sobre os trainees negros do Magazine Luiza, o covarde assassinato de João Alberto no Carrefour e o maior número de mortes por covid-19 ser de pessoas negras.

Diante de tais atrocidades, movimentos sociais negros nomearam responsabilidades e conclamaram a nos colocarmos mais efetiva e ativamente no debate. Mais ação, menos notas de repúdio.

Já é possível notar algum impacto? Parcialmente. Mais pessoas passaram a buscar pelo conceito de racismo estrutural. Livros como o Pequeno Manual Antirracista lideram vendas. Na TV, entrevistadores trouxeram mais pessoas negras para o centro e bancadas. Reality shows ampliaram presenças negras e noticiários já têm alguns outros rostos.

Organizações da sociedade civil juntas cobram por mais celeridade do Estado. Mobilizam campanhas frente à ineficiência da gestão pública federal. Nesta, as respostas seguem lentas e negacionistas ao racismo, tal qual a gestão da crise sanitária.

No setor privado, a resposta vem pelo aumento de vagas para negras e negros, a criação de Comissões de Diversidade e Inclusão e contratação de seus gestores.  O panorama da gestão de diversidade já apontava para isso, no entanto, o racismo explicitado em 2020 pode ter acelerado tal processo. A ampliação da diversidade nas empresas, contudo, corre risco de retração na pandemia devido ao aumento do desemprego.

Assim, para além de nos afirmarmos antirracistas, é preciso dar sustentação a esse posicionamento.  Empregar, estudar, ouvir e valorizar pessoas negras. Envolver-se em iniciativas e projetos de organizações que se estruturam para enfrentar esse “joelho na garganta” que, por tanto tempo, paralisou o avanço social de muita gente. Algumas que nem sequer puderam respirar, como Georges, João Pedros, Ágathas e Migueis.

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