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Por que é importante acelerar negócios de impacto na Amazônia

AMAZ já investiu mais de R$ 3,2 milhões, ajudou a conservar e restaurar mais de 3 milhões de hectares de floresta e está com inscrições abertas

Árvore sumaúma: a Amazônia precisa de novas economias, baseadas na sociobiodiversidade, na valorização da floresta em pé e das populações que a habitam (Leandro Fonseca/Exame)
Árvore sumaúma: a Amazônia precisa de novas economias, baseadas na sociobiodiversidade, na valorização da floresta em pé e das populações que a habitam (Leandro Fonseca/Exame)

Negócios que geram impacto positivo para a Amazônia contribuem para manter a floresta em pé e, ao mesmo tempo, geram renda para as populações da região. Eles são estratégicos para ajudar o Brasil a construir uma nova economia que traga o protagonismo que merecemos no enfrentamento aos desafios climáticos globais. Boas ideias não faltam, mas a maioria ainda precisa de investimento. É aí que entra a aceleração de negócios, que é justamente o que sugere o nome, uma ajuda para pequenas empresas e startups crescerem mais rápido.

Quem faz isso muito bem é a AMAZ, a maior aceleradora de negócios de impacto da região Norte, totalmente dedicada aos empreendedores e empreendedoras que atuam na região amazônica. Coordenada pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), desde 2021, a AMAZ acelera e investe em negócios que geram impactos sociais ou ambientais positivos na Amazônia Legal e Rural. Hoje, integram seu portfólio 18 negócios, além de dois recém-chegados, selecionados pela Chamada de Negócios do ano passado: a Moma, de produtos clean beauty, e a Zeno Nativo, que produz castanhas e amêndoas de cacau.

São negócios com perfis e áreas de atuação diversos, que incluem produtos da sociobiodiversidade, turismo, serviços agroflorestais, transporte e logística. Até o penúltimo trimestre de 2023, a aceleradora já investiu diretamente mais de R$ 3,2 milhões e alavancou R$ 5,4 milhões de investimentos de terceiros para os negócios do portfólio. Até o primeiro trimestre de 2024, o trabalho da AMAZ junto aos negócios contribuiu para a conservação ou restauração, direta ou indireta, de 3,4 milhões de hectares de floresta, beneficiando mais de 700 famílias. 

A Amazônia precisa de novas economias, baseadas na sociobiodiversidade, na valorização da floresta em pé e das populações que a habitam. E isso envolve a ação de múltiplos atores, que incluem poder público, terceiro setor, academia e iniciativa privada. Uma nova geração de empreendedores que atuam a partir da geração de impacto positivo para a floresta é parte importante da solução para a Amazônia. Com isso em mente, a AMAZ trabalha para fomentar, acelerar e investir em negócios que atuem dessa forma, além de alavancar investimentos de terceiros para fortalecer e ampliar o impacto positivo desses empreendedores sobre a floresta.

Ao longo dos anos, a aceleradora observou a necessidade de apoio mais próximo e dedicado aos negócios acelerados, uma vez que os desafios da jornada empreendedora são ainda mais profundos em se tratando de Amazônia e impacto socioambiental. Por isso, suas jornadas anuais têm um fato comum: são customizadas e desenhadas junto e para os empreendedores. Assim, a cada ano, a depender do perfil e demandas dos selecionados, as jornadas são definidas de modo a gerar valor para cada negócio individualmente, e para os negócios enquanto grupo que atua na Amazônia. Ao final do processo, que dura entre seis e oito meses, os negócios passam a integrar o portfólio oficial da aceleradora.

Entre os maiores desafios no empreender na Amazônia ainda estão a logística e transporte, mas também a preparação e acesso a novos mercados, usando o diferencial de que aqueles produtos e serviços contribuem diretamente para manter a floresta em pé. Além disso, o acesso a capital adequado, paciente e valorizador do impacto socioambiental gerado ainda é um desafio-chave para que os negócios consigam ultrapassar o “vale da morte” entre os estágios de validação e tração. 

A boa notícia é que, até 12 de abril, novas empresas podem se inscrever para a Chamada de Negócios 2024 da AMAZ, que quer encontrar startups e negócios inovadores, que podem receber até R$ 400 mil de investimento. “A nossa expectativa é não apenas poder avaliar negócios e conhecer negócios interessantes que tenham a finalidade de impacto na Amazônia, mas também de apoiar e facilitar para todos os negócios o caminho até um possível investimento futuro. E isso passa tanto pela aquisição de conhecimento e maturidade sobre qual é o mínimo necessário para realizar essa captação até mesmo uma modelagem de negócio mais avançada, que inclua o impacto como um ativo importante”, analisa Rafael Moreira Ribeiro, responsável pela seleção e aceleração da AMAZ.

São esperados negócios sustentáveis em diversos setores, desde que gerem soluções para os principais problemas sociais e ambientais da Amazônia, buscando conservar ou recuperar áreas de floresta, valorizar os saberes e a biodiversidade, gerar renda e qualidade de vida para as comunidades rurais e ribeirinhas. A receita completa para o fortalecimento dessa nova economia tão necessária e urgente da qual tanto falamos por aqui.